Enciclopédia de Isaías 11:1-1

Tradução (ARC) - 2009 - Almeida Revisada e Corrigida

Índice

Perícope

is 11: 1

Versão Versículo
ARA Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo.
ARC PORQUE brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará.
TB Então, do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes sairá um renovo que dará fruto.
HSB וְיָצָ֥א חֹ֖טֶר מִגֵּ֣זַע יִשָׁ֑י וְנֵ֖צֶר מִשָּׁרָשָׁ֥יו יִפְרֶֽה׃
BKJ E sairá um ramo do tronco de Jessé, e um Renovo se brotará das raízes dele.
LTT "Porque brotará um Rebento do tronco de Jessé, e, das raízes dele (Jessé), um Renovo ① dará frutos.
BJ2 Um ramo sairá do tronco de Jessé,[o] um rebento brotará das suas raízes.
VULG Et egredietur virga de radice Jesse, et flos de radice ejus ascendet.

Referências Cruzadas

As referências cruzadas da Bíblia são uma ferramenta de estudo que ajuda a conectar diferentes partes da Bíblia que compartilham temas, palavras-chave, histórias ou ideias semelhantes. Elas são compostas por um conjunto de referências bíblicas que apontam para outros versículos ou capítulos da Bíblia que têm relação com o texto que está sendo estudado. Essa ferramenta é usada para aprofundar a compreensão do significado da Escritura e para ajudar na interpretação e aplicação dos ensinamentos bíblicos na vida diária. Abaixo, temos as referências cruzadas do texto bíblico de Isaías 11:1

Rute 4:17 E as vizinhas lhe deram um nome, dizendo: A Noemi nasceu um filho. E chamaram o seu nome Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi.
I Samuel 17:58 E disse-lhe Saul: De quem és filho, jovem? E disse Davi: Filho de teu servo Jessé, belemita.
Isaías 4:2 Naquele dia, o Renovo do Senhor será cheio de beleza e de glória; e o fruto da terra, excelente e formoso para os que escaparem de Israel.
Isaías 9:7 Do incremento deste principado e da paz, não haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o firmar e o fortificar em juízo e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.
Isaías 11:10 E acontecerá, naquele dia, que as nações perguntarão pela raiz de Jessé, posta por pendão dos povos, e o lugar do seu repouso será glorioso.
Isaías 53:2 Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos.
Jeremias 23:5 Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra.
Jeremias 33:15 Naqueles dias e naquele tempo, farei que brote a Davi um Renovo de justiça, e ele fará juízo e justiça na terra.
Zacarias 3:8 Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens portentosos; eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo.
Zacarias 6:12 E fala-lhe, dizendo: Assim fala e diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e edificará o templo do Senhor.
Mateus 1:6 Jessé gerou ao rei Davi, e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias.
Lucas 2:23 (segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo macho primogênito será consagrado ao Senhor)
Atos 13:22 E, quando este foi retirado, lhes levantou como rei a Davi, ao qual também deu testemunho e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade.
Romanos 15:12 E outra vez diz Isaías: Uma raiz em Jessé haverá, e, naquele que se levantar para reger os gentios, os gentios esperarão.
Apocalipse 5:5 E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos.
Apocalipse 22:16 Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da manhã.

Notas de rodapé da LTT

As notas de rodapé presentes na Bíblia versão LTT, Bíblia Literal do Texto Tradicional, são explicações adicionais fornecidas pelos tradutores para ajudar os leitores a entender melhor o texto bíblico. Essas notas são baseadas em referências bíblicas, históricas e linguísticas, bem como em outros estudos teológicos e literários, a fim de fornecer um contexto mais preciso e uma interpretação mais fiel ao texto original. As notas de rodapé são uma ferramenta útil para estudiosos da Bíblia e para qualquer pessoa que queira compreender melhor o significado e a mensagem das Escrituras Sagradas.
 ①

"renovo": jovem ramo de árvore.


Livros

Livros citados como referências bíblicas, que citam versículos bíblicos, são obras que se baseiam na Bíblia para apresentar um argumento ou discutir um tema específico. Esses livros geralmente contêm referências bíblicas que são usadas para apoiar as afirmações feitas pelo autor. Eles podem incluir explicações adicionais e insights sobre os versículos bíblicos citados, fornecendo uma compreensão mais profunda do texto sagrado.

Referências em Livro Espírita


Francisco Cândido Xavier

is 11:1
Volta Bocage

Categoria: Livro Espírita
Capítulo: 0
Francisco Cândido Xavier
Bocage
Francisco Cândido Xavier

Fora ousadia de qualquer um “apresentar” Bocage. O estro maravilhoso do grande poeta português, que nasceu a 15 de setembro de 1765 e desencarnou a 21 de dezembro de 1805, é desses clarões que fulguram rubros acima de todo o horizonte: para que toda a gente os veja e admire.

Inquieto ou submisso, piedoso ou sarcástico, simples ou grandíloquo, inconsequente ou sentencioso — era o mesmo Bocage; era o jovem insatisfeito, que deixava a estrídula flauta de Pã capripede por tanger a langorosa lira de Orfeu ou a maviosa cítara de ; que tanto se arrojava aos pés da “ninja etérea, de puníceo manto”, “mãe dos Amores, das espumas filha, que o amor na concha azul passeia airosa”, como se alcandorava ao regaço “da imaculada Virgem sacrossanta”, “Virgem depois de mãe, mulher bendita”; que, sem de todo desprezar a Calíope de Camões e a Érato de Anacreonte, preferia, no entanto, a Polímnia de Bernardim Ribeiro. E foi com a lira que viveu; que só a quebrou, para refazê-la depois, ao se desatarem os liames que lhe cativavam a do Espírito ao casulo terreno.

À maneira do cantor de “Os Lusíadas”, a quem desejou imitar, indo à colônia portuguesa do Extremo Oriente, enaltecia o Olimpo e adorava o Céu. Ouçamo-lo cantar:


“Camões, grande Camões, quão semelhante

Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!

Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,

Arrostar c’o sacrílego gigante.


Como tu, junto ao Ganges sussurrante

Da penúria cruel no horror me vejo;

Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,

Também carpindo estou, saudoso amante.


Ludíbrio, como tu, da sorte dura

Meu fim demando ao céu, pela certeza

De que só terei paz na sepultura.


Modelo meu tu és… Mas, ó tristeza!

Se te imito nos transes da ventura,

Não te imito nos dons da Natureza.”


As Tágides o embeveciam, quanto estarrecido se quedava ante o portento da Via-láctea. Deleitava-lhe o íntimo a ambrosia de Júpiter, como lhe ardia o vinagre do inominável sacrifício do Calvário, lastimando estar no meio daqueles que por seus erros ofendem ao Pai e pelos quais o Cordeiro se deixava imolar:


“O filho do Grão-Rei, que a monarquia

Tem lá nos céus, e que de Si procede,

Hoje mudo e submisso à fúria cede

De um povo, que foi seu, que à morte O guia.


De trevas, de pavor se veste o dia,

Inchado o mar o seu limite excede,

Convulsa, a terra por mil bocas pede

Vingança de tão nova tirania.


Sacrílego mortal, que espanto ordenas

Que ignoto horror, que lúgubre aparato?!

Tu julgas teu juiz!… Teu Deus condenas!


Ah! castigai, Senhor, o mundo ingrato:

Caiam-lhe as maldições, chovam-lhe as penas,

Também eu morra, que também vos mato.”


Era Manuel Maria de Barbosa du Bocage um romântico por natureza; e na poesia, que lhe era a vida mesma, um lírico, índole esta que se lhe adivinhava já aos oito anos de idade! Em Setúbal nascera, numa época de transição literária, na qual a literatura de Portugal emergia do marasmo do pseudoclassicismo, ainda dominante no mesmo século XVIII, para o doce período do Romantismo. Desviando-se dos moldes clássicos, demasiado rígidos, Bocage pendeu para a escola que seria a do inolvidável Antônio Feliciano de Castilho: era a luva que se lhe ajustava, por independer de regras convencionais e por visar o efeito da expressão; era a imaginação e a sensibilidade sobrepondo-se à razão; era o individualismo, que não implicava, entretanto, qualquer óbice à expansão do gênio individual; era o desafogo dos sentimentos íntimos, revelados através da poesia lírica; era o instrumento que se oferecia ao poeta, vindo novamente ao planeta em época própria; era a expressão mesma do exuberante Espírito, ávido de desabafo em hinos à Natureza; e, com efeito, embora seu forte fosse o soneto, compôs vários gêneros da poesia, entre os quais odes satíricas e anacreônticas. Recordava talvez, assim, o poeta a Arcádia antiga, ou; ainda, aquele país imaginário de puro bucolismo, de pastores fiéis ao amor; e quem sabe não fora Bocage um deles?

Insatisfeito, como sempre, não lhe agradou o estilo da famosa “Arcádia de Lisboa”, sucessora das pitorescas escolas que reinavam desde o século XII e que viveu de 1757 a 1774. Em divergência com Francisco Manuel do Nascimento, conhecido por “Filinto Elísio”, que compunha odes segundo o modelo do clássico Horácio, fundou o “Elmanismo”, o grupo dos admiradores de “”, adotado na Nova Arcádia. Era seu pseudônimo “Elmano Sadino”, sendo “Elmano” o anagrama de Manuel e “Sadino” por ter o vate nascido às margens do rio Sado.

Temperamento irrequieto, defrontou-se, no mundo, com os distúrbios que ele mesmo propiciava. Sedento de paisagens, por mais íntimo contato com a Natureza, viajou, por profissão espontaneamente eleita, até longes terras, e mais além pretendia se não fora motivo de força maior.

O espírito de liberdade o não deixava repousar, e assim vibra:


“Liberdade, onde estás? Quem te demora?

Quem jaz que o teu influxo em nós não caia?

Por que (triste de mim!), por que não raia

Já na esfera de Lísia a tua aurora?


Da santa redenção é vinda a hora

A esta parte do mundo, que desmaia:

Oh! Venha… Oh! Venha, e trêmulo descaia

Despotismo feroz, que nos devora!


Eia! Acode ao mortal, que frio e mudo

Oculta o pátrio amor, torce a verdade,

E em fingir, por temor, empenha estudo.


Movam nossos grilhões tua piedade;

Nosso numen tu és, e glória, e tudo,

Mãe do gênio e prazer, ó Liberdade!”


A deplorável mentalidade da época mereceu, diversas vezes, a candente reprovação por parte do genial satírico, e Bocage “chibava” de rijo, sem peias nem rebuços, “na súcia dos tafuis”. Aumentava destarte sua própria angústia, que lhe nasceu desde que ficara órfão de mãe aos dez anos de idade. Essa índole buliçosa lhe custou amargos dias, sobretudo naquele período de vero despotismo, assim governamental, como religioso; perseguido, em consequência de linguagem desenvolta, entregaram-no as autoridades civis ao “Santo Ofício”, a pretexto de ofensas à Fé. Preferível lhe foi, por sem dúvida, o enclausuramento nos cárceres daquele tribunal, donde foi removido para um mosteiro e depois para o Hospício de N. Sª das Necessidades; as autoridades eclesiásticas o trataram, porém, com brandura e com a consideração que lhes merecia o talento do ilustre prisioneiro.

Não quero crer que os maus versos de Bocage, isto é, aqueles em que estrugia a “vil matéria lânguida” em rasgos de sangue moço, fossem a revelação de caráter inferior. Todas as paixões, com as quais se lhe procure denegrir a memória, são frutos da mesma árvore, são contingências desse misto de luz e de treva, desse milagre — divino privilégio! — de sol e caligem coexistentes em tão minúsculo âmbito do cárcere carnal e que se chama criatura humana. Tudo, ao contrário, revelava, no poeta, ascensão; tudo lhe estuava de vida intensa. Poderíamos dizer, por paradoxo, que o matara, não a míngua de energia, mas o excesso de vida; que cerrara os olhos à pletora de luz; que, à força de atropelar o trabalho de Cloto e de Láquesis, decidira Átropos escindir-lhe, duma vez, o fio mal tecido.

Cite-se, ainda, sua adesão, uns dois anos antes de partir para o “refulgente empíreo”, ao chamado "Grupo dos Filósofos", que com o “Grupo dos Fidalgos” e o “Grupo dos Brejeiros” formava espécie de academia no convento de São Vicente. Por que sua preferência pelo “Grupo dos Filósofos”? Por lhe parecer mais sincero nos propósitos: ao segundo mencionado pertenciam nobres enfatuados e vazios, com os quais a elevação de espírito do poeta absolutamente não se poderia coadunar; ao terceiro muito menos pudera dar apoio, pois nesse imperavam deidades muito diversas das musas.

Eis o Bocage, a quem o “das Gorgonas, das Fúrias negro bando” pretende lançar a pecha de “ser odioso, além de desgraçado”. Mas diz o forte bardo:


“Não me consterna o ver-me trespassado

Com mil golpes cruéis da desventura,

Porque bem sei que a frágil criatura

Raramente é feliz no mundo errado.”


Essa “desventura” não se resume só na sua existência farta de tribulações; deve entender-se também como o infame golpe de “buídos punhais”, que brandem não os “três vis algozes” de Inês de Castro, senão “a sussurrante, a vil Maledicência”, a “inveja pestilente” que “sobre o néctar, que a ventura por mãos de neve” oferecera ao poeta, cuspiu, e ainda cospe “lívidas gotas de infernal peçonha”.

Eis por que lhe saí da alma esta vibrante queixa:


“O rumor, que me ultraja, é fraudulento;

Senhor, meu coração não jaz corruto,

Corruto não está meu pensamento.”


Que sejam de verdadeiros os estouvamentos de que lhe havemos [dado] notícia: não seriam esses desvios um derivativo patente, como que espezinhamento da matéria, contra a qual o ardente Espírito se rebelava? Esgota a amarga taça da mocidade e, com esta, a si mesmo. Reconhece, porém, a inutilidade dessa luta feroz entre Espírito e matéria, pelas armas desta. Verifica, e não só em extrema hora, que os meios de vitória do homem não são os materiais, senão os espirituais, e lança aos ventos estes gemidos de remorso:


“Sim, erros cometi, mas erros choro,

Não com pranto sagaz, que a vista ilude:

Da abjeta hipocrisia ardis ignoro.”


Vemo-lo lançar aos ombros do homem a responsabilidade integral dos seus atos e o traçado do seu destino:


“Vós, crédulos mortais, alucinados

De sonhos, de quimeras, de aparências,

Colheis por uso erradas consequências

Dos acontecimentos desastrados.


Se à perdição correis precipitados

Por cegas, por fogosas impaciências,

Indo a cair, gritais que são violências

De inexoráveis céus, de negros fados.


Se um celeste poder tirano, e duro,

Às vezes extorquisse as liberdades,

Que prestava, ó Razão, teu lume puro?


Não forçam corações as divindades;

Fado amigo não há, nem fado escuro:

Fados são as paixões, são as vontades.”


E ainda afirma:


“……………………………………………….

Um Deus adoro, a Eternidade temo,

Conheço que há vontade, e não destino.”


Tais palavras desmentem o errôneo juízo que as autoridades formavam do “ímpio, cruel, sacrílego, blasfemo”, pois bem queriam vê-lo consumido em “língua voraz de labareda ardente”, naquele


“Bárbaro tempo! Abominosa idade,

As outras eras pelos Fados presa

Para labéu e horror da Humanidade!

Flagelos da virtude e da grandeza,

Réus do infame e sacrílego atentado

De que treme a Razão, e a Natureza!”


Diga-se, em consciência, se era “ímpio” quem assim raciocina:


“Qual novo Orestes entre as Fúrias brada

Infeliz, que não crês no Onipotente;

Com sistema sacrílego desmente

A razão luminosa, a fé sagrada.


Tua bárbara voz iguala ao nada

O que em todas as coisas tens presente;

Basta que o sábio, o justo, o pio, o crente

Louve a mão, contra os maus do raio armada.


Mas vê, blasfemo ateu, vê, monstro horrendo,

Que a bruta opinião, que cego expressas,

A si mesma se está contradizendo:


Pois quando de negar um Deus não cessas,

De tudo o inerte Acaso autor fazendo,

No Acaso, a teu pesar, um Deus confessas!”


E seja-nos permitido acrescentar, do mesmo bardo:


“Salve, princípio d’alma, etéreo lume!

Se um Deus não fora, que seria !

Existe o vate, porque existe o nume.”


Proclame-se “blasfemo” o cantor, que por todos os mortais — e entre esses os seus detratores, exora:


“Eterno Deus! Não longe de teus lares

Tépida nuvem de maldito incenso,

Dado ao negro Satã, perturba os ares.

Que tolerância tens, monarca imenso!

Por mais crimes, senhor, que o mundo faça,

Tudo releva teu amor intenso.

Desce, ah! desce dos céus, potente graça,

Difunde a santa luz, a santa crença

Pelos cegos mortais, que o erro enlaça!”


Tais versos, tão miríficos quão surpreendentes — pois da autoria de alguém a quem se atribuem vilezas —, bem poderiam figurar na presente dúzia, ora brindada através do lápis do excelente Francisco Cândido Xavier; entretanto, forjou-os o Espírito ainda enclausurado.

Contra os “sacrílegos”, que o perseguiam por sectarismo, cabe o anátema, por desfigurarem a Imagem Sagrada:


“Um Ente, dos mais entes soberano,

Que abrange a terra, os céus, a eternidade;

Que difunde anual fertilidade,

E aplana as altas serras do oceano:


Um nume só terrível ao tirano,

Não à triste mortal fragilidade;

Eis o Deus, que consola a Humanidade,

Eis o Deus da razão, o Deus d’:


Um déspota de enorme fortaleza,

Pronto sempre o rigor para a ternura,

Raio sempre na mão para a fraqueza:


Um criador funesto à criatura;

Eis o Deus, que horroriza a Natureza,

O Deus do fanatismo, ou da impostura.”


Aludindo à profecia de Isaías: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emmanuel” (Isaías, cap. VII, v. 14), (Is 7:14) estendida no cap. XI, (Is 11:1) que, por ser longo, aqui não podemos transcrever, tem o poeta o seguinte surto:


“Queimando o véu dos séculos futuros

O vate, aceso em divinais luzeiros,

Assim cantou (e aos ecos pregoeiros

Exultaram, Sion, teus sacros muros):


«O justo descerá dos astros puros

«Em deleitosos, cândidos chuveiros,

«As feras dormirão com os cordeiros,

«Suarão doce mel carvalhos duros;


«A Virgem será mãe; vós dareis flores,

«Brenhas intonsas, em remotos dias;

«Porás fim, torva guerra, a teus horrores.»


Não, não sonhou o altíssono Isaías;

Ó reis, ajoelhai; correi, pastores!

Eis a prole do Eterno, eis o Messias!”


Em comentário aos dois mundos — o daqui e o d’além — encontramos estes versos magistrais dum mesmo soneto, em que o vate lamenta a partida duma das irmãs para a pátria espiritual:


“…………………………………………..

O que é do céu ao céu restituíste,

Restituíste ao nada o que é do nada.

“………………………………………..

E cativeiro para o justo a vida,

A morte para o justo é recompensa.”


Ideias estas pura e lidimamente cristãs — na ampla acepção do termo — poderiam também haver sido agora ditadas pelo poeta já liberto no Espaço; versos que se enquadram na genuína escola da poesia lírica, que tanto apreciava a repetição de palavras, como a que notamos nos transcritos.

Bocage, um “ateu”, que consagrou a Deus quatro ou cinco sonetos e ao Cristo três; que à Virgem dedicou um, além de quatro cantos, dois dos quais compostos para solenizar a festividade de 8 de dezembro!

E agora pasme, leitor, com esta revelação da lei do “Carma”:


“Nas páginas fatais é tudo eterno!

O que se escreve ali jamais se risca.”


Eram, outrossim, do estilo o contraste e o confronto: a este respeito, os sonetos pela primeira vez hoje divulgados são também exemplo vivo. Recordemos o seguinte, que todo o escolar sabe de cor:


“Nos campos o vilão sem sustos passa,

Inquieto na corte o nobre mora;

O que é ser infeliz aquele ignora,

Este encontra nas pompas a desgraça.


Aquele canta e ri; não se embaraça

Com essas coisas vãs que o mundo adora;

Este (ó cega ambição!) mil vezes chora,

Porque não acha bem que o satisfaça.


Aquele dorme em paz no chão deitado,

Este no ebúrneo leito precioso

Nutre, exaspera velador cuidado.


Triste, sai do palácio majestoso;

Se hás de ser cortesão, mas desgraçado,

Antes ser camponês e venturoso!”


Não sei se fora justo, do ponto de vista em que nos colocamos, um paralelo entre Bocage e o protagonista Jorge, de “A Viuvinha”, de José de Alencar. Bem creio que, como o estróina rapaz, cuja alma se conservara alheia à agitação da matéria e isenta do lodo onde se afundaram os bens herdados, o Espírito do poeta, vagando por altíssimas regiões, nestas permanente morada havia, longe do vício que lhe era estranho.

Houve quem julgasse Bocage “um fruto da sua época”: seria uma justificação do estranho proceder do rapaz, mas afirmativa cediça, que se repete sem reflexão. Comentando esse juízo, outro crítico não perdoa ao melodista lusitano as inegáveis fraquezas, alegando que nem todos os coevos de Bocage se permitiram arrastamento pelas correntes daquele tormentoso trecho da vida portuguesa. Outro assevera que “veio ao mundo fora do seu tempo”: que difícil que é a vida!

Para mim, o problema está malposto. Dizer que alguém seja “fruto da sua época” é, de certo modo, negar-lhe individualidade, o que é patentemente falso; cada um de nós tem uma personalidade, pela qual se distingue dos demais homens e pela qual é responsável no âmbito coletivo: isto, em primeiro lugar. Frutos duma época seriam milhões de criaturas, que, entretanto, se diferençam tanto quanto (para seguir a mesma imagem) se formassem em épocas distintas; e, para demonstrá-lo aos que assim raciocinam, basta alçar os olhos àquela outra afirmativa, tão generalizada: “era um homem fora da sua época”. Em segundo lugar, a própria asserção do segundo crítico, a que aludimos, desmente este conceito; buscando aviltar o grande vate, observa que outros homens procederam, na mesma época, de modo bem diverso e, ao seu ver, bem mais digno.

As criaturas animadas não são “frutos do seu tempo”, quais frutos da mesma árvore. A estes não lhes cabe a culpa de ser amargos, nem a glória de ser doces; a estes não poderiam ser comparadas aquelas, que têm uma consciência; se assim fora, adeus responsabilidade, mérito e demérito! Observadores que tais veem de esconso o complexo problema humano; como fonte das faculdades anímicas enxergam tão somente a matéria, aquela que receberia, de pronto, as influências do meio e que agiria a seguir, de moto próprio.

Não se pode, por evidente, negar a influência do meio sobre o indivíduo, como não se pode deixar de reconhecer a do corpo físico sobre o Espírito; mas daí afirmar que alguém seja “fruto da sua época”, o que vale dizer “do seu meio”, vai infinita distância. A não ser um Cristo, ao que saibamos, todos os Espíritos, que aportem às plagas terrenas, hão de sofrer das injunções do ambiente-espaço e do ambiente-tempo; a matéria, de que ainda se acham revestidos — abstração feita mesmo do material mais grosseiro e palpável — há de ter sombra, de receber sombra, de projetar sombra, até que fuja a essa condição alcançando a radiosidade do Mestre, que em torno de si, por maravilha, só despede luz e em cujo diáfano corpo não encontram guarida as sombras dos mortais.

O problema, dissemos, está malposto. Desejam, os que menos do que os espiritualistas atingimos, afirmar uma verdade maior do que supõem. É fato que, por inferiores que somos — uns mais abaixo, outros mais acima —, tem a época, em que reiniciamos o ciclo da vida, influência, maior ou menor, sobre o nosso Espírito. Os menos evoluídos serão, necessariamente, os mais tocados pelo meio, o qual tem, por natureza, mais de material do que de espiritual; os golpes lhes ferem a pele de mais rijo e a reação lhes é proporcionalmente mais intensa. Tendo material menos delicado, sentem-se atingidos com extrema violência, por oferecer tanto maior resistência: lembra-nos aqui a fábula do carvalho e do caniço; e ainda aqui nos vêm à mente as palavras, sempre judiciosas, do Mestre, sobre a não-resistência aos maus.

Ocupando nosso planeta uma ordem relativamente inferior, é, pois, natural que seus habitantes; em grande maioria, sofram, de modo mais profundo, os embates desagradáveis de tal círculo. Os próprios Espíritos elevados, que se dignam baixar entre nós, sejam os que encarnam, sejam os que fortuitamente nos procuram para dar conselhos ou que a nós se afeiçoam para guiar-nos, padecem da pestilência em que nos debatemos; é-lhes enorme sacrifício o contato conosco, da mesma sorte que verdadeira caridade é a preciosa abnegação de médicos e enfermeiros em colônia de leprosos: nunca seremos demasiado gratos a uns e outros desses missionários.

O que não veem os materialistas, nem mesmo os que não admitem o princípio da reencarnação, é que o Espírito encarna em época própria, para nela encontrar as condições que deve preencher para seu progresso e para o avanço da coletividade, restrita ou planetária, a que é destinado. E inconsequente o espiritualista que, admitindo a alma, pretende seja esta criada no momento em que deva receber um corpo material, responsabilizando-a, a seguir, por atos que a condenarão por todo o sempre ou que lhe trarão louros de vitória a ser usufruída em algum hipotético Nirvana.

Se, pois, descemos em determinada época e em lugar fixado, então e aí devemos cumprir um destino, de acordo com o plano dos nossos Maiores, que opinam ser a nossa tarefa útil, não só a nós mesmos, como a todos com quem passemos a conviver. Não seremos, assim — é claro —, “frutos da época”, mas deparamos com uma época, em que possamos desenvolver as capacidades adquiridas e receber outras, utilizando umas e outras na medida de nossas posses e consoante nossa vontade.

Essa liberdade de ação é um dos mais fulgurantes traços do plano do Altíssimo, e por ela ninguém é forçado a seguir este ou aquele rumo, principalmente na esfera moral. No campo científico é compreensível que os estudiosos estejam ligados às teorias dominantes; ainda assim, os de maior visão lançam novas concepções, combatidas, muitas vezes, pelos rotineiros. Sobre questões filosóficas semelhantes considerações se podem expender; mas, é força convir, o mesmo não se dará na esfera moral.

Insta distinguir entre a ciência da matéria, a filosofia e, dentro desta, em particular, a moral. Ao homem impoluto não lhe enodoam a roupa branca os salpicos da vasa mundana. A ciência adquire-se, como a filosofia se aceita; a moral, porém, é parte essencial do Espírito, e este só se inclinará para o mal por virtude de sua própria imperfeição; isto é, seus atos são filhos do próprio mal que nele reside: não são “filhos do seu tempo”, senão desse outro Saturno que demora na alma e que se chama o “homem velho”.

Bocage, como todas as criaturas humanas, viveu na sua época própria; deixou-lhe traço indelével duma pena sui generis; formou estilo, imprimiu personalidade a um tempo em que a literatura atravessava fase indecisa; suas ideias trouxe-as ele consigo, para firmá-las no ambiente que devera, naquela hora, receber mais largos horizontes; moldou o que era informe e pôs-lhe rutilante sinete, que jamais se extinguirá, nem mesmo perderá de brilho.

Hoje, na ilustre escola do Espaço, banhado na alvinitente luz de tão sábia companhia, pôde eleger o rumo que lhe convinha e tirar do embate dos sentimentos que o dominavam — bons e maus — aqueles que realmente o impeliam para o Alto nas asas do seu Pégaso. Instruiu-se e hoje nos ensina; e, por não perder a fibra, concede-nos admoestações, inspiradas, agora, pela Divina Musa da Redenção.


Vejamos, porém, leitor, o reverso da medalha, no tocante à apreciação do gênio que estudamos.

Não somente “crespa de serpes, hórrida Maldade” investe contra o grandioso vate que, ostentando “rico diadema de radioso esmalte”, “colheu no Olimpo o antídoto da morte”. Ainda naquela época procelosa., em que se debatia o pensamento nas garras — já bem aparadas — duma congregação de abutres, é-nos grato ler o relatório do censor João Guilherme Cristiano Muller, membro do Desembargo do Paço e deputado da Mesa da Comissão Geral sobre o Exame e Censura dos Livros:


“No manuscrito que Vossa Majestade me mandou ver pela portaria retro, apresenta o seu prendado autor novas produções do seu raro talento que lhe assegurara um lugar distinto entre os vates insignes lusitanos, aos quais ainda a posteridade fará justiça.

“Poesias ternas que penetram o coração, e onde, de vez em quando, luzem vislumbres de esclarecida filosofia, cativando a participação dos espíritos mais meditativos do que sentimentais, fábulas graciosas, que ensinam a prática das virtudes as mais benéficas e promovem a intuição de verdades nunca assaz ponderadas, misturadas com traduções que patenteiam tanta familiaridade do seu autor com as belezas das línguas dos originais, como também o seu acesso no santuário dos mais recônditos tesouros do idioma vernáculo, e com epistolas, odes e epodos altissonantes, nos quais desenvolve toda a força de um gênio culto e transcendente, unido intimamente com uma fantasia inesgotável poética: numa palavra, tudo quanto pode servir de documento de um gosto eminente para os mais admiráveis produtos de todos os tempos e de todas as regiões do nosso mundo, de mão dada com a singular destridade de o transplantar sobre o pátrio chão, enquanto neste se cultivam com igual diligência e feliz sucesso os seus próprios: de tudo isto é a presente coleção um elegante florilégio. Bem pena é ser inevitável que se mostrasse em muitos lugares a influência da atmosfera túrbida, carregada e penosa, debaixo da qual o autor plantou grande parte deste rico jardim. Felizmente, porém, se percebe mais o efeito lamentável disto sobre a mente aflita do poeta, que sobre as flores e frutos encantadores das vergônteas que regou com os eflúvios de seu pranto, em cujo afago a sua musa sempre conserva menos o caráter de ministra de inumanas e indecorosas paixões, do que ditames da razão, moralidade e mimosa discrição, pronta a sacrificar tudo o que pode tentar a fraqueza humana a pecar contra respeitáveis leis, boa ordem social e tranquilidade civil e doméstica. Eis aqui as observações que resultaram do exame deste manuscrito, e sobre as quais se escora o meu parecer, que haverá poucos tão dignos da faculdade que o suplicante solicita. Vossa Majestade, porém, ordenará o que for servida.



No “Dicionário de Rimas Luso-Brasileiro”, de Eugênio de Castilho, “correto, aumentado e precedido de um prefácio e de um compêndio de versificação pelo Visconde de Castilho”, encontramos a seguinte afirmativa, que bastaria para encerrar esta breve Apreciação:


“O soneto português, podemos dizer sem exageração, nasceu com Bocage, e com Bocage morreu.”


Vamos, porém, dar a palavra ao nosso imortal Olavo Bilac, em elogio ao sublime árcade:


“Em Portugal, a arte de fazer versos chegou ao apogeu com Bocage e depois dele decaiu. Da sua geração, e das que a precederam, foi ele o máximo cinzelador da métrica. A plástica da língua e do metro; a perícia ao ensamblar das orações e no escandir dos versos; a riqueza e graça, do vocabulário; o jogo sábio e, às vezes, inesperado das vogais e das consoantes dentro da harmonia da frase; a variação maravilhosa da cadência; a sobriedade das figuras; a precisão e o colorido dos epítetos; todos estes difíceis e complicados segredos da arte poética, cuja beleza e variedade às vezes escapam até aos mais cultos amadores da poesia e aos mais argutos críticos literários, e que somente os iniciados podem ver, compreender e avaliar; esta consciência, este gosto, esta medida, este dom de adivinhação e de tato, de que os artistas natos têm o privilégio, tudo isto coube a , tudo isto se entreteceu no seu talento. Depois dele, Portugal teve talvez poetas mais fortes, de surto mais alto, de mais fecunda imaginação. Mas nenhum o excedeu nem o igualou no brilho da expressão.”


Melhor o louve o mesmo príncipe da poesia brasileira, não em linhas corridas, como acima, senão em belíssimo soneto, homenagem digna dum poeta a outro poeta. Ainda mais admiremos Bocage através dessa admiração de quem, por autoridade inconteste, podia avaliar quanto merece talento de tal porte.

E agradeçamos a Deus o mimo que hoje nos oferece o Espírito do bardo lusitano — essas flores de luz, em que se transmudaram as pérolas que colhia do fundo do aguaçal:


“A BOCAGE


  Tu, que no pego impuro das orgias

  Mergulhavas ansioso e descontente,

  E, quando à tona vinhas de repente,

  Cheias as mãos de pérolas trazias;


  Tu, que do amor e pelo amor vivias,

  E que, como de límpida nascente,

  Dos lábios e dos olhos a torrente

  Dos versos e das lágrimas vertias;


  Mestre querido! viverás, enquanto

  Houver quem pulse o mágico instrumento

  E preze a língua que prezavas tanto;


  E enquanto houver num canto do Universo

  Quem ame e sofra, e amor e sofrimento

  Saiba, chorando, traduzir no verso.”


E, para, encerrar esta Apreciação, apliquemos ao genial seus próprios conceitos a um amigo que se fora da Terra:


“Neste dia, em que o véu mortal despiste,

Dias eternos te confere a Sorte.

Se longe do universo errado, e triste,

Triunfa teu espírito fulgente,

Imortal entre nós teu nome existe.”



“Bocage, esse desconhecido…”



Referências em Outras Obras


CARLOS TORRES PASTORINO

is 11:1
Sabedoria do Evangelho - Volume 1

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 20
CARLOS TORRES PASTORINO
MT 2:19-23

19. Mas, tendo morrido Herodes, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito,


20. dizendo: "Levanta-te, toma contigo o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel, pois já morreram os que procuravam tirar a vida do menino".


21. Levantando-se tomou o menino e sua mãe e voltou para a terra de Israel.


22. Tendo ouvido porém que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; e avisado em sonhos, retirou-se para os lados da Galileia,


23. e foi morar numa cidade chamada Nazaré, para cumprir o que foi dito pelos profetas: "ele será chamado nazoreu".


Após a morte de Herodes, novamente funciona a mediunidade onírica de José: em sonhos um "anjo"
manda-o regressar à "terra de Israel", como ainda hoje se diz: ςκ מפץ יׁשך José obedeceu de imediato e (segundo Mateus) dispunha-se a regressar a Belém, quando "ouve dizer" que lá governava Arquelau, filho de Herodes. Instala-se nele o medo. Realmente, à morte de Herodes (4 A. C. ) Arquelau tinha 18 anos; mas como os judeus se opuseram a seu reinado, revoltando-se por não ter sido deposto o sumosacerdote Joasar, ele mandou matar 3. 000 judeus (Josefo, Ant. Jud. XVII, 9, 1). Mas à noite, outro sonho esclarece-o, indicando-lhe que se dirija à Galileia, "a uma cidade chamada Nazaré". Como estamos vendo, essa cidade constituía para Mateus uma "novidade" absoluta. Parece que José e Maria nem a conheciam. Como conciliar com as palavras de Lucas, de que eles eram da cidade de Nazaré, isto é, que lá tinham nascido e residiam normalmente? Teria sido mais fácil dizer que do Egito regressaram à sua cidade de Nazaré ... pois lá eles possuíam casa, a oficina de carpinteiro de José, os parentes e amigos.

Entretanto, Mateus desconhece tudo isso, mostra-o desejoso de ir para Belém (fazer o quê?) e só o aviso "em sonho" o faz dirigir-se para Nazaré, como se fora um local que eles pisassem pela primeira vez. E ainda explica: "para que se cumprisse a profecia, que o chama NAZOREU". Nem é "nazareno" ...


Esse gentilício é usado quatro vezes por Marcos e duas vezes por Lucas. Mas o próprio Mateus emprega duas vezes nazoreu, que é utilizado uma vez por Lucas, três vezes por João, e sete vezes por Atos.


Eram assim chamados (nazoreus) os cristãos por volta do ano 60 (AT 24:5). O Talmud denomina Jesus o NOZRI, e chama os cristãos NOZRIM.


Notemos que não há profecia alguma que diga dever o Messias ser chamado "nazareno" nem "nazoreu" . A única frase que poderia ser aplicada seria a de Isaías (Isaías 11:1) quando diz que "do tronco de Jessé sairá um rebento, e de suas raízes sairá um renovo (= nezêr) que frutificará. E o Espírito de YHWH se deterá nele". Tendo Mateus apresentado Jesus como o último rebento (o renovo) na genealogia, pode ter feito mentalmente uma aproximação, embora forçada.


Depois de viver algum tempo no isolamento da meditação, fora de seus consanguíneos e amigos, o Homem-Novo galgou mais alguns passos no aprendizado espiritual, e precisa voltar à atividade entre o povo, a fim de aproveitar o que aprendeu, ensinando-o e exemplificando-o.


No entanto, o regresso à multidão ignara e materialista, viciada e incompreensiva, ainda não é aconselh ável a quem não esteja suficientemente amadurecido e firme nos novos rumos. É-nos isso ilustrado com os fatos ocorridos com Jesus. Iluminado pelo Alto (avisado pelo anjo) o intelecto (José) resolve ir para o meio religioso do próprio povo (Judeia = louvor a Deus). Mas percebe que lá ainda domina a intransigência religiosa, talvez perseguidora. Já não é mais aquele materialismo cego e perverso que procurava sufocar e matar o espiritualismo puro: já é "filho"; isto é, já avançou um pouco e está acima do vulgo (Arquelau = arch é + laós = "chefe do povo"), mas assim mesmo constitui perigo para o iniciante porque, mesmo no ambiente religioso, conserva as características da intolerância e do fanatismo estreito, que não pode perceber as luzes intensas da espiritualidade crística, mas apenas vê o lado externo e popular do espírito da religião.


Entra o intelecto novamente em oração e, ainda uma vez, recebe a inspiração de não afrontar o oficialismo religioso com sua presença. Resolve, pois, refugiar-se nas "regiões fechadas" (Galileia), entre aqueles que praticam o espiritualismo não oficial, e vai estabelecer sua morada na cidade de Nazaré, isto é, na dedicação a Deus (nazireato), para que se realize o que é predito por todos os conhecedore "será chamado nazoreu ou nazireu", ou seja, homem consagrado a Deus, de corpo e alma, vivendo no mundo e em prol do mundo, mas sem ligar-se ao mundo.


Figura "A VOLTA DO EGITO" - Pintura de Bidu, Gravura de Edouard Girardot
is 11:1
Sabedoria do Evangelho - Volume 4

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 26
CARLOS TORRES PASTORINO

JO 7:25-36


25. Diziam, então, alguns hierosolimitanos: "Não é este aquele a quem procuram matar?


26. E eis que fala abertamente, e nada lhe dizem. Será que as autoridades verdadeiramente reconheceram que este é o Cristo?


27. Mas nós sabemos donde ele vem. E quando vier o Cristo, ninguém saberá donde é ele".


28. Então Jesus ergueu a voz no templo, ensinando e dizendo: "A mim conheceis e sabeis donde sou: e eu não vim de mim mesmo mas é verdadeiro aquele que me enviou, a quem vós não conheceis.


29. Eu o conheço, porque venho dele e ele me enviou".


30. Procuravam, pois, prendê-lo; mas ninguém pôs as mãos sobre ele, porque ainda não chegara sua hora.


31. Mas muitos do povo creram nele, e diziam: "Quando vier o Cristo, fará mais demonstrações do que este homem fez?


32. Os fariseus ouviram a multidão murmurar essas coisas a respeito dele, e os principais sacerdotes e os fariseus mandaram seus empregados para prendê-lo.


33. Mas Jesus disse: "Ainda um pouco de tempo estou convosco; depois vou para quem me enviou.


34. Procurar-me-eis, e não me encontrareis; e onde eu estiver, vós não podeis ir".


35. Perguntavam, pois, os judeus entre si: "Aonde estará ele para ir que não o acharemos? Acaso estará para ir à Dispersão dos gregos, e ensinará aos gregos?


36. Que palavras são essas que ele disse: procurar-me-eis e não me encontrareis, e: onde eu estiver, não podeis ir"?


Entre os moradores de Jerusalém, alguns havia que conheciam a disposição das autoridades. Provavelmente os "mais velhos" que, embora leigos, participavam do Sinédrio, ao lado dos fariseus e escribas.


Estes admiravam-se de ver o desembaraço e a "petulância" com que Jesus enfrentava os poderosos, falando abertamente no Templo, sem constrangimento nem medo; e também estranhavam a omiss ão dessas autoridades, que O não prendiam logo, a fim de terminar aquele "abuso". Ou seria que, finalmente, O haviam reconhecido como o verdadeiro Messias?


Nasce-lhes no espírito, todavia, a objeção: o Messias devia aparecer repentinamente, segundo a opinião vulgar generalizada (cfr. Justino, Diál. c. 8), embora se soubesse que viria "da semente de Davi" (2SM 7:12; SL 132:11; IS 11:1; JR 18:15; "Salmos de Salomão", 17:21), e que nasceria em Belém de Judá (Miq. 5:2; MT 2:5; JO 7:42).


Jesus ergue a voz (grego: "grita", ékraxen) para uma declaração solene, afirmando que a origem do Messias não deve ser buscada no nascimento físico, mas na proveniência espiritual. Entretanto, os "judeus" não conhecem o Pai como deviam, e, por isso, não percebem a realidade. Jesus, porém, conhece o Pai (cfr. MT 11:27; LC 10:22 e JO 6:46) e pode garantir que provém Dele.


Essa nova afirmativa, que os "judeus" bem compreenderam e por isso mesmo a julgaram blasfematória (cfr. JO 5:18) reacende neles o propósito de eliminá-Lo. Não se tratava mais da questão do sábado (JO 5:16 e JO 9:16), mas das palavras que comentamos. Não passaram, contudo, à ação, porque "não chegara a hora" (cfr. JO 12:25, JO 12:27; 13:1; 16:21; 17:1). A razão que deram, de seu ponto-de-vista, é que temiam a reação popular (cfr. MT 21:46).


O apoio do povo a Jesus crescia com o destemor e a veemência de Suas afirmativas, e os fariseus o perceberam: aumentava o número dos que O aceitavam. Mister agir com rapidez. Recorrem então aos sacerdotes principais para que, com seus empregados (hypêrétas), que constituiam quase uma "polícia" (cfr. JO 7:45, JO 7:46; 18:3, 12, 18, 22, 36; e 19:6) providenciassem a captura de Jesus, por meio de um mandato legal.


Jesus volta-se para o povo e, com um enigma, lhe anuncia a partida próxima para o mundo espiritual: em breve se ausentaria fisicamente, desaparecendo da vista deles. E subiria tão alto, que ninguém ali teria capacidade de acompanhá-Lo aonde Ele ia. As autoridades, no entanto, mostram-se perplexas ante o enigma: para onde pretenderia Ele ir? Para os israelitas da dispersão? Para os judeus helênicos?


Para os próprios gregos? E repetem, entre si, as palavras de Jesus, em busca de uma interpretação, sem conseguir descobri-la. Na simples hipótese formulada de que poderia ir para falar aos gregos (toús Héllênes) confirma-se a teoria de que Jesus falava o grego. Se assim não fora, como poderia ser entendido na Grécia?


Na época atual o mesmo ocorre. Não aceitamos os Manifestantes divinos que nos declaram clara ou veladamente sua origem. Tudo o que sentimos não possuir, negamo-lo que outros possuam. Como pode "ele" ter aprendido? Como saberá mais que "nós" que temos tantos títulos acadêmicos e universit ários e falamos tantos idiomas? E somos louvados por tanta gente? De onde veio? Ora, como tendo nascido numa aldeola do interior, pode ser superior a "nós" que nascemos na capital? E, sendo filho de operários, como poderá saber mais que "nós", que temos linhagem aristocrática? Faz coisas admiráveis? Prestidigitação... Diz coisas notáveis? Mistificação... Contraria nossos pontos-de-vista? Obsidiado!


... Fala coisas que não entendemos? Louco! E assim recusamos qualquer palavra do Alto, qualquer chamamento que pretenda tirar-nos da comodidades físicas ou mentais que conquistamos por meio dos raciocínios viciados de nosso confortável materialismo personalístico. Só aceitamos, mesmo, quando o que ele diz concorda com os nossos "pontos-de-vista", quando aprova nossas emoções, quando nos elogia e engrandece as paixões... Então, sim, é um Enviado do Alto!


Assistimos ao início da grande luta entre a Mente intuitiva da individualidade e o intelecto discursivo da personagem, entre o espírito e a matéria, entre o eterno e o temporal, entre o divino e o humano. A Mente revela, o intelecto recusa. A Mente afirma, o intelecto nega. A Mente mostra, o intelecto fecha os olhos. A Mente fala, o intelecto tapa os ouvidos. Parece tratar-se de dois seres que falem duas línguas diferentes, e um não entenda o outro.


Realmente, pertencem a dois planos distintos. E sempre assim ocorre entre a individualidade (mente) e a personagem (intelecto). Nosso "eu" vaidoso e pequeno, jamais quer ouvir a intuição que vem do coração e nos convoca a evoluir. Começamos a opor-lhe os raciocínios mais abstrusos e até sofismas, para fazê-la silenciar.


A mesma dificuldade de serem entendidos sentiram e sentem todos os "iniciados" diante dos profanos e todos os espiritualistas diante dos "religiosos" ordodoxos. Esse mesmo caminho que foi imposto a Jesus pelas autoridades religiosas de Sua época, também o foi pelas de épocas mais recentes: Giordano Bruno, João Huss, Joana d"Arc e milhares de outros iniciados que traziam espiritualidade à Terra, foram martirizados, torturados, queimados ou decapitados pelos altos hierarcas eclesiásticos, sob acusações pesadas de lhes não obedecerem. As vozes divinas eram silenciadas à força. E hoje mesmo, depois de ser expressada "oficialmente" uma boa-vontade específica de união entre os crentes, na prática os óbices são insuperáveis, ou quase.


Temos, então, dois planos diferentes em choque. O plano superior da individualidade ou Espírito (pneuma), a urgir a personagem ou alma (psychê) para que abandone mâyâ (a realidade transitória e, portanto, ilusória), para acompanhar-lhe o vão espiritual. Mas a personagem - apegada às aparências da forma, às ligações do sangue (etéricas), às emoções da paixão, ao prazer do intelectualismo vaidoso e cônscio de seu valor no mundo físico, à grande e terrível ilusão de um "merecimento" que só produz o efeito de prender a criatura aos ciclos reencarnatórios dos karmas coletivos - recusa-se e ameaça de "prisão" (?) o Espírito que a perturba em sua vida tão agradável no conforto dos gozos dos sentidos!


Não lhe importa o que o Espírito ensina, com a voz "silenciosa" dos apelos "inenarráveis" (cfr. Rom. 8:26). Os sentimentos íntimos da personagem desarvorada, a vogar por sobre as ondas do encapelado oceano do calidoscópio terreno, parece-lhe totalmente secretos e impossíveis de serem percebidos por outrem, e até mesmo por seu próprio Espírito. Daí rir-se de qualquer chamado espiritual.


Chega então o último aviso: "ainda um pouco de tempo estou convosco; depois voltarei para quem me enviou; procurar-me-eis e não me encontrareis, e onde eu estiver, vós não podeis ir".


Essa frase é das mais sérias, encerrando ensinamento avançado, que merece meditação profunda e longa. Daremos, apenas, ligeiro resumo para ser apreciado e estudado.


O Espírito é a individualização da Centelha Divina que está EM TUDO. Temos, nele, portanto, uma entidade, um SER, que é eterno por sua origem divina, embora ele mesmo tenha tido, ao individualizarse, um "ponto de partida". Entretanto, uma vez individualizado jamais se extinguirá no infinito da eternidade, porque possui, de direito, a "vida eterna". Iniciando-se "simples e sem saber", essa entidade (esse ser) plasma para si, em gradação evolutiva, "corpos" que a ajudem a galgar, no ambiente terreno, seu progresso ilimitado. Esses corpos são, por isso, cada vez mais aperfeiçoados, de acordo com a evolução que vai obtendo o próprio Espírito que, partindo do átomo, sobe pelos minerais, vegetais e animais até atingir a intelectualização nos hominais.


Nesse grau, já consideramos esses corpos "personagens" dotadas de psychê (sensações, emoções e intelecção) com um consciente próprio e desperto de Sua existência, o chamado "consciente atual".


Essa é a única consciência que vige nesse plano. Para atingir o consciente profundo da Individualidade é indispensável aprendizado, conhecimento, exercício e vivência, que é conquistada com a evolução gradativa e lenta.


Verificamos, pois, que encontramos NUM SÓ SER REAL, uma dualidade de princípios, uma duplicidade de conscientes: um, naturalmente desperto. Outro, ainda adormecido. Porque o consciente profundo (da individualidade) só vai despertando aos poucos, gradativamente, através das incontávei "vidas" e das conquistas experimentais do aprendizado evolutivo - da mesma forma que o consciente atual que, no recém-nascido, está adormecido, e também gradativamente vai despertando, à proporção que a criança cresce, experimentando e aprendendo. A individualidade não surge perfeita, mas antes "simples e sem-saber". Desenvolve-se através do lento e longo aprendizado que faz, através de inúmeras vivendas no plano físico. A personagem, cônscia de sua existência através dos sentidos e da intelecção, comanda toda a vida terrena. A outra, a individualidade, vai evoluindo e preparando-se até despertar para, então, substituir-se à personagem, com seu consciente profundo vindo à tona e assumindo a direção total do SER ÚNICO. Porque, repitamos, a personagem é uma condensação ou manifestação em plano mais denso, da individualidade que a criou para poder agir nos planos astral e físico, a fim de colher experiências e evoluir. Mas, sendo embora uma coisa só, UM SÓ SER, contém em si duplo consciente.


Acontece, então, que a personagem, cônscia de si (compos sui) e ignorando a individualidade (que, em muitíssimos casos, também se ignora a si mesma) possui capacidade específica de ação e livrearbítrio.


E como é guiada pelo consciente dela própria, pode opor-se a individualidade eterna, quando esta já tenha evoluído bastante para destacar-se e agir de per si; neste caso, a personagem tornaselhe adversária ("diabo") ou antagonista, isto é, olhando as coisas de um ângulo (gônia) oposto (anti), o que é designado em hebraico com o termo "satanás".


Repisemos: a criação da personagem constitui, na realidade, uma transmutação que se opera na própria individualidade, ou seja, o pneuma se transforma (metamorphosis) na psychê, tomando a aparência (prósôpon, "persona" ou máscara) de uma personagem com seu nome "particular" Então a personagem (psychê) é a própria individualidade (pneuma) que vibra em frequência mais longa (mais baixa).


Mas, embora vibrando inicialmente em faixas relativamente próximas, aos poucos a individualidade se distância muito da personagem, pois séculos e milênios de exercício, de aprendizado e de automatização de experiências, fazem a individualidade alcançar grande progresso e plena conscientiSABEDORIA DO EVANGELHO zação, que nem sempre consegue fazer exteriorizar na personagem que plasma, em vista de injunções múltiplas (karmas individuais e coletivos, hereditariedade, ambiente social, etc. etc. ) . Assim, com o caminhar evolutivo, muito mais rápida e solidamente se eleva a individualidade, embora com dificuldade consiga que as personagens que cria lhe acompanhem a elevação; e, após determinado ponto da escala, já consciente de si, tão diferentes e distantes são as faixas vibratórias entre ambas, que parecem seres distintos, especialmente porque o consciente profundo da individualidade, ao penetrar nas zonas pesadas da matéria, revive memórias e automatizações antigas, não conseguindo filtrar-se através do consciente "atual" da personagem, que se encontra vivamente desperto. E ao mesmo tempo, nos momentos em que consegue "destacar-se" da personagem, SENTE o peso desta, e anseia por libertarse.


Um exemplo concreto (embora grosseiro porque se passa na matéria) talvez facilite a compreensão do que acontece a uma individualidade já desperta, quando em contato de direção de uma personagem.


Suponhamos o grande e saudoso Jaime Costa que, em nosso exemplo, figurará a individualidade.


Para atuar no palco, fá-lo-emos assumir, conscientemente, em três dias consecutivos, três papéis diferentes (três personagens).


Então, primeiro "nesce" no palco com a figura de D. João VI. E enquanto exteriormente a representa, ele não filtra para D. João VI a consciência própria de Jaime Costa, deixando desperto e ativo apenas o consciente "atual" de D. João VI, e assumindo-lhe todas as características. Com efeito a individualidade já evoluída está consciente de si, porque, se o não fora, não poderia desempenhar satisfatoriamente seu papel. É pela longa experiência adquirida através do aprendizado vivo e real de personagens várias e numerosas vividas no palco, que o ator, (individualidade) adquiriu a técnica (arte) da representação, atingindo evolução plena (ator "perfeito"). O mesmo se dá na individualidade em relação à personagem encarnada. Então, o consciente de Jaime Costa se transforma no consciente "atual" de D. João VI, abafando, para não atrapalhar a personagem, o seu próprio consciente "profundo" de Jaime Costa. Mas acontece que, ao terminar a representação, "morre" no palco D. João VI, e então Jaime Costa reassume plenamente seu consciente profundo, levando mais uma experiência de "vida" no palco, e portanto, mais evoluído do que quando a começou.


No dia seguinte, Jaime Costa, (individualidade) novamente "nasce" no palco como D. Pedro I, e os mesmos fenômenos ocorrem: seu consciente "profundo" de Jaime Costa é abafado pela personagem de que se reveste, chegando a esquecer-se de que ele existe, no meio das circunstâncias e do ambiente que o cerca, e só ficando desperto o consciente "atual" de D. Pedro I, com suas características vibráteis e agitadas. Aproveitemos, para focalizar um exemplo de karma: nesse papel, ou nessa personagem, D. Pedro I tropeça e cai, torcendo um pé. Quem caiu foi D. Pedro I, a personagem. Mas quem sofre realmente a dor é a individualidade Jaime Costa que, ao "morrer" no palco D. Pedro I, sai mancando.


No outro dia, ocorre que Jaime Costa "nasce" de novo no palco com o nome de D. Pedro II. O consciente profundo do ator é ainda "abafado" pela personagem criada, só ficando desperto o consciente" atual" de D. Pedro II, que entra no palco mancando. A personagem D. Pedro II nada sabe do tombo da personagem D. Pedro I; mas a individualidade Jaime Costa, que foi a mesma em ambos os casos, SABE que caiu no papel de Pedro I, e portanto aceita o defeito que surge em D. Pedro II, como efeito de causa passada. E no papel de D. Pedro II continua mancando, e talvez quando se libertar dessa personagem Jaime Costa não tenha conseguido curar-se da dor, e levará consigo o pé torcido, que o fará sofrer até a cura final (resgate total do karma).


Verificamos, então, que a personagem e a individualidade são UM SER SÓ, embora consciente em dois planos diferentes, pois Jaime Costa, nos papéis que desempenha, conserva sua consciência profunda, ainda que as personagens representadas NÃO POSSAM nem tomar conhecimento da existência do ator, pois isso estragaria a representação.


Só quando a personagem plasmada atinge, ela mesma, por impulso interno de ânsia de progresso, determinado grau de elevação intelectiva, chegando a perceber e conhecer a existência da individualidade, (consciente profundo, Eu Interno) é que sente a necessidade imperiosa de voltar a ela. Neste ponto, a personagem, consciente de si na consciência "atual", busca unir-se ao consciente "profundo" e, para isso, aprende a mergulhar nas águas do poço profundo do coração. E dela, da personagem (embora silenciosamente insuflada pela individualidade) é que tem que partir o primeiro passo para o Sublime Encontro. Só depois desse passo inicial é que a individualidade responde com clareza, manifestandose abertamente e confirmando que sua busca foi coroada de êxito. Nesse ponto, pois, a personagem passa a SENTIR em si, plenamente, o duplo consciente, o "atual" e o "profundo", e aos poucos vai conseguindo substituir um pelo outro, anulando o consciente "atual" ("negue-se a si mesmo") e deixando que funcione atualmente o "consciente profundo". Então, já não é mais a "personagem" ("Paulo") que vive na consciência atual, mas é "o Cristo que vive nele".


No plano espiritual, o Espírito (pneuma) que assume o papel de "espírito" (psychê) com sua personagem transitória no palco da vida, tem, pois, uma ação muito mais substancial (embora menos material) que no plano físico. Assim, se Jaime Costa, por qualquer motivo, retirar seu "corpo" do palco, a personagem que ele "vive" desaparecerá totalmente. Mas no plano espiritual as coisas não se passam assim: a individualidade pode retirar-se da personagem, sem que esta desapareça de imediato do cenário da vida.


Pedimos redobrar a atenção para penetrar o pensamento que vamos expor.


A personagem (psychê) é limitada e circunscrita à forma, reproduzida pelo corpo físico que sobre ela se molda ("a alma é a forma substancial do homem", Tomás de Aquino, Sum. Theol. p. 1, q. 76, a. 4, contra). Por isso, para a encarnação, o Espírito (pneuma) precisa primeiramente plasmar com fluidos do plano astral a forma corpórea-fluídica, a qual agrega a si, no líquido amniótico, a matéria; ou, explicando mais corretamente: no ventre materno, as células astrais se materializam, conservando o corpo físico a mesma forma característica do corpo-astral.


Essa psychê nasce e morre, e tem como função animar (ou vivificar) o corpo material, sendo por isso chamada ánima ou "alma". Como a evolução da maior parte da humanidade ainda está muito retardada, ocorre que o fenômeno também é lento em sua execução. Já o Espírito evoluído que vibra no plano hominal (búlddhico, arúpico ou "sem-forma") tem que plasmar-se um corpo astral cada vez que mergulha no condensado material. Ao desfazer-se este no plano físico, o corpo astral dura mais algum tempo (em geral cerca de quarenta dias) no plano astral, e também se desfaz, regressando o Espírito (pneuma) ao plano mental.


Mas com o Espírito que ainda não se acha nesse estágio evolutivo e se compraz no astral (plano animal) com suas ilusões, não sucede assim: uma vez criada a personagem (psychê) no plano astral ela reencarna e permanece tão envolvida nos fluidos animais do astral que, ao perder o corpo físico, não sai do plano astral: nele permanece com a mesma psychê (mantendo até mesmo o nome que tinha na Terra), até encarnar de novo. E assim sucessivamente durante milênios, pois a isso esteva habituado, por causa dos milênios em que assim fazia, enquanto evoluía através do estágio animal.


Ora, o Espírito (pnema, individualidade) pode, por vezes, alçar voo mais altaneiro; ou, talvez, esteja preso à encarnação apenas por algum Karma bom ou mau do passado; mas quer avançar mais depressa (motus in fine velocior). Então poderá utilizar-se do mesmo expediente a que se habituou quando atravessava os "reinos" mineral, vegetal e animal, vale dizer, quando plasmava concomitantemente, milhares ou milhões de formas densas, colhendo experiências e aprendizado através de todas elas. Esse modo de agir não apresenta dificuldades para o Espírito (pneuma) porque ele não está limitado nem pela forma, nem pelo tempo, nem pelo espaço, nem pela dimensão. Sendo, pois, ilimitado e adimensional, pode encontrar-se em qualquer lugar físico ao mesmo tempo, consciente em todos eles, animando simultaneamente qualquer número de tormas densas. A isso, normalmente, os ocultistas denominam "alma-grupo" ou " alma-coletiva".


Como funciona essa "alma-grupo", podemos aprendê-lo ao estudar o complexo "homem". Nós temos um "espírito" (psychê) ou alma, que governa todo o nosso corpo físico. Ora, o corpo físico é constituído de alguns trilhões de células, cada qual com sua Centelha Divina e com seu corpo astral, condensado em sua exteriorizacão físico-material. No entanto todos esses trilhões de células (que evoluirão até constituir cada uma delas um ser plenamente consciente ou humano, daqui a milênios sem conta), estão regidos por uma única "alma-grupo", que é nossa psychê, a qual sendo UMA, adquire experiências concomitantemente através desses trilhões de seres celulares, cada qual com sua própria e ainda subdesenvolvida psychê.


O Espírito (pneuma), tal como a alma (psychê) também pode colher experiências ao reger simultaneamente várias psychês, como se fossem outras tantas células de um só corpo, apenas mais distantes umas das outras, ou seja, com os "espaços intercelulares" maiores.


Como, porém, o Espírito (pneuma) é inespacial, isso não constitui óbice para ele. Pode levar sua consciência a qualquer ponto, assim como pode nossa psychê levar sua consciência a qualquer das células de nosso corpo, desde que ela apresente qualquer anomalia: dor ou prurido, sensação de frio ou calor, etc. Pode fixar-se a consciência em qualquer das células, ou numa determinada célula em particular ou em todo o conjunto delas simultaneamente, por mais numerosas que sejam.


Ora, da mesma forma que, quando o "espírito" (alma ou psychê) se retira do corpo físico, desligandose das células, cada uma delas prossegue "viva" em seu estado vegetativo, na qualidade de "vermes", alimentando-se da matéria até que se extingam quando lhes termina o pábulo, ou passando a outros estados (Se esses vermes não se extinguissem, os nossos "cemitérios" teriam seu solo superpovoado de" bichinhos ", o que não sucede na realidade), assim também pode a individualidade (pneuma) retirar-se de Uma personagem (psychê) para continuar alhures sua subida evolutiva, ou simplesmente para regressar a seu plano mental, sem que obrigatoriamente essa psychê desapareça da existência: pode continuar "vegetando (embora com intelecto), mas sem a presença da individualidade. Judas Tadeu (o" irmão" de Jesus) assim descreve esses casos em sua Espínola (vers. 19): houtoi eisin hoi apodieirízontes, psycbikoi, pneuma mê échontes, isto é: "estes são os que se separam, psíquicos, não tendo Espírito". Realmente, tem apenas a psychê, são apenas uma personagem com corpo físico, sensações, emoções e intelecto, ou seja, com todo o psiquismo, mas sem o pneuma que se ausentou.


Seria como uma " associação" de homens, fundada e dirigida por um presidente. Se este se retirar, a sociedade continuará, até que seus membros se dispersem, desfazendo-se então o conjunto. Entretanto, a sociedade pode continuar tal, mesmo sem seu presidente-fundador, em virtude da capacidade adquirida por seus próprios membros.


Assim o agrupamento de células que constituem o corpo e o psiquismo, pode manter-se unido e funcionando automaticamente em virtude do hábito que já se tenha tornado instinto, mesmo que o pneuma se tenha retirado, até que terminada a vitalidade do conjunto, este desmorone e se desfaça em suas partes constitutivas. Além disso, o intelecto e seu "consciente atual" podem permanecer regendo o conjunto e garantindo-lhe a unidade até o término do fluido vital ou da vitalidade do todo.


A ausência do pneuma não traz maiores problemas físicos nem psíquicos, pois o pneuma simplesmente plasmou (mas não criou) algo que já existia; é pois uma causa segunda, sendo a causa primeira a Centelha divina. E esta não se retira, porque está EM TUDO: no pneuma, na psychê, na matéria e em cada uma das células. Ora, se a causa primeira "criadora" e sustentadora permanece, a causa segunda, simples "plasmadora" pode ausentar-se sem prejuízo da existência da personagem; talvez ocasione nela, apenas, um amortecimento, mas não necessariamente a morte.


Ao lhe morrer o corpo físico, essa psychê sem pneuma entra no plano astral e aí permanece até desfazerse e também "morrer", quando lhe termina ai, vitalidade.


Da morte da psychê (ou segunda morte) há vários trechos escriturísticos que falam: "não temais os que matam o corpo mas não podem matar a psychê" (MT 10:28; vol. 3. º); "quem acha sua psychê a perderá, e quem na perder por minha causa a achará" (MT 10:39; vol. 3. º e MT 16:25, vol. 4. º): " quem quer que coma dele (o pão da vida) não morrerá" (JO 6:50; vol. 3. º); "todo o que crê em mim nunca jamais morrerá" (JO 11:26); etc.


No entanto, existe a possibilidade de o pneuma voltar a reanimar aquela mesma psychê, se o resolver, antes que ela se desfaça, reassumindo-a para continuar, através dela, a colher experiências. E isso lhe é possível porque nada impede que, sendo o pneuma adimensional, atemporal, inespacial, ilimitado e Eterno, possa ele conduzir e adquirir experiências, concomitantemente, através de diversas persona gens, no mesmo país ou em países diferentes (cfr. a obra do Dr. Ed. Bertholet: "La réincarnation d"apres l"enseignement d"un Ami de Dieu, le Maitre Philippe de Lyon", éd. Pierre Genillard, Lausanne, 1960).


Essa possibilidade é-nos ensinada já há milênios, desde que Moisés escreveu: "Deus criou o homem (o pneuma) à sua imagem, homem e mulher os criou" (GN 1:27). Quando o pneuma, que possui em si ambos os sexos, se plasma concomitantemente uma personagem masculina e uma feminina, para colher experiências em ambos os aspectos psíquicos, agindo simultaneamente em ambos, temos aí a origem da antiga teoria das "almas gêmeas", isto é, das psychês gêmeas. Nunca, porém, se ouviu nem se ouvirá falar de "espíritos gêmeos".


As "almas gêmeas" muito dificilmente se encontram. Interessa ao pneuma colher experiências diferentes, em ambientes díspares, e não lado a lado, na mesmo ambiente. O a que vulgarmente chama "almas gêmeas" são, no máximo, almas afins. Outro esclarecimento; o pneuma precisa estar bastante evoluído para conseguir dirigir mais de duas psychês. Dizem os Adeptos que jamais acima de nove.


São casos raríssimos e quase isolados, só realizados por seres excepcionais.


Tanto o sentido é esse, que Moisés apresenta o pneuma CRIADO antes; e só em GN 2:7 é que vem ensinar a FORMAÇÃO (não criação) do corpo do homem, "plasmado do pó da terra" (isto é, da poeira cósmica, cfr. vol. 3. º) e da psychê que lhe foi "insuflada pelas narinas", tomando o corpo um "ser vivente". E isso é confirmado por Zacarias (Zacarias 12:1), quando afirma que "Deus FORMOU A PSYCHÊ (ruah) dentro do homem".


Ocorrendo, assim, as coisas, como vimos, podemos compreender a frase da individualidade (Jesus) às personagens, em seu sentido pleno: "ainda um pouco de tempo estou convosco, depois vou para quem me enviou; procurar-me-eis e não me encontrareis, e onde eu estiver vós não podeis ir". De fato, jamais a psychê poderá chegar ao plano do pneuma: antes disso terá sido desfeita.


is 11:1
Sabedoria do Evangelho - Volume 7

Categoria: Outras Obras
Capítulo: 13
CARLOS TORRES PASTORINO

MT 22:41-46


41. Estando reunidos os fariseus, perguntou-lhes Jesus,

42. dizendo: "Que vos parece a respeito do Cristo? De quem é filho"? Disseramlhe: De David.

43. Disse-lhes: "como então David, em espírito, chamouo Senhor, dizendo:

44. Disse o Senhor à meu Senhor, senta à minha direita, até que ponha teus inimigos sob teus pés?

45. Se, pois, David chama-o Senhor, como é filho dele"?

46. E ninguém pode responderlhe uma palavra, nem ninguém ousou mais interrogálo desde esse dia.

Mc 12:35-37


35. E respondendo, Jesus disse, ao ensinar no templo: "Como dizem os escribas que o Cristo é filho de David?

36. O próprio David falou no espírito, o Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor, senta à minha direita, até que ponha teus inimigos sob teus pés.

37. O próprio David di-lo Senhor, donde pois, é filho, dele"? Grande multidão ouvia-o com satisfação.

34b E ninguém ousava mais interrogá-lo.


Lc 20:41-44


41. Disse-lhes: "Como dizem ser o Cristo filho de David?

42. Pois o próprio David, no livro dos Salmos, diz: Disse o Senhor ao meu Senhor, senta à minha direita,

43. até que ponha teus inimigos escabelo de teus pés.

44. David, pois, chama-o Senhor como então é filho dele"?

40. E não ousavam mais perguntarlhe nada.



Depois de ter sido posto à prova, como se tivesse sido "examinado" a respeito de Seus conhecimentos, tendo-Se saído bem de todos os quesitos que Lhe foram propostos, volta-se agora o Mestre e lança uma só pergunta, dirigida ao grupo de fariseus ali na expectativa. E de tal sutileza foi, que nada puderam responder, nem mesmo conseguiram sair do embaraço com um sofisma! Só o silêncio. Emudeceram.


E depois disso, "ninguém ousou mais fazer-lhe perguntas": o Mestre estava muito acima de todos eles, reconheciam-no, e nada adiantava terçar armas de inteligência e de conhecimento. Só poderiam vencê-lo, como queriam, com as armas da violência. E, como todos os involuídos do Antissistema, apelaram para a violência, cuidando destruí-Lo, sem sequer desconfiar que essa mesma violência por eles praticada representava um imperativo histórico, e provocou para Ele a conquista de mais um passo evolutivo e a vitória total sobre a "morte".


Isso ocorre com frequência entre as criaturas do pólo negativo: pensando que destroem, provocam evolução; crendo deter, impulsionam maior velocidade; julgando que derrubam, elevam; pretendendo matar, dão vida mais abundante.


Jesus pede as opiniões deles a respeito do Cristo (no sentido de "messias"). "De quem é filho"? A resposta poderia ter sido dada por qualquer pessoa, qualquer criança israelita: filho de David. A referência é dos protetas: IS 11:1; JR 23:5; JR 30:9; JR 33:15; Ez. 34:23; 37:24; Os. 3:5; Amós, 9:11.


Isaías o diz "saído do tronco de Jessé" (l. c.) ; denomina-o Immanu-ei" ("Deus conosco"); e qualifica-o de "maravilhoso conselheiro, poderoso Deus, eterno pai, príncipe da paz" (IS 9:6), que os LXX traduzem como "Anjo do Grande Conselho". Miquéias (Miquéias 5:2) diz que "as saídas do messias são desde os tempos antigos, desde a eternidade", e Daniel afirma que o Filho do Homem tem origem celestial e se apresenta diante do "Ancião dos Dias" (DN 7:13). Também os apócrifos dizem o mesmo (cfr. 4. º Esdras e Henoch, 37:71).

A exegese bíblica era o "forte" dos fariseus e escribas. Todos os textos eram estudados e perquiridos (embora, na prática, apenas intelectualmente), mas muitos trechos resultavam obscuros, inexplicáveis, incompreendidos. É um desses trechos que Jesus sorteia como ponto de exame, embora sabendo que todos eles "cristalizariam" diante do enunciado da pergunta.


O Salmo (110:1) é citado pelo texto dos LXX: "disse o Senhor ao meu Senhor", pois o texto hebraico massorético está: "disse YHWH ao meu Senhor".


E a pergunta sibilina: se é filho dele, como o chama Senhor?


Os comentaristas das teologias ortodoxas escapam da dificuldade dizendo simplesmente que em Jesus há duas naturezas, a humana, descendente de David, e a divina, como segunda pessoa da Trindade.


Entreviram a realidade, mas não na compreenderam in toto, por faltar-lhes dados concretos de um conhecimento que foi perdido através das gerações, que se voltaram para as exterioridades, perdendo contato com as liçôes-mestras das iniciações antigas.


Provém a confusão da má interpretação dos textos escriturísticos, tomados à letra e moldados segundo teorias prefabricadas, ao invés de serem olhados no sentido em que foram escritos. Daí confundirse causa com efeito, atribuindo ao Cristo o segundo lugar ao invés do terceiro, na expressão da Divindade, esquecendo-se, ao mesmo tempo, a imanência, e só se considerando a transcendência. Daí o conceito distorcido e o privilégio incompreensível, da Divindade imanente só em Jesus, ao passo que em todas as outras criaturas estava imanente o Diabo, de cujas mãos o messias teria vindo arrancar a humanidade...


Essa concepção teológica, basicamente distorcida, foi causa de muitos outros erros consequentes.


Voltando, porém, ao verdadeiro conceito da Trindade considerada em Seus três ASPECTOS (não trê "pessoas" - embora nos primeiros tempos, a palavra "pessoa" em latim e "prósôpon" em grego, significassem realmente "aspectos", "aparências"), e colocando a sequência na ordem certa: (1) Espírito Santo; (2) Palavra Criadora, Som; (3) Cristo (Filho Unigênito), como representação de tudo o que existe espiritual e material (efeito do SOM que é a causa, e resultado da condensação da LUZ e do SOM incriados) - tudo se esclarece e explica com lógica irrespondível, de acordo com a verdade (isto é, com a verdade que pode ser atingida por nós atualmente, da mesma forma que a explicação dada e que criticamos, era a única verdade possível de ser captada pela evolução dos estudiosos daquela época).


Atualmente, pelo contato refeito com as doutrinas iniciáticas antigas (sobretudo através do Espiritismo, da Rosacruz e da Teosofia) torna-se clara e evidente a pergunta de Jesus, que distingue categoricamente o CRISTO, de JESUS (como o fará mais taxativamente ainda no próximo capitulo MT 23:10). Baseado na ignorância dos fariseus e escribas não iniciados, coloca-os diante de uma pergunta que jamais poderiam responder.


Hoje é compreensível o ensino, pois já foi revelado, não obstante possibilite, ainda, duas interpretações:

I - CRISTO CÓSMICO


A LUZ (Espírito-Santo), baixando Sua vibração, produz o SOM (Logos, Verbo, Palavra) que, como PAI, gera as vibrações perceptíveis do CRISTO CÓSMICO (filho realmente UNIGENITO) que dá origem a tudo ("todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada foi feito", JO 1:3) e sustenta tudo, porque está imanente, dentro de tudo: "O Verbo (Pai) se fez (transformou-Se em) carne (matéria) e construiu seu tabernáculo dentro de nós" (JO 1:14).


Esse Cristo Cósmico, portanto, o terceiro aspecto que a Trindade assume, está DENTRO DE TUDO, e nós O denominamos didaticamente, o Cristo INTERNO, a Centelha Divina, o Átomo Monádico, etc.


Em nós outros, a personagem é demais grosseira e O oculta totalmente, sendo Ele como uma lâmpada acesa dentro de um revestimento de barro opaco e rude. Em Jesus, ser humano evoluidíssimo, o revestimento da personagem estava purificado: é como uma cobertura de cristal puríssimo, que deixa ver a lâmpada acesa em seu interior. Por isso, olhando para Jesus, vemos nele O Cristo em todo o Seu esplendor. Essa visão começou a dar-se quando, em profundo ato de humildade, Ele aniquilou a sua personalidade, ao submeter-se ao mergulho diante de João Batista, seu inferior hierárquico. Foi a última renúncia de Jesus, ao seu eu menor personalístico, anulado daí em diante. Por isso, Ele passou a denominar-se, com justiça, JESUS, O CRISTO.


Daí dizermos que os cristãos das religiões ortodoxas não deixam de ter sua razão, quando afirmam que em Jesus havia duas naturezas: a humana (Jesus) e a divina (o Cristo). Só que eles limitam a Jesus esse que lhes parece um "privilégio", quando, ao invés, isso deverá ocorrer com todos os seres.


II - CRISTO-MAYTREA


A segunda interpretação prende-se à Fraternidade Branca - a Hierarquia que se manifesta em Shamballa - e que está, no planeta Terra, como representante da Verdadeira Fraternidade Branca Suprema, existente num planeta da constelação de Sírius, constelação que é o núcleo central da molécula de nosso Universo, molécula denominada pelos cientistas de Galáxia, da qual nosso Sistema Solar é simples átomo.


Anteriormente, o Cristo Cósmico se tornou visível em outro ser humano, cujo nome é Maytréa, e por isso também Ele é denominado Maytréa o Cristo.


No Supremo Conselho da Fraternidade Branca de Shamballa, sob a chefia de Sanat Kumara (que a Bíblia denomina Melquisedek ou o Ancião dos Dias - e em Hebreus (Hebreus 5:6) é dito claramente que Jesus era "sacerdote da Ordern de Melquisedek, e por meio da 5. ª iniciação, na cruz, se tornou sumosacerdote dessa ordem (HB 5:10 e HB 6:20 -) existe uma Hierarquia de Seres que dirigem a evolução do Planeta. Vamos tentar esclarecer, dentro de nossas parcas possibilidades.


O Apocalipse de João, em seu cap. 4. º, descreve a visão que ele teve da sede dessa Fraternidade Branca no mundo espiritual (Shamballa). Aí viu um trono, "no qual estava sentado UM", e ao lado desse trono outros vinte e quatro, onde se achavam outros tantos anciãos de vestes brancas, coroados de ouro: é o que conhecemos como o "Grande Conselho de Shamballa".


Diante do trono havia "sete Tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus", assim representados os chefes dos sete Raios; e ainda em redor do trono "quatro Seres viventes", simbolizando os denominados três Buddhas ("iluminados") mais o Cristo-Maytréa.


Representante dos sete Espíritos de Deus (cfr. cap. 5), e englobando em si a força deles (sete chifres) e o conhecimento deles (sete olhos), um dos sete sacrificou-se, encarnando na Terra com o nome Jesus, e por seu sacrifício de amor foi comparado a um Cordeiro que, ao regressar, recebeu as homenagens de todos e a glorificação merecida.


O "UM", sentado no trono, é, exatamente, o "Ancião dos Dias" ou Melquisedek (Sanat-Kurnara) a Quem Jesus denomina "O Pai", afirmando ser "UM com Ele".


Segundo essa teoria, alguns místicos - embora aceitando como legítima a primeira tese que expusemos - atribuem a classificação de "Cristo" a um lato diferente. Ou seja, durante o ministério de Jesus encarnado no planeta, e a partir do mergulho diante de João Batista, o Cristo-Maytréa uniu-se a Ele, e os dois trabalharam identificados durante aqueles anos. No momento em que Jesus se submetia à quinta iniciação, na Cruz ("morte de Osíris"), é que o Cristo-Maytréa deixou que Ele galgasse sozinho esse degrau de tão grande importância, permanecendo-Lhe ao lado, embora não unificado com Ele.


Em conclusão, pois, dizem esses místicos que o atributo "Cristo" é devido à união com Maytréa, e não pela permeabilização total do Cristo Cósmico em Jesus - ainda que essa permeabilização tenha sido real, mas não perceptível ao ponto de justificar o atributo. A outra união (com Maytréa), sendo mais fácil de perceber-se, é que lhe provocou o título de Cristo.


Hipótese que pode ser aceita, mas que não invalida a outra. A palavra Christós em grego significa precisamente "ungido", ou seja "permeado" pela Força Cristônica divina (como ocorre com Maytréa) e não simplesmente "mediunizado" nem "unificado" a outro ser humano, ainda que esse outro ser esteja, ele mesmo, "permeado" pela Força Cristônica.


Julgamos, pois, - salvo erro de nossa parte, o que é bem possível que a primeira tese é mais válida, sem que afaste a hipótese de que Maytréa o Cristo tenha trabalhado unido a Jesus, o que nos parece perfeitamente lógico e viável.


* * *

Por fora desses que, à época, eram "segredos iniciáticos", os letrados nas Escrituras - título que bem exprime o que eram: intérpretes da letra - não podiam perceber o alcance da pergunta, e calaram. O ponto sorteado para exame era de curso superior, e eles estavam no curso primário: só o silêncio lhes cabia.


Mas a tese ficou posta, para que a humanidade, mais tarde, pudesse basear-se nessas palavras a fim de penetrar o sentido profundo e oculto.


Mas não podemos deixar de salientar o que se diz de David: que falou "em espírito", isto é, mediunizado por um Espírito que era Santo: escreveu divinamente inspirado.


Salientemos, ainda, a diferença importantíssima que existe entre os dois termos: a DIVINDADE ABSOLUTA, Suprema e Impenetrável, e DEUS, termo que se refere a um Espírito-Guia.


Os deuses tinham manifestações várias, de acordo com sua evolução própria, desde o Deus-Máximo da Terra, Melquisedek, o Ancião dos Dias até o Deus Guia-Nacional dos judeus, o "nosso" Deus, YHWH, e os guias individuais de cada criatura.


A hierarquização é segura e rígida, mas todos, por falta de outro termo, são chamados "deuses": os elohim que plasmaram como arquitetos o planeta e presidiram à evolução de todos os seres e do homem, que eles fizeram à sua semelhança; os elohim que dirigiam outras nações, embora alguns bem atrasados ainda, como Moloch, Baal, etc., de espírito sanguinário; os elohim que dirigiam o Egito, a Grécia, a Fenícia, a Babilônia, a Caldeia, a Índia, Roma, as Gálias, etc. etc., todos eram denominado "Deus".


Nem por isso, entretanto, se justifica o crasso erro histórico de classificar esses povos de "politeístas" no sentido moderno dessa palavra, pois embora os "deuses" (Espíritos-Guias) fossem numerosos, a DIVINDADE SUPREMA era urna só para todos (a massa ignara do povo é que não entendia isso, como até hoje).


Eles eram "politeístas", sim, mas no sentido que os antigos emprestavam a esse termo: reconheciam muitos Espíritos Guias (deuses). E o "monoteísmo" mosaico apenas dizia reconhecer UM ÚNICO ESPÍRITO GUIA para todos os israelitas: YHWH, e proibia contato psíquico com outros Espíritos-Guia "estrangeiros" ...


Todos, porém, - pelo menos os espíritos evoluídos - só aceitavam uma Divindade Suprema e Absoluta.


Nasceu a confusão da ignorância que via, nos Espíritos Guias, a Divindade Máxima, coisa corriqueira aos indivíduos profanos, que jamais passaram pelas Escolas iniciáticas, existentes desde o longínquo passado (e diga-se de passagem: que ocorreu até mesmo entre os próprios israelitas e seus sucessores, os católicos, que elevaram o Espírito Guia YHWH à Suprema Divindade, personalizando e dando forma humana ao Absoluto...) .



Comentários Bíblicos

Este capítulo é uma coletânea de interpretações abrangentes da Bíblia por diversos teólogos renomados. Cada um deles apresenta sua perspectiva única sobre a interpretação do texto sagrado, abordando diferentes aspectos como a história, a cultura, a teologia e a espiritualidade. O capítulo oferece uma visão panorâmica da diversidade de abordagens teológicas para a interpretação da Bíblia, permitindo que o leitor compreenda melhor a complexidade do texto sagrado e suas implicações em diferentes contextos e tradições religiosas. Além disso, o capítulo fornece uma oportunidade para reflexão e debate sobre a natureza da interpretação bíblica e sua relevância para a vida religiosa e espiritual.

Beacon

Comentário Bíblico de Beacon - Interpretação abrangente da Bíblia por 40 teólogos evangélicos conservadores
Beacon - Comentários de Isaías Capítulo 11 do versículo 1 até o 16
E. O REBENTO DO TRONCO DE JESSÉ, Is 11:1-10

Este é o terceiro retrato messiânico no Livro de Isaías. O primeiro foi uma profecia acerca do Emanuel no capítulo 7; o segundo, o Conselheiro Maravilhoso no capítulo 9. Agora vem o grande antítipo de Melquisedeque, o Rei da Justiça e Paz. Ele representa a Vara da Justiça em contraste com a Assíria que representa a vara da ira do Eterno.

1. A Personalidade do Messias (11:1- - 3a)

a) Sua origem (11.1). Isaías vê o Messias como um Rebento do tronco (toco) de Jessé, e um renovo das raízes da família de Jessé. Ele surge como um rebento com nova força e vigor alcançando a vida a partir da morte. Nosso Senhor não só emergiu da dinastia davídica, mas, e de forma mais significativa, de uma humanidade decaída e pecaminosa. Ele tornou-se a Árvore da Vida para milhões de mortais e o Fundador de uma nova humanidade. A palavra renovo vem da mesma raiz hebraica de um dos no-mes do nosso Senhor, o "Nazareno".

b) Seus dotes (11:2-3a). Isaías vê o futuro Messias dotado de um caráter sobrenatu-ral e ungido pelos sete Espíritos do Senhor (cf. Ap 3:1b). Um tipo disso era o candelabro de sete braços no Tabernáculo. Essas sete operações do Espírito Santo são manifestas no Messias.

O Espírito de sabedoria (2). Esta é a qualidade que nos capacita a usar os meios certos para o fim em vista, trazendo sucesso e eficiência na vida.

  1. Espírito de inteligência ("entendimento", NVI) indica não somente conheci-mento em geral, mas discernimento em particular. É a arte de distinguir uma diferença e aprovar o que é excelente.
  2. Espírito de conselho mostra a habilidade de comunicar sabedoria a outros e guiá-los de forma correta. Fortaleza indica não somente força de propósito, mas uma habilidade de fazer as coisas acontecerem. Na Septuaginta o termo grego indica não somente força física, mas também poder mental e espiritual. Jesus manifestou-a em sua autoridade sobre os demônios, doenças, natureza e morte.

O Espírito de conhecimento e de temor do Senhor é uma unidade, com dois aspectos — conhecimento e reverência por Deus. Por meio do Espírito de conheci-mento coisas divinas e o Ser divino tornam-se intensamente reais. O Espírito Santo é o Agente da comunhão entre o Pai e o Filho. Ele é Aquele que traz à humanidade redimida um conhecimento íntimo dos dois. O temor do Senhor é a reverência pelos mandamen-tos divinos. Ele envolve verdadeira piedade, devoção e uma consideração sensível pela autoridade e vontade de Deus.

A sétima qualidade da dotação do Messias era deleitar-se no temor do Senhor (3a). O hebraico sugere uma agudeza do sentido do olfato. Alguns têm traduzido esse texto da seguinte forma: "Ele tirará seu fôlego no temor do Senhor". Delitzsch traduz o texto da seguinte maneira: "E o temor de Javé é fragrância para Ele". Mas o conceito mais preciso parece especificar uma sutileza de percepção, um discernimento agudo de todos os fatos e relacionamentos. Jesus claramente percebia tanto os pensamentos como o caráter daqueles que estavam com Ele e não precisava que alguém lhe contasse o que havia no homem (Jo 2:25).

2. Os Princípios do Reino do Messias (11.3b-5)

  1. Rei da justiça não julga pela mera aparência, ou reprova com base em meros boatos (3). Suas decisões são tomadas com justiça e eqüidade, mesmo para os pobres e para os mansos. Sua palavra é tão poderosa quanto a vara (4) em trazer julgamento aos impiedosos e perversos. Justiça e fidelidade são o cinto (o princípio circundante) da sua compaixão e força (5).

3. A Paz do Domínio do Messias (11:6-9)

Aqui vemos o caráter predatório da natureza transformado em uma índole pací-fica abençoada. Ela é essencialmente uma visão de um período idílico e edênico. Quer estejam descansando (6), se alimentando (7) ou brincando (8), não se fará mal nem dano algum (9). O animal carnívoro torna-se vegetariano; a serpente venenosa uma companheira de diversão inofensiva. Animais antes opostos em natureza podem ago-ra ser reunidos em um grupo por uma criança. E a terra se encherá do conheci-mento do SENHOR como as águas cobrem o mar. A desconfiança entre o homem e suas criaturas companheiras faz parte da maldição que veio por causa do pecado e deverá acabar somente com a redenção final do homem.

  1. O Ponto da Reunião Messiânica (11,10)

Naquele dia, a raiz de Jessé será posta por pendão e um lugar de encontro de multidões. As nações deverão vir a Ele para buscar orientação e instrução. Acerca de pendão, veja comentário em 5.36.

  1. O Lugar do Repouso do Messias (11.
    - 10d)

Seu repouso será glorioso, i.e., Ele deverá morar para sempre na glória eterna. O lugar de moradia do Messias é com o Eterno. Assim, quando Ele vem para habitar entre os homens, a profecia do "Deus conosco" será cumprida. O seu lugar de moradia também será famoso, como ponto de permanência de Deus entre seu povo. "Coisas gloriosas são faladas de ti, Sião, cidade de Deus".

F. O REMANESCENTE RESTAURADO E JUBILOSO, Is 11:11-12.6

  1. A Recuperação do Remanescente (11:11-12)

Naquele dia (11) O SENHOR tornará a estender a mão para adquirir os sobrevi-ventes do seu povo em um retorno da dispersão. Estes são os dispersos de Judá (12). Eles retornarão de Patros e Sinar, duas regiões da bacia dos rios Tigres e Eufrates; e das ilhas do mar (Mediterrâneo). Estes são representantes simbólicos dos quatro con-fins da terra: sul, leste, norte e oeste.

  1. O Remanescente Reconciliado (11:13-14)

Cessará a inveja e a desavença entre Efraim e Judá (13) e eles se unirão contra seus inimigos comuns. Os ombros dos filisteus (14) provavelmente se refere aos con-trafortes (Shefela), quando se desce em direção à planície no oeste na Filístia (a faixa de Gaza) ; Edom, Moabe e Amom são as regiões altas ao sul e leste do rio Jordão (leste do mar Morto).

  1. O Caminho para o Remanescente (11:15-16)

Aqui o profeta parece estar dizendo que o braço do mar do Egito (15; o golfo de Suez) ficará seco e o rio (o Eufrates ou talvez o Nilo) será dividido em sete correntes (leitos secos) por onde muitos homens atravessarão com sapatos (enxutos). Além disso, haverá um caminho plano (16) estendendo-se pelas grandes planícies da Mesopotâmia para a volta do povo messiânico. Isaías compara esse retorno à provisão de Deus a Israel no êxodo da terra do Egito.


Champlin

Antigo e Novo Testamento interpretado versículo por versículo por Russell Norman Champlin é cristão de cunho protestante
Champlin - Comentários de Isaías Capítulo 11 versículo 1
Esta passagem se refere a um tempo em que o descendente de rei Davi estabelecerá um governo de justiça (vs. 3-5), que trará paz e harmonia (vs. 6-9) a toda a criação (conforme Is 9:1-7; Mq 5:2-5). Esta seção começa e termina com uma referência ao tronco ou raiz de Jessé (vs. Is 11:1 e 10), o pai do rei Davi e cabeça da sua linhagem (1Sm 16:1-20), e de um rebento que brotará desse tronco o seu descendente ideal. Essa figura é mencionada em Rm 15:12; Ap 5:5; Ap 22:16. Uma expressão parecida, mas que usa outro vocábulo hebraico, aparece em Jr 23:5; Jr 33:15; Zc 3:8; Zc 6:12.

Genebra

Comentários da Bíblia de Estudos de Genebra pela Sociedade Bíblica do Brasil para versão Almeida Revista e Atualizada (ARA)
Genebra - Comentários de Isaías Capítulo 11 do versículo 1 até o 16
*

11:1

Do tronco. Tudo quanto restaria da dinastia de Davi seria um tronco. Os filhos privilegiados de Davi, não menos do que os assírios, eram como árvores que haviam sido decepadas (10.33,34). Mas a despeito desse julgamento contra Judá, o Senhor levantaria uma nova liderança da dinastia de Davi (Mt 1:1).

Jessé. O pai de Davi (1Sm 16:10-13). Davi inaugurou um grande reino, mas o Davi maior (Ez 34:23-25; Zc 12:7-10), por enquanto apenas uma tenra plantinha (53.2), governará um reino incomparavelmente maior.

um renovo. Ver nota em 4.2.

* 11:2

o Espírito do Senhor. Conforme a quádrupla repetição enfatiza, a mesma dádiva divina do Espírito que deu a Davi o seu sucesso (1Sm 16:13; Sl 51:11) haveria de conceder poder ao Messias (42.1; Lc 3:22). O Espírito é o agente criador para estabelecer o reino de Deus (Gn 1:2; Jz 3:10; 6:34; 1Sm 10:6 e notas).

repousará sobre ele. O Espírito veio de formas poderosas sobre os santos do Antigo Testamento. Moisés (Nm 11:17), certos anciãos (Nm 11:25,26); Josué (Dt 34:9); os juízes (1Sm 10:10; 2Sm 23:2; 1Rs 22:24; 2Rs 2:15; Mq 3:8). O Espírito é o agente divino da restauração (32.15; Jl 2:28-32).

sabedoria. Salomão havia orado pedindo sabedoria e entendimento (1Rs 3:9), a habilidade administrativa de governar o povo em retidão e justiça. Ver Introdução à Literatura da Sabedoria.

conselho. Planos e decisões autoritativos estão em pauta aqui. O conselho humano pode estar ou não em harmonia com o plano de Deus (30.1), mas o conselho do Messias dava-se através do “Espírito”.

conhecimento. Isso refere-se ao viver sábio e submisso em harmonia com a vontade de Deus (33.6; 53.11). Deus o tem com perfeição (40.14).

temor do SENHOR. O temor do Senhor inclui ser obediente por causa da fé de que o Senhor cumprirá suas ameaças contra os transgressores (Pv 1:7, nota).

* 11:3

não julgará. Ver nota em 2.4.

* 11:4

com justiça. Ver nota em 1.21.

os pobres... os mansos. Ou seja, aqueles que anelam pela retidão e pela justiça divinas (25.4), por causa da opressão dos governantes deste mundo (3.15; 10.2; 32.7; 61.1). Esses eram os afligidos, os oprimidos e os humildes, a quem Jesus também abençoou (Mt 5:3-10; Sl 19:8, nota).

com eqüidade. A palavra hebraica também significa “nivelado” ou “reto” (40.4). O julgamento de Deus é bem equilibrado e justo.

a vara... o sopro. Com grande poder e autoridade (Sl 2:9; 82:8; Ap 6:15-17; 20:11,12), o Messias conquistaria por meio de sua Palavra (49.2; 61.1; Hb 4:12; Ap 19:15).

* 11:5

a fidelidade. Ver nota em 1.21; conforme 25.1; 33.6.

* 11.6-9 Animais carnívoros, agora refeitos com naturezas que protegem aquilo que antes devoravam, retratarão eficazmente a paz na terra nos novos tempos sob o governo do Messias. A visão corresponde ao amor reconciliador na 1greja (Ef 2:14-18) e será consumada nos novos céus e na nova terra (Ap 21:4,24-27).

* 11:10

Naquele dia. Ver nota em 2.11.

Raiz de Jessé. Ver nota no v. 1 (Ap 22:16).

estandarte. Aqui o estandarte é um sinal de esperança (conforme Jo 12:32), em contraste com 5.26 (ver a nota).

a glória. Ver nota em 4.2.

* 11:11

tornará a estender a mão. Na primeira vez em que Deus resgatou para si um povo foi do Egito, mediante o êxodo; a segunda vez será tirando-o do exílio (51.9,11).

o restante. Ver nota em 1.8. O Senhor guiará os seus filhos de onde quer que eles estejam sendo afligidos.

* 11:12

desde os quatro confins. O remanescente virá de todo o mundo conhecido, descrito como os quatro confins da terra (24.15; 42.4,10; 51.5; 59.18,19; conforme Mt 24:31).

* 11:13

Efraim... Judá. No período da restauração haverá uma reconciliação das tribos desunidas. Quando o remanescente retornou à terra, após o exílio, eles ofereceram sacrifícios em prol das doze tribos (Ed 6:17; 8:35).

* 11:14

filisteus... Amom. Essa é uma figura que indica a liberdade da opressão, da subjugação e dos apertos que caracterizaram a experiência de Israel em sua terra (conforme 54.3; Mq 5:6 e nota, quanto a um uso similar da Assíria).

* 11:15

destruirá totalmente. O segundo êxodo virá mediante outro milagre, semelhante à divisão das águas do mar Vermelho (vs. 11,12).

com a força do seu vento. Ver Êx 14:24,27.

* 11:16

caminho plano. Um caminho plano será preparado pelo Senhor, um símbolo da certeza de sua salvação (35.8,9; 40:3-5; 57.14; 62.10).


Matthew Henry

Comentário Bíblico de Matthew Henry, um pastor presbiteriano e comentarista bíblico inglês.
Matthew Henry - Comentários de Isaías Capítulo 11 do versículo 1 até o 16
11.1-9 Assíria seria como uma árvore talhada à altura de seu poder (10.33, 34), para não levantar-se jamais. Judá (da linhagem real do Davi) cortariam-na como uma árvore reduzida ao tronco. Entretanto, a partir desse tronco surgiria uma vergôntea: o Messías. Seria maior que a árvore original e levaria muito mais fruto. O Messías é o cumprimento da promessa de Deus, de que um descendente do Davi governaria para sempre (2Sm 7:16).

11.3-5 Deus julgará com justiça e com eqüidade. Quanto desejamos que outros nos tratem com justiça, mas, damo-la nós? Odiamos a quem apóia seus julgamentos na aparência, na falsa evidência ou nos rumores. Mas, somos rápidos para julgar a outros utilizando essas normas? Só Cristo pode ser o perfeito Juiz justo, e só quando O governe nossos corações aprenderemos a tratar a outros com justiça, assim como desejamos que não tratem a nós.

11.4, 5 Judá se corrompeu e agora a rodeavam potências estrangeiras hostis. A nação necessitava com desespero um avivamiento de justiça, eqüidade e fidelidade. Precisavam voltar do egoísmo e mostrar justiça ao pobre e ao oprimido. A justiça que Deus valora é mais que refrear-se de pecar. É dar-se ativamente a outros e lhes oferecer a ajuda que necessitam.

11.6-10 Ainda não tinha vindo uma época de ouro, um tempo de paz onde os meninos poderiam jogar com animais que antes eram perigosos. Tudo isto não se cumpriu com a primeira vinda de Cristo. Por exemplo, a natureza não voltou para seu balanço e harmonia originais (veja-se Rm 8:9-22). Esta paz perfeita solo será possível quando Cristo reine sobre a terra.

11:11 Quando voltará para sua terra este remanescente do povo de Deus? A profecia do Antigo Testamento freqüentemente se aplica tanto ao futuro próximo como ao distante. Judá iria logo ao cativeiro de Babilônia e um remanescente retornaria a Jerusalém em 537 a.C. pelo decreto do Ciro. Nas foi vindouras, entretanto, o povo de Deus se dispersaria por todo mundo. Estas cidades representam as quatro pontos do mundo conhecido: Hamat no norte, Egito no sul, Assíria no este e as costas do mar no oeste. Ao final, o povo de Deus se reunirá quando Cristo deva reinar sobre a terra.

11:13 Efraín é a tribo dominante do norte. usa-se como outro nomeie para o Israel, o reino do norte.

11:14 Edom, Moab e Amón eram três países que limitavam com o Judá (junto com Filistéia). Foram as nações que se regozijaram com a derrota do Judá e lhe tiraram suas terras.

11:15, 16 Isaías fala de um novo ou um segundo Exodo quando Deus leve de retorno a seu povo esparso ao Israel e o Messías deva governar o mundo. Deus secou o Mar Vermelho para que os israelitas pudessem cruzá-lo caminho à terra prometida (Exodo 14). Secou o rio Jordão para que a nação entrasse na terra (Josué 3). Deus voltará a facilitar o caminho de volta para seu povo.


Wesley

Comentário bíblico John Wesley - Metodista - Clérigo Anglicano
Wesley - Comentários de Isaías Capítulo 11 do versículo 1 até o 16
HOPE D. Judahs no Messias (11: 1-12: 6)

1. The Shoot de Jesse (11: 1-5)

1 E lá sairá um rebento do tronco de Jessé, e um ramo das suas raízes devem dar frutos. 2 E o Espírito do Senhor repousará sobre ele, o espírito de sabedoria e de entendimento, espírito de conselho e de fortaleza ., o espírito de conhecimento e de temor do Senhor 3 E seu prazer será no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem decidirá segundo o ouvir dos seus ouvidos; 4 mas com justiça julgará os pobres, e decidirá com eqüidade em defesa dos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca; e com o sopro dos seus lábios matará o ímpio. 5 E a justiça será o cinto dos seus lombos, ea fidelidade o cinto dos seus lombos.

Isaías agora chama a atenção longe do poder mundial feita pelo homem que está a ser destruído, para o reino de Deus, que o Senhor mesmo configurar, e que não será jamais destruído. Se Assíria é para ser comparado a uma floresta que é cortada, Judah pode ser comparado a um toco (estoque ), que pode parecer ser morto, mas a partir do qual sairão vida pelo poder de Deus. A filmagem (galho, cetro) fora do estoque de Jesse (pai de Davi e sua linhagem real), e o ramo, é o Messias. Assim, toda a passagem, a partir Dt 11:1 , e também pelo uso de Is 11:1 , em Ap 5:5 . Aquele chamado um tiro e uma filial no primeiro verso é falado no resto da passagem como um rei (embora ele nunca é chamado assim), mas muito mais do que qualquer rei humano poderia ser. Tanto isso é verdade que, se fôssemos para negar que o profeta está falando do Messias do futuro, teríamos de concluir que ele estava idealizando fortemente algum rei de seu próprio tempo. As expressões usadas não pode ser aplicado a qualquer mero humano. Eles foram cumpridas apenas na vinda de Jesus Cristo.

. E o Espírito do Senhor repousará sobre ele essa declaração sobre o Messias dá a base sobre a qual João Batista O reconheceu quando ele batizou (Jo 1:33 ), e Pedro usa essas palavras de Isaías de falar da Espírito de Deus que descansa em seguidores de Cristo (1Pe 4:14 ). Quando Jesus pregou na sinagoga de Nazaré, Ele escolheu como Seu texto a passagem de Is 61:1 ).

É verdade que Isaías não teria sido capaz de explicar em termos de pós-pentecostais que o Espírito Santo é o terceiro membro da Trindade divina, mas também não era de falar (como Gesenius sugere) de uma força impessoal. Ele falou sobre o Espírito do Senhor, e tomou o tempo para explicar alguns dos efeitos que o referido um trabalha na vida da pessoa- a sabedoria e entendimento ... conselho e de fortaleza ... conhecimento e ... temor do Senhor. Então, o Espírito é conhecido por suas obras. É possível, mas artificial, para contar as "sete espíritos de Deus" (Ap 1:4 , que as qualidades reais e divinos de conselho e de fortaleza são aqui listadas, juntamente com as qualidades intelectuais e espirituais que marcam um como sendo deuses.)

O Messias terá o temor do Senhor, e vai ser rápido para reconhecê-lo em outros- seu prazer será em -lo. Ele não vai ser como os reis dos assírios e as outras nações do mundo, mas há de julgar com equidade, e não de acordo com as aparências. Como um rei bem qualificados, Ele julgará com justiça (conforme Jo 7:24 ). É na justiça de Deus que Ele acabará por ferir a terra em si, e destruir os ímpios a quem Ele tem permitido um tempo para viver nele. O cinto, ou cinto, com a qual se prepara para o conflito, é a justiça ... e fidelidade. Neste Ele supera tudo.

2. A paz que vem (11: 6-10)

6 E o lobo habitará com o cordeiro, eo leopardo se deitará com o cabrito; o bezerro, o leão novo eo animal cevado viverão juntos; e um menino pequeno os conduzirá. 7 E a vaca ea ursa pastarão; as suas crias juntas se deitarão; eo leão comerá palha como o boi. 8 A criança de peito brincará sobre a toca da áspide, ea desmamada meterá a mão na cova do basilisco. 9 Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte; porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar.

10 E sucederá que, naquele dia, que a raiz de Jessé, que posta por estandarte dos povos, a ele deve procurar as nações; e seu lugar de repouso será glorioso.

O reino de Deus não é como os reinos do mundo, que são estabelecidos e preservadas pela espada, pois este é um reino de paz. Com esta descrição devemos comparar Is 2:4 . O ponto principal desta descrição da paz entre os animais é que eles não vão comer ou devorar um ao outro, mas deve cumprir o seu propósito para o qual foram criados (Gn 2:1 ). No entanto, Deus escolheu para que as pessoas constroem um lugar no Monte Sião, que era sagrado para o seu nome (Sl 24:1ff ), como um símbolo e um lembrete de que tudo é sagrado. (Para a expressão santo monte, ver Sl 27:13 ; Sl 66:7 , e comparar Is 2:3. ; conforme Hc 2:14. ).

Tudo isso deve acontecer por causa da raiz de Jessé, que posta por estandarte, ou o sinal para as nações, para que eles se reúnem para Ele, e o lugar onde Ele se estabelece a regra serão glória (não gloriosa como em ASV).

É interessante notar que a raiz, a parte que permanece sob a terra depois que a árvore é cortada, é a parte que deve permanecer por estandarte dos povos. Pode-se comparar o contexto de outro uso desta palavra em Is 53:2)

11 E sucederá que, naquele dia, que o Senhor estenderá a mão pela segunda vez para recuperar o restante do seu povo, que deve permanecer, da Assíria, e do Egito, e de Patros, e da Etiópia, e de Elam, de Sinar, de Hamate, e das ilhas do Mc 12:1 E ele vai criar um estandarte entre as nações, e ajuntará os desterrados de Israel, e os dispersos de Judá dos quatro cantos . da Terra 13 a inveja de Efraim, e os que injuriam Judá serão desarraigados; Efraim não invejo Judá, e Judá não vexará Efraim. 14 E voarão para sobre os ombros dos filisteus no oeste; Juntos, eles devem despojar os filhos do Oriente: eles deverão estender as suas mãos sobre Edom e Moabe; e os filhos de Amom lhes obedecerão. 15 E o Senhor destruirá totalmente a língua do mar do Egito; e com o seu vento abrasador ele vai acenar a mão sobre o rio, e ferirei-lo em sete correntes, e levar os homens a marchar sobre pé enxuto. 16 E haverá uma estrada para o restante do seu povo, que deve permanecer, da Assíria ; como como houve para Israel no dia em que subiu da terra do Egito.

Quando o sinal de Deus é exaltado perante as nações, o Senhor vai reunir o restante do seu povo de todos os lugares onde foram espalhadas. Como eles se arrepender, Deus está reunindo seu povo em torno de Cristo e, n'Ele. Enquanto nos reunimos em torno do estandarte de Deus, Jesus Cristo, o que quer da inveja e inimizade e aflição pode ter havido entre nós deve ser deixado de lado, com a graça de Deus, de modo que não pode haver redenção e paz.

Nos versículos 15:16 Isaías transforma mais uma vez para a figura do êxodo do Egito para encontrar palavras para expressar o grande livramento do Senhor está oferecendo aqueles que confiam n'Ele e segui-Lo. A descrição no versículo 15 é da libertação do Egito, eo versículo 16 diz que a libertação dos inimigos posteriores devem ser tão glorioso. O último verso deve ser comparado com o capítulo 35 .


Wiersbe

Comentário bíblico expositivo por Warren Wendel Wiersbe, pastor Calvinista
Wiersbe - Comentários de Isaías Capítulo 11 do versículo 1 até o 16
Israel e Judá se unirão no reino (Is 11:0)

Observe Is 11:12 — um dia, as nações divididas se unirão e re-tornarão à sua terra em paz. Isaí-as 11:1-3 retrata Jesus Cristo como "um renovo". Em 6:13, vimos a nação "derribad[aj" como uma ár-vore e o toco remanescente; agora vemos Cristo surgindo do toco a fim de salvar as pessoas. Jesus Cristo é o descendente legal de Davi; ele tem "raízes" em Judá, já que ele mesmo é judeu. EmIs 4:2, ele é chama-do de "o Renovo do Senhor"; em Jr 23:5, de "Renovo justo"; emZc 3:8, de "meu servo, o Renovo"; e em Zc 6:12, de "o homem cujo nome é Renovo". A palavra hebraica netzer ("renovo") liga-se ao nome dado a Jesus em Mt 2:23 — "Nazareno".

Os quatro Evangelhos descre-vem o "Renovo" desta forma: Ma-teus — o Renovo justo de Davi (Jr 23:5); Marcos — meu servo, o Re-novo (Zc 3:8); Lucas — o homem cujo nome é Renovo (Zc 6:12); e João — o Renovo do Senhor (Is 4:2). Por isso, Jesus, um dia, cumprirá as promessas do Antigo Testamento que Deus fez ao judeus e reinará sobre seu reino em glória e vitória (Rm 15:8-45). Is 11:2 apresenta as três Pessoas da Trindade — "Re-pousará sobre ele [Cristo] o Espíri-to do Senhor [Jeová]". Aqui, há um ministério sétuplo do Espírito. Cer-tamente, o Espírito Santo capacita Cristo em seu ministério terreno (Jo 3:34); e o Espírito, hoje, também capacita-nos para servir Cristo e glorificá-lo (At 1:8). Is 11:4 e os versículos subseqüentes descrevem o reino glorioso que Cristo institui-rá quando retornar. Será uma época de julgamento honesto em que se lidará com o pecado de imediato. A natureza será restaurada (Rm 8:18- 25), e não haverá mais maldição. Acabarão a guerra e a violência. "A terra se encherá do conhecimento do Senhor" (v. 9); veja Is 6:3 e Hc 2:14. Por favor, não "es-piritualize" essas promessas. Roubá- las dos judeus e aplicá-las à igreja equivale a distorcer as Escrituras. Essas são promessas literais de um reino genuíno sobre o qual Cristo reinará um dia.

Is 11:10 revela que Cristo chamará os judeus e os gentios. Nos últimos dias, o milagre da travessia do mar Vermelho, de Êxodo, se re-petirá e, assim, Israel poderá voltar para sua terra (11:11 -16). As pesso-as já riram dessas promessas, mas, agora que Israel possui sua própria terra e a cidade santa, o cumprimen-to delas parece mais próximo. O ca-pítulo 12 é o cântico de vitória da nação. Eles entoaram esse cântico quando foram libertos do Egito (Êx 15:2) e também quando retornaram do exílio para reconstruir o templo (SI 118:14). Eles entoarão esse cân-tico de novo quando retornarem à sua terra em vitória e glória, e Jesus reinará sobre um mundo de paz e de prosperidade.


Russell Shedd

Comentários da Bíblia por Russell Shedd, teólogo evangélico e missionário da Missão Batista Conservadora.
Russell Shedd - Comentários de Isaías Capítulo 11 do versículo 1 até o 16
11:1-9 Descreve-se o Messias Rei Dt 9:2-5; este Messias resumirá em Si Mesmo as melhores qualidades dos grandes homens de Israel.

11.1 Tronco de Jessé. Aqui, Jessé, pai de Davi, (1Sm 16:1-9), se compara a uma árvore. O juízo que Israel sofreu é como o tombar de uma árvore; mas este juízo não é final, pelo fato de ainda ficar o toco para produzir um novo rebento (Is 6:13). Assim se cumpre a aliança que Deus fez com Davi. Esta descrição do rei ideal, da linha davídica, considera-se aplicável a Jesus Cristo (Ap 5:5). Rebento. Heb hõter "galho", "vara", só se usa aqui e em Pv 14:3. A idéia é de algum broto delicado, um rebento fino e novo, que começa a subir do toco de uma árvore derrubada. É diferente de outra palavra heb traduzida por "vara", shebheth, mencionada no v. 4; 9.4; 10.5, 15; 24; 14.29; 28.27; 30.31; Êx 21:20; Lv 27:32; .2Sm 7:142Sm 7:14, Sl 2:9; Sl 23:4; o significado é uma vara crescida e firme, cortada da árvore para servir como cajado ou arma para, os pastores, como vara para bater as espigas de grão ou disciplinar os filhos; até pode significar o cetro do rei ou maça de guerra.

11.2 Espírito do Senhor A presença do Espírito Santo revela-se no fruto que produz na personalidade; como segue: sabedoria, o poder de discernir a natureza das coisas; entendimento, o poder de diferenciar entre as coisas; conselho, o dom de formular conclusões certas; fortaleza, a energia necessária de por em pratica as conclusões; conhecimento de Deus forma-se dentro da comunhão amorosa com Ele; e o temor do Senhor é um temor absorvido pela reverência (Ap 5:6). Estas palavras se definem, no sentido bíblico, nas notas de Provérbios.

11.4 Mansos. Heb ãnãw, "humilde", mas também "pobre e aflito" no sentido de pertencer ao mais baixo nível social.

11-6-9 Delitzsch trata este parágrafo como uma profecia a ser realizada aquém da eternidade, formando um elo integrante na história da Salvação (conforme Rm 8:21). Aponta para o reino milenar de Cristo (conforme Ap 20:5).

11:10-16 A volta dos judeus no tempo de Esdras e de Zorobabel não pode ser considerada como o cumprimento completo desta profecia, que se vincula como aparecimento do Rei Messias.

11.11,12 Historicamente, tal dispersão não existia na época, na qual Isaías predisse esta restauração, nem existia depois da queda de Israel. Esta pode ser considerada uma profecia da segunda redenção o equivalente do Êxodo do Egito. Veja Jr 16:14-15n.

11.11 Patros. No sul do Egito. Sinear. Na Babilônia. Terras do mar. Os territórios à beira-mar e as ilhas do Mediterrâneo.

11.15 Mar do Egito. O mar Vermelho, ao norte do Egito, que os israelitas atravessaram na época do Êxodo.


NVI F. F. Bruce

Comentário Bíblico da versão NVI por Frederick Fyvie Bruce, um dos fundadores da moderna compreensão evangélica da Bíblia
NVI F. F. Bruce - Comentários de Isaías Capítulo 11 do versículo 1 até o 16
j) O futuro rei apontado por Deus (11:1-16)

v. 1-9. O desastre por vir agora foi profetizado tanto para Judá quanto para a Assíria; mas além do período de dificuldades de Judá está uma esperança gloriosa. O desastre vai humilhar até a linhagem de Davi, assim sugere a referência ao “toco” (NTLH) de Jessé (v. 1); mas dessa linhagem viria o governante ideal de Deus. O tema Dt 9:6,Dt 9:7 é assim retomado; mais uma vez, retidão (v. 5) e paz (v. 6


9) são destacadas. O rei vindouro vai estar completamente capacitado para a sua tarefa pelo Espírito do Senhor (v. 2), que muito antes disso já havia capacitado o próprio Davi (conforme 1Sm 16:13); e (não menos do que Salomão) ele vai exercer justiça (v. 4) perfeita na sua administração. Não sabemos a que altura do seu ministério Isaías anunciou esse oráculo, mas podemos observar claramente entre as linhas o contraste com o rei que estava no trono de Judá, e as condições presentes. Acaz provavelmente era o rei da época, e não Ezequias, que mostrou muitas características piedosas.

O texto mostra que a época de paz (v. 6

9) beneficia a natureza toda, em todo o mundo. O interesse primário do profeta está na situação de Jerusalém (o santo monte), mas ele enxerga a terra toda em harmonia com Deus (v. 9).

v. 10-16. Embora seja um poema separado (aliás, os v. 10,11 aparentemente são dois breves oráculos independentes), esse texto leva adiante o tema dos v. 1-9. O rei vindouro, agora chamado Raiz de Jessé, vai garantir que a terra se encha do conhecimento do Senhor (v. 9) ao atrair todos os homens a Sl. Pessoas de todas as nações — até mesmo da Assíria (v. 16) — vão olhar para ele; por isso, ele é descrito como uma bandeira (v. 12), como um sinal que vai levar para casa todos os exilados de Israel e de Judá. O povo reunido de Israel vai esquecer as antigas rivalidades (v. 13) e tomar iniciativas militares somente contra os inimigos intransigentes de Israel (v. 14,15). (encostas da Filístia é uma referência ao “ocidente” [BJ; “oeste”, NTLH] ou aos flancos dos filisteus [“ombros”, ARA, ARC]).

A dispersão de Israel e Judá retratada no v. 11 vislumbra um tempo muito posterior às realidades da época de Isaías; v. Introdução.


Moody

Comentários bíblicos por Charles F. Pfeiffer, Batista
Moody - Comentários de Isaías Capítulo 11 do versículo 1 até o 2

Isaías 11

B. O Messias Para Restaurar e Reinar. Is 11:1-16.

1, 2. O Messias (que estabelecerá um império justo e piedoso, o oposto da Assíria) será um descendente da prometida linhagem de Davi, Deus o declara aqui. Depois de derrubada a árvore de Davi ficando apenas o toco, este neser ou rebento, um significativo título messiânico, brotará. Ele será sobrenaturalmente dotado pelo sétuplo Espírito Santo de Deus. Portanto, ele administrará um governo perfeitamente justo, pois nenhum litigante ou requerente astuto será jamais capaz de enganá-lo com falsas evidências (v. 3). Mais ainda, ele defenderá os direitos dos indefesos- e dos pobres (especialmente dos mansos que são perseguidos por sua fidelidade a Deus) contra os ricos e influentes. Tal como um cinto mantém a roupa no lugar, assim o padrão divino de santidade será a constante e unificadora força do governo do Messias (v. 5).


Francis Davidson

O Novo Comentário da Bíblia, por Francis Davidson
Francis Davidson - Comentários de Isaías Capítulo 11 do versículo 1 até o 16
j) O estado bendito de Israel em dias futuros (Is 11:1-23). Destruído o inimigo de Judá, o profeta torna a falar no Messias, e confia ao círculo íntimo das almas fiéis esta maravilhosa predição do reino messiânico. Primeiro descreve o caráter do Messias nascido da casa de Jessé (1) e pinta as Suas qualidades sobrenaturais (2).

Segue-se a revelação dos Seus processos de governo (3-5). Ele não terá necessidade do tipo de orientação de que os homens normalmente carecem, pois "não julgará segundo a vista dos Seus olhos nem repreenderá segundo o ouvir dos Seus ouvidos" (3). Vem depois, em palavras de louvor ardente, a descrição dos resultados do Seu reinado. A vida de toda a criação animal tornará a ser um paraíso, e todo o mundo se regozijará numa redenção cósmica total (6-8). Sobre todas as obras das mãos de Deus repousará a paz, "e a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar" (9).

Do tronco de Jessé (1), ou seja, um ramo, em hebraico Netser -a raiz do toponímico Nazaré. Comparar com Mt 2:23. Não julgará segundo a vista dos Seus olhos (3). O que os olhos vêem é freqüentemente enganoso e o que os ouvidos ouvem não constitui toda a verdade. No reino messiânico, o governo baseia-se no conhecimento absoluto e as decisões são fruto de uma compreensão perfeita. É este o curso natural de uma existência que, nas palavras de G. A. Smith, "vai inalar vida no temor do Senhor". Repreenderá com equidade (4), isto é, dará soluções justas. Basilisco (8). Com este quadro da participação da criação animal nas bênçãos do reino messiânico, comparar Dn 2:18 e Rm 8:18 e seguintes.

>Is 11:10

2. O REGRESSO TRIUNFAL (Is 11:10-23). Esta profecia atinge o seu ponto culminante com a promessa de que Jeová trará o Seu povo remido de países quer próximos quer distantes, fazendo-o reentrar na terra dos seus antepassados (10-12). Esse regresso terá a natureza de uma marcha triunfal ao longo de uma estrada bem preparada, e todas as tribos e nações procurarão a "raiz de Jessé", posta por "pendão dos povos" (10). Outra vez (11). A primeira foi a libertação do Egito. No versículo 11, mencionada a Assíria, faz-se referência aos outros países que então ameaçavam Judá pela sua ordem geográfica em torno da Palestina. Deverão ser considerados como uma referência a toda a terra. Patros, o Egito meridional; Elã, o sudeste da Babilônia; Sinear, Babilônia; Hamate, no Orontes, a uns 170 quilômetros ao norte de Damasco. O mar é o Mediterrâneo. Esta profecia aguarda ainda uma realização completa quando todo o Israel for salvo (Rm 11:26). Um pendão entre as nações (12). Note-se a universalidade da profecia. Temos aqui a redenção dos gentios (ver vers. 10). O braço do mar do Egito (15) é o Mar Vermelho. O rio (15) é o Eufrates.


Dicionário

Brotar

verbo transitivo Produzir, lançar rebentos, vergônteas, ramos ou flores (falando de vegetais).
Nascer, surgir, despontar, desabrochar.

Frutificar

verbo intransitivo Produzir frutos.
Figurado Dar bons resultados, trazer benefícios; produzir.

Dar frutos, reproduzir, darresultado positivo e vantajoso.

Jessé

-

Pai de Davi. Filho de obede, e neto de Boaz e Rute (Rt 4:17). É ele o único do seu nome, e geralmente era chamado ‘Jessé, o belemita’ (1 Sm 16.1 a 18). Desde o tempo do Êxodo era famosa a família de Jessé, pertencente à casa de Perez. (*veja Naasom.) Em 1 Sm 17.12 é-lhe dado o título completo de ‘efrateu de Belém de Judá’. Tinha Jessé oito filhos, que com ele viviam em Belém de Judá, sendo muito considerado pelos seus concidadãos, embora não fosse um dos anciãos da cidade (1 Sm 16.4,5,10 – 17.12). A sua propriedade constava de rebanhos de gado, que estavam ao cuidado de Davi (1 Sm 16.11). Davi é chamado ‘filho de Jessé’, ainda mesmo depois de ter-se tornado famoso e poderoso (1 Cr 29.26). o profeta isaías põe o nome de Jessé no ponto mais alto de honra: ‘Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes um renovo’ (is 11:1 – *veja também 11.10).

Filho de Obede e neto de Boaz e Rute; era o pai de Davi, o qual cuidava das ovelhas (Rt 4:17-22). Pertencia à tribo de Judá e vivia na cidade de Belém (1Sm 16:1). Quando Deus ordenou a Samuel que fosse à casa de Jessé, para ungir o próximo rei de Israel, o profeta supôs que o mais velho fosse o escolhido do Senhor. Passaram os sete primeiros filhos de Jessé, um por um, diante de Samuel, mas o Senhor declarou que havia rejeitado todos; Davi foi trazido diante do profeta e, segundo orientação divina, foi ungido rei (1Sm 16:3-13). Samuel e o povo de Israel aprenderiam que “o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração” (v. 7). Jessé tornou-se um grande amigo de Saul, quando Davi foi chamado para tocar harpa na presença do rei (vv. 1820). O monarca até mesmo pediu permissão ao belemita para manter o filho dele consigo no palácio, para acalmá-lo quando o espírito maligno viesse sobre ele (vv. 21-23). Em outra ocasião, Jessé enviou Davi para levar alguns víveres aos outros filhos que estavam na guerra contra os filisteus. Foi por ocasião desta viagem que Davi enfrentou e matou o gigante Golias (1Sm 17). Posteriormente, quando Saul ficava furioso com o jovem harpista, chamava-o simplesmente de “filho de Jessé” (1Sm 20:27-30,31; 22; etc. veja também 1Cr 10:14-1Cr 12:18; 1Cr 29:26; etc).

O profeta Isaías, ao contemplar o futuro, quando um novo rei sentar-se-ia no trono de Davi, falou profeticamente que “do tronco de Jessé brotará um rebento, e das suas raízes um renovo frutificará... naquele dia as nações perguntarão pela raiz de Jessé” (Is 11:1-10). Essa profecia foi tomada por Paulo e aplicada a Jesus em Romanos 15:12. Por ser pai do rei Davi, é claro que Jessé também é mencionado nas genealogias de Cristo, em Mateus 1:5 e Lucas 3:32. P.D.G.


Jessé [Javé Existe]

Filho de Obede, neto de Boaz e Rute, e pai de Davi (Rt 4:18-22).


Raízes

-

Rebento

Rebento RENOVO (Is 11:1);
v. NTLH).

Renovo

Em isaías (11,1) usa-se esta palavra figurativamente, significando Messias. ‘Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes um renovo.’ Quando se representa Cristo como um delgado rebento, saindo do tronco de uma velha árvore, desbastada até à própria raiz e enfraquecida, e tornando-se depois uma árvore poderosa, faz-se referência à dignidade real de Cristo, provindo da decaída casa de Davi, e também à posição altíssima que havia de ter o Messias, após a Sua condição humilde sobre a terra (Jr 23:5 – 33.15 – Zc 3:8 – 6.12).

Renovo Broto; REBENTO (o MESSIAS: (Is 4:2); 11.1; (Jr 23:5); 33.15; (Zc 6:12).

Tronco

substantivo masculino Botânica Parte de uma árvore compreendida entre a raiz e os ramos.
[Anatomia] O corpo humano, excetuando-se a cabeça e os membros.
[Arquitetura] Fragmento de fuste de uma coluna.
Origem de uma família.
Aparelho constituído de dois tapumes, entre os quais se prende o gado (para ferrá-lo, ou lavá-lo).
Geometria. Parte de um sólido geométrico separada por corte perpendicular ou oblíquo ao respectivo eixo.
Geometria. Tronco de cone, sólido compreendido entre a base de um cone e uma seção plana que encontra todas as geratrizes desse cone.
Geometria. Tronco de prisma, sólido limitado, numa superfície prismática, por duas seções planas não paralelas. (Num tronco de prisma, as faces laterais são trapézios.).
Geometria. Tronco de pirâmide, sólido compreendido entre a base de uma pirâmide e uma seção plana que encontra todas as arestas laterais dessa pirâmide.

substantivo masculino Botânica Parte de uma árvore compreendida entre a raiz e os ramos.
[Anatomia] O corpo humano, excetuando-se a cabeça e os membros.
[Arquitetura] Fragmento de fuste de uma coluna.
Origem de uma família.
Aparelho constituído de dois tapumes, entre os quais se prende o gado (para ferrá-lo, ou lavá-lo).
Geometria. Parte de um sólido geométrico separada por corte perpendicular ou oblíquo ao respectivo eixo.
Geometria. Tronco de cone, sólido compreendido entre a base de um cone e uma seção plana que encontra todas as geratrizes desse cone.
Geometria. Tronco de prisma, sólido limitado, numa superfície prismática, por duas seções planas não paralelas. (Num tronco de prisma, as faces laterais são trapézios.).
Geometria. Tronco de pirâmide, sólido compreendido entre a base de uma pirâmide e uma seção plana que encontra todas as arestas laterais dessa pirâmide.

Tronco
1) O caule das árvores (Is 40:24)

2) CEPO (Jr 29:26); (At 16:24).

Strongs

Este capítulo contém uma lista de palavras em hebraico e grego presentes na Bíblia, acompanhadas de sua tradução baseada nos termos de James Strong. Strong foi um teólogo e lexicógrafo que desenvolveu um sistema de numeração que permite identificar as palavras em hebraico e grego usadas na Bíblia e seus significados originais. A lista apresentada neste capítulo é organizada por ordem alfabética e permite que os leitores possam ter acesso rápido e fácil aos significados das palavras originais do texto bíblico. A tradução baseada nos termos de Strong pode ajudar os leitores a ter uma compreensão mais precisa e profunda da mensagem bíblica, permitindo que ela seja aplicada de maneira mais eficaz em suas vidas. James Strong
(Jessé)
Isaías 11: 1 - Texto em Hebraico - (HSB) Hebrew Study Bible

"Porque brotará um Rebento do tronco de Jessé, e, das raízes dele (Jessé), um Renovo ① dará frutos.
Isaías 11: 1 - (ARAi) Almeida Revista e Atualizada Interlinear

730 a.C.
H1503
gezaʻ
גֶּזַע
גזע’
(the stock)
Substantivo
H2415
chôṭêr
חֹטֵר
()
H3318
yâtsâʼ
יָצָא
ir, vir para fora, sair, avançar
(And brought forth)
Verbo
H3448
Yishay
יִשַׁי
broto tenro
(calf)
Substantivo - acusativo masculino singular
H5342
nêtser
נֵצֶר
carregar
(was brought)
Verbo - aorista (pretérito não qualificado de um verbo sem referência à duração ou conclusão da ação) Indicativo Passivo - 3ª pessoa do singular
H6509
pârâh
פָּרָה
dar fruto, ser frutífero, dar ramo
(Be fruitful)
Verbo
H8328
sheresh
שֶׁרֶשׁ
raiz
(among you a root)
Substantivo


גֶּזַע


(H1503)
gezaʻ (geh'-zah)

01503 גזע geza’

procedente de uma raiz não utilizada significando derrubar (árvores); DITAT - 339a; n m

  1. caule, tronco, cepo (de árvores)

חֹטֵר


(H2415)
chôṭêr (kho'-ter)

02415 חטר choter

procedente de uma raiz não utilizada de significado incerto; DITAT - 643a; n m

  1. ramo, rebento, vara

יָצָא


(H3318)
yâtsâʼ (yaw-tsaw')

03318 יצא yatsa’

uma raiz primitiva; DITAT - 893; v

  1. ir, vir para fora, sair, avançar
    1. (Qal)
      1. ir ou vir para fora ou adiante, ir embora
      2. avançar (para um lugar)
      3. ir adiante, continuar (para ou em direção a alguma coisa)
      4. vir ou ir adiante (com um propósito ou visando resultados)
      5. sair de
    2. (Hifil)
      1. fazer sair ou vir, trazer, liderar
      2. trazer
      3. guiar
      4. libertar
    3. (Hofal) ser trazido para fora ou para frente

יִשַׁי


(H3448)
Yishay (yee-shah'-ee)

03448 ישי Yishay (aramaico) אישׂי ’Iyshay

procedente da mesma raiz que 3426, grego 2421 Ιεσσαι; DITAT - 926; n pr m

Jessé = “Eu possuo”

  1. filho de Boaz e pai do rei Davi

נֵצֶר


(H5342)
nêtser (nay'-tser)

05342 נצר netser

procedente de 5341 no sentido de verde como uma cor forte; DITAT - 1408a; n m

  1. rebento, broto, ramo (sempre fig.)

פָּרָה


(H6509)
pârâh (paw-raw')

06509 פרה parah

uma raiz primitiva; DITAT - 1809; v.

  1. dar fruto, ser frutífero, dar ramo
    1. (Qal) dar fruto, ser frutífero
    2. (Hifil)
      1. fazer dar fruto
      2. tornar frutífero
      3. mostrar-se com frutos, dar fruto

שֶׁרֶשׁ


(H8328)
sheresh (sheh'-resh)

08328 שרש sheresh

procedente de 8327; DITAT - 2471a; n. m.

  1. raiz
    1. raiz (literal)
    2. raiz (referindo-se ao povo em relação à estabilidade ou permanência) (fig.)
    3. raiz, fundo (como o nível mais inferior) (fig.)