Amor sem Adeus

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Capítulo VIII

Segunda Carta

Velhinha santa, mãe querida. Deus nos proteja.

Aqui estou, com aquele desejo de me comunicar com alegria. Sem as sombras dos dias primeiros, quando os Desígnios do Senhor me abriram novos caminhos. Farei esforço, o esforço de faze-la sorrir.

Não se deixe assim, querida mãezinha, mergulhada na chuva de pranto. Isso passou, agora é o sol de calor bendito que nos restaura as forças. Luz viva, lâmpada de bênçãos. Essa lâmpada é a fé que nos reanima.

Não admita que seu filho esteja como naqueles dias primeiros de Vida Espiritual. Já se caminhou um tanto mais. Já compreendi que a luta é a estrada por trilhar. Luta por vida melhor a começar por nós mesmos. Entendo tudo o que tem ocorrido. Espero que os assuntos se harmonizem. Papai e você, minha querida velhinha, estão certos, procurando ajustar soluções.

Waltinho é uma riqueza de Deus em nossas mãos, no entanto, deve crescer com a nossa querida Su e preparar-se Para o futuro. Estamos alertas, fazendo o possível para que a familinha siga conosco em paz e segurança para a frente.

Com amor e paciência, não há problema insolúvel. Com Jesus em nossa vida, a vida não pode entrar em sombra. É preciso não esquecer o entendimento. Lembro-me dos professores, quando nos diziam da necessidade do diálogo… As dificuldades passaram e se surgirem de novo nesse ou naquele setor da vida, passarão também, porque Jesus não nos abandona.

Sobre a sua saúde, mãezinha, agradeço o conselho do nosso caro amigo, Dr. Edgard, pois, na verdade, com a assistência dele, as suas forças serão restauradas. Calma e fé. Não é necessário hospitalizar-se. Façamos a nossa meia-hora de paz, de absoluta serenidade, com a prece, diariamente.

Mãezinha, saudade é uma companheira nos dois lados da vida. Os que ficam aí choram pelos que voltam e os que voltam para cá se lamentam da falta de quantos aí ficam, esperando o tempo. E o tempo é um mestre invisível trabalhando aqui e aí — uma espécie de conselheiro que nunca nos deixa de apoiar com as sugestões precisas à obtenção da felicidade.

Não se aflija, minha velhinha querida, e sigamos em paz, pelos dias afora.

Estou trabalhando também e confesso que estou melhorando… Melhorando para ajudar. E espero que Deus me conceda a felicidade de cooperar em sua paz, em sua saúde.

Querida mãezinha, ao papai e aos irmãos, envio um abraço, o abraço em que a saudade e o amor têm partes iguais.

Nosso irmão Gerson está conosco e beija as mãos da mãezinha aqui presente. Comunica que tem pedido aos Mensageiros de Jesus por ela e pela Sandra.

É isso aí, querida mãezinha. Voltamos e ficamos, porque vocês, as mães, ficam, ou melhor, quando os nossos pais ainda permanecem no mundo. Choremos trabalhando, coloquemos a saudade em serviço do bem aos outros e andaremos certos. Procuremos esquecer-nos, em benefício do próximo e Deus se lembrará de nós para realizar por nós aquilo de que mais necessitamos.

Querida mãezinha, receba, com meu pai e todos os nossos, todo o coração de seu filho, sempre com o seu carinho na lembrança e no coração.




Walter
Francisco Cândido Xavier

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