Através do Tempo
Versão para cópiaNo grande livro
Meditando estrada afora, Perceberás com clareza Que a vida fulge ensinando No livro da Natureza. Por sugestão de fé viva Ante a aflição que te invade, Recorda a força tranquila Do ninho na tempestade. Estendendo amparo a todos No culto da Lei Divina, A árvore não devora Os frutos que dissemina. Repara o incêndio no campo Que a tudo atinge e consome… A ambição é como fogo Que morre de gula e fome. Não censures nem condenes. Melhora a feição da estrada. O pão alvo nasce puro Da lama regenerada. Resguarde-te a paciência Se a dor te parece um mal. Contempla a rosa florindo Na ponta do espinheiral. Evita a lamentação. A mágoa que chega e fica Traz a queixa que parece A praga da tiririca. Por lição de lealdade A rota em que persevera, A andorinha brilha sempre Nas luzes da primavera. Mostrando que o bem é glória Na mais humilde expressão, O esgoto na moradia É a caridade no chão. Toda pessoa ociosa Cuja vida é sombra e nada Tem o perigo iminente Do poço de água parada. Serve a Deus em teu lugar. Pouco faz quem muito ousa. A galinha muito andeja Tenta o bote da raposa. Há quem traga insulto à fonte, Mas a fonte segue e vence-o, Por receber todo insulto Em melodia ou silêncio. Escutando a alma das coisas, No dever de cada dia, Entenderás pouco a pouco, A Eterna Sabedoria. |
(Psicografada em 4/7/1959 na Comunhão Espírita Cristã, na cidade de Uberaba, M. G.)
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