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Capítulo XI

A dor


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Vi a Dor caminhando em negra estrada,

Qual megera da sombra, em noite escura,

E perguntei, ralado de amargura:

“— Por que nasceste, bruxa desvairada?”


“Por que ostentas a espada estranha e dura,

Sobre o seio da vida atormentada,

Reduzindo à miséria, cinza e nada,

Todo sonho de paz e de ventura?”


Mas a Dor respondeu: — “Cala-te, amigo!

Na torturada senda em que prossigo,

O veneno do mal morre infecundo.”


“Sem meu gládio que salva, pouco a pouco,

O homem padeceria cego e louco

Em tenebrosos cárceres do mundo!…”



(Psicografada em 28/6/1949 no Centro Espírita Amor ao Próximo, na cidade de Leopoldina, M. G.)



Antero de Quental
Francisco Cândido Xavier

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