Através do Tempo
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Jesus por nós
Não basta a experimentação científica a estender-se, indefinidamente, em afirmações provisórias, não obstante a respeitabilidade com que nos preside a evolução para a Esfera Superior.
Não basta, igualmente, a definição filosófica, muita vez, limitando os voos do espírito no rumo da glória a que se destina.
É imprescindível que o coração se erga ao cérebro, sublimando-lhe as mais íntimas cogitações, para que o amor clareie os caminhos da vida.
A nós outros, companheiros de lutas e experiências de outras eras, cabe agora o privilégio de anunciar as verdades novas…
Outrora, incompreensivos e rebelados, hostilizávamos o Senhor na pessoa daqueles que no-lo traziam no próprio exemplo.
Encastelados na aristocracia do ouro e do poder ou petrificados nos dogmas das igrejas, separados pela vaidade e pela discórdia, em muitas ocasiões, malversávamos as concessões do Alto, quando não nos consagrávamos à ironia e à perseguição, cercando-lhe o pensamento divino, através das mais deploráveis manifestações de ignorância e de orgulho, de egoísmo e crueldade, descendo, desiludidos e inconsequentes, aos desfiladeiros da treva.
Outrora, convertíamos a existência corpórea em instrumento de preservação da animalidade e do crime, depredando as promessas da luz, cristalizados que nos achávamos na furna de nossa própria miséria!.
Hoje, porém, o Espiritismo é a nossa porta de trabalho para a benção do reajuste.
Exumados da aflição e do nevoeiro que nos paralisavam os braços nos precipícios da sombra, somos agora trazidos pela Misericórdia d’Ele, Nosso Mestre e Senhor, à construção da felicidade humana que expressa nossa própria felicidade.
É por isso que, convidados ao campo de abençoada luta, não podemos olvidar nossa responsabilidade maior…
Cristo em nós para que o mundo se renove nas excelsas realidades do Espírito…
JESUS
em nosso pensamento para que saibamos entender e ajudar;
em nossas palavras a fim de que aprendamos a soerguer e auxiliar, ao invés de reprovar e ferir;
em nossos olhos e em nossos ouvidos para que venhamos a encontrar o bem com o esquecimento do mal;
em nossas mãos a fim de que nos decidamos a converter as horas em cânticos de trabalho edificante a favor do progresso comum…
E sobretudo, amigos, Cristo em nosso coração para que a Boa Nova não seja um tema vazio em nossos lábios, mas sim a própria melodia do Céu a exprimir-se na Terra, onde estejamos, em nome da nossa fé, cultivando a fraternidade e a confiança, a paz e a beleza, em refulgente antecipação do Reino de Deus…
Assim, pois, reunidos na oração, não nos esqueçamos de Jesus nas linhas de ação, dentro das quais, sem dúvida alguma, o Evangelho por nós é a palavra viva em que o mundo desfalecente compreenderá a infinita bondade de Nosso Pai, a imortalidade da alma, a intangibilidade da justiça e a luz sublime do amor que nos assegurará, por fim, a eterna alegria na eterna ressurreição.
(Psicografada em 19/7/1956 no Centro Espírita Caminheiros do Bem, na cidade de Araxá, MG.)
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