Josias, rei de judá
Quem é quem na Bíblia?
Autor: Paul Gardner
Josias, rei de judá:Josias (Heb. “o Senhor o sustenta”) foi o rei de Judá no período de 640 a 609 a.C. (2Rs
Judá e Assíria
O reinado de Josias concedeu a Judá um certo alívio da pressão assíria, que durante um século controlou a política, a religião e a vida social dos judeus. No final do século VII, o extenso Império Assírio foi ameaçado pelos caldeus, quando Nínive não teve forças para enfrentar Nabopolassar, rei da Babilônia (625 a 605 a.C.). Por isso, entrou em colapso após a queda de sua principal cidade, Nínive (612 a.C.).
O vácuo político foi preenchido pela elevação de Judá, sob o reinado de Josias, e do Egito, sob o governo de Faraó-Neco. A rivalidade entre essas duas potências levou Josias a tentar impedir o avanço egípcio, na batalha de Megido, onde perdeu a vida em 609 a.C.
Reformas religiosas
A perspectiva da situação sócio-política não explica totalmente as transformações religiosas iniciadas por Josias. De acordo com II Reis, ele era igual a Davi, no sentido de que “fez o que era reto aos olhos do Senhor, e andou em todo o caminho de Davi, seu pai, e não se apartou dele nem para a direita nem para a esquerda” (2Rs
Aos 20 anos (628 a.C.), acabou com a profanação da terra e a purificou, quando destruiu os lugares altos, os postes-ídolos (imagens de Aserá), as imagens de escultura e de fundição. Os túmulos dos sacerdotes idólatras foram profanados e seus ossos, queimados sobre os altares pagãos (2Cr
Josias nos livros dos Reis
No coração dos livros dos Reis está a Lei. O autor está preocupado com a obediência do rei — ou a falta dela — à Lei (especialmente Deuteronômio). O autor destes livros avalia cada rei como íntegro ou ímpio, baseado em sua fidelidade para com as leis de Deuteronômio. Josias era um rei íntegro; por isso, o escritor enfatiza o fato de que o livro da Lei foi encontrado como elemento motivador de todas as reformas.
Com 26 anos de idade (622 a.C.), Josias levou a cabo seu plano de purificar a terra por meio da restauração do Templo, sob a direção de Safã, Maaséias, Joá e Hilquias, o sumo sacerdote. Deram autoridade aos levitas para que supervisionassem a obra e pagassem os trabalhadores com os recursos financeiros do Santuário. Durante a limpeza do Templo, o sumo sacerdote Hilquias encontrou um livro, o qual entregou a Safã, o secretário. Este o levou ao rei, quando compareceu diante dele, a fim de fazer o relatório sobre a obra de reconstrução, e o leu diante de Josias. Ao ouvir as palavras da Lei de Deus, o rei rasgou suas vestes, como uma expressão pública de profundo pesar. Ficou com o coração dilacerado pela história de rebelião do povo de Israel contra o Senhor e pelo iminente juízo mencionado na Lei.
Uma vez que o livro da Lei fora encontrado, o rei Josias buscou uma palavra do Senhor, por meio da profetisa Hulda. Ela condenou a idolatria de Judá e profetizou sobre o exílio que se aproximava, enquanto falava sobre o graça de Deus, que se estenderia pelo reinado de Josias. Isso encorajou o rei a realizar a grande reforma. Renovou a aliança, destruiu os centros do culto pagão, reinstituiu a festa da Páscoa em Jerusalém e expurgou a terra do paganismo (2Rs
Josias nos livro das Crônicas
A ênfase nos livros das Crônicas é diferente do registro nos dos Reis. Enquanto estes se preocupam principalmente com a Lei e a fidelidade do rei a ela, aqueles interessam-se pelo ideal messiânico e a relação de Josias com este Rei. A referida reforma teve três estágios. No oitavo ano de seu reinado, Josias “começou a buscar o Deus de Davi, seu pai”. No 12o ano, começou a expurgar Jerusalém e Judá dos lugares altos e dos falsos ídolos. Finalmente, no seu 18o ano como rei, ordenou que o Templo fosse reformado. Durante os reparos, o livro da Lei foi encontrado e apresentado a ele. Depois de ler o texto, Josias buscou uma palavra do Senhor. Enviou mensageiros à profetisa Hulda, a qual o informou de que Deus amaldiçoaria Judá “com todas as maldições do livro”, por causa do pecado de idolatria, mas pouparia a nação durante o tempo de vida do rei. Depois dessa advertência profética, Josias continuou as reformas com vigor redobrado. Leu a Lei para todo o povo de Israel e todos renovaram a aliança com Deus. Estendeu o expurgo das atividades idolátricas até regiões que pertenciam a Israel, o reino do Norte. O povo reuniu-se em Jerusalém, junto com os sacerdotes e levitas. A Lei foi lida publicamente e, sob a piedosa liderança de Josias, o povo se comprometeu a renovar o compromisso de fidelidade à aliança de Deus com Israel. Como uma expressão concreta da união de todos na aliança do Senhor, o rei decretou uma celebração da Páscoa em Jerusalém. Deu atenção cuidadosa a cada detalhe estabelecido na Lei de Moisés (2Cr
O livro da Lei
Os autores de Reis e Crônicas não especificam muito bem a natureza do livro da Lei. Conteria todo o Pentateuco, ou apenas parte dele? Seria o livro de Deuteronômio completo, ou apenas uma parte dele? Parece provável que se tratava de todo o livro de Deuteronômio, devido às especificações do lugar central de adoração, a destruição de todos os lugares altos (Dt 12), maldições resultantes da desobediência (Dt
16) e a cerimônia da renovação da aliança (Dt
A vida de Josias é cuidadosamente padronizada de acordo com dois outros reis. Primeiro, o autor de Crônicas inclui atividades e eventos similares na vida de Ezequias e Josias. Ambos destruíram os lugares altos onde eram realizados cultos pagãos em Judá e em Israel (2Cr
Após ser elevado a tão alto nível nas expectativas do leitor, Josias demonstrou que não era o Messias, pois morreu devido às suas ambições políticas. Quando Faraó-Neco atravessou Canaã em seu caminho para lutar ao lado da Assíria contra a Babilônia, Josias o interceptou em Megido (2Cr
Os últimos dias
Não está claro o que aconteceu entre a celebração da Páscoa (622 a.C.) e a morte de Josias em Megido (609 a.C.). A queda de Nínive (612 a.C.) sem dúvida encorajou Josias a despontar no cenário internacional. Suas ambições políticas, entretanto, também o arruinaram. Quando Faraó-Neco passou por Judá com o intuito de enfrentar os caldeus em Carquemis, Josias marchou com seus exércitos para encontrar-se com ele em batalha. Não se sabe ao certo por que fez isso. Talvez desejasse assegurar a independência de Judá entre as nações. Se tivesse permitido que os egípcios passassem, com certeza seria considerado um colaborador na luta contra os caldeus.
Faraó-Neco ficou aborrecido com a recusa de Josias. Enviou uma mensagem a ele, com uma conotação religiosa. Disse que fora instruído por Deus para marchar rapidamente, que as ações hostis do rei de Judá eram uma ameaça para a realização da vontade do Senhor e que ele seria punido por isso. Como Acabe fez antes dele, Josias disfarçou-se e enfrentou o inimigo no campo de batalha; foi atingido por uma flecha atirada ao acaso e foi retirado da luta. Ele não morreu em combate; mas, levado às pressas, faleceu em Jerusalém (2Cr
Strongs
procedente da mesma raiz que 3349; n. pr. m. Tocate = “esperança”
- pai de Salum, o marido da profetiza Hulda na época de Josias, rei de Judá
o mesmo que 8615; n. pr. m.
Ticva ou Ticvá= “esperança”
- pai de Salum, o esposo da profetiza Hulda na época de Josias, rei de Judá
- pai de Jazeías no tempo de Esdras