Lit. “levantar a cabeça; desencurvar-se, levantar-se (ficar ereto)”.
8:10
Desencurvando-se
Lit. “levantar a cabeça; desencurvar-se, levantar-se (ficar ereto)”.
8:12
anda
Lit. “andar ao redor; vagar, perambular; circular, passear; viver (seguir um gênero de vida)”.
8:14
não sabeis de onde venho nem para onde vou
Expressão idiomática semítica utilizada em perguntas feitas com o objetivo de descobrir a identidade de uma pessoa, sobretudo de um estrangeiro (Gn 16:8; Jz 19:17). Esta pergunta remete à origem de alguém, sua tribo, sua família, sua pátria. Naturalmente, Jesus desloca a conversa para os desdobramentos de sua origem espiritual, muito além da sua identidade meramente social, histórica e cultural.
8:15
segundo a carne
Expressão idiomática semítica que apresenta uma enorme riqueza semântica, prestando-se aos mais diversos usos. Pode ser interpretada, ao menos neste contexto, sem grandes perdas, por “segundo a aparência, de acordo com o físico (oposto de espiritual)”.
8:17
testemunho de dois homens é verdadeiro
A confiança depositada nas testemunhas e em sua probidade era total e irrevogável, no sistema judicial hebreu. Depois que duas testemunhas tivessem prestado depoimento no Tribunal de Israel, e um veredicto final fosse emitido, elas não poderiam voltar atrás em seus depoimentos. Para os rabinos não era possível apresentar uma nova prova contradizendo um depoimento prestado anteriormente, nem mesmo provas circunstanciais mais conclusivas. Por esta razão, as testemunhas deviam se submeter a investigações (bedicot) e pesquisas (chakirot), detalhadamente descritas na Mishná, antes que seu depoimento fosse aceito pelo Tribunal. Para a condenação ou absolvição de um acusado bastavam, desse modo, o testemunho de dois homens (sexo masculino).
8:20
gazofilácio
Lit. “caixa de tesouro; sala do tesouro; caixa de ofertas no templo”. No templo de Jerusalém, havia treze caixas em formato de trombetas, colocadas nas paredes do átrio das mulheres, com a finalidade de recolher doações.
8:28
elevadoo
Lit. “alçar, elevar, engrandecer; exaltar (em sentido metafórico)”.
Αβραάμ (Abraám) – Abraão (forma grega e/ou transliteração do nome hebreu Abraham) – Sub (7-73), derivado do vocábulo hebraico אַבְרָהָם (Abraham – Abraão), resultado da modificação do nome mais curto אברם (Abram – Abrão). No primeiro caso, trata-se de nome antigo formado pela justaposição das palavras אב (ab – pai) + רהם (raham – multidão; numeroso). No segundo caso, refere-se ao nome composto pelas palavras אב (ab – pai) + רם (rûm – alto; exaltado). A narrativa bíblica (Gn 11:27 – 12: 8) apresenta Abraão como o primeiro dos Patriarcas, o ancestral do povo de Israel.
Personagem emblemática que exprime a mais profunda experiência profética daquele povo, visto que, renunciando integralmente sua segurança pessoal, atendeu ao chamado de Deus, confiando na promessa divina de uma posteridade abundante.
A história evoca o tema da graça e solicitude de Deus, que chamou um pagão, na cidade de Ur dos Caldeus, a fim de, por seu intermédio, abençoar todas as nações da terra (Gn 12:3-18:18). A genealogia conecta Jesus a essa imponente figura do passado de Israel, buscando salientar o fato de que, como descendente de Abraão, Jesus promulga, em definitivo, a bênção de Deus sobre todas as nações da Terra.
Dito de outra forma, o texto sugere que em Jesus se concretiza a promessa feita a Abraão.
Notas de Rodapé da (BJ2) - 2002 - Bíblia de Jerusalém
8:1
[v]
Esta perícope (7,53-8,11), omitida nos mais antigos documentos (mss, versões e Padres da Igreja), colocada alhures por outros, deixa transparecer o estilo sinótico e não pode ser de s. João. Poderia ser atribuída a s. Lucas (cf. Lc 21:38+). Sua canonicidade, seu caráter inspirado e seu valor histórico, no entanto, não sofrem contestação.
8:6
[x]
O significado deste gesto permanece obscuro.
8:12
[z]
No NT o tema da luz desenvolve-se através de três linhas principais, mais ou menos distintas. 1.- Como o sol ilumina uma estrada, também é luz tudo o que ilumina o caminho para Deus: outrora, a Lei, a Sabedoria e a Palavra de Deus (Ecl 2:13; Pr 4,18-19; 6,23; Sl 119:105); agora, o Cristo (Jo 1:9; 9,1-39; 12,35; 1Jo 2:8-11; cf. Mt 17:2; 2Co 4:6), comparável á Nuvem luminosa do Êxodo (Jo 8:12; cf. Ex 13:21s; Sb 18,3s); finalmente, todo cristão, que manifesta Deus aos olhos do mundo (Mt 5:14-16; Lc 8:16; Rm 2:19; FI 2,15; Ap 21:24). 2.- A luz é símbolo de vida, felicidade e alegria; as trevas, símbolo de morte, desgraça e lágrimas (Jó 30:26; Is 45:7; cf. Sl 17:15+); às trevas da escravidão se opõe, portanto, a luz da libertação e da salvação messiânica (Is 8:22-9,1; Mt 4:16; Lc 1:79; Rm 13:11-12), atingindo até as nações pagãs (Lc 2:32; At 13:47), pelo Cristo-Luz (Jo — cf. os textos citados acima; Ef 5:14), para se consumar no Reino dos Céus (Mt 8:12; 22,13; 25,30; Ap 22:5; cf. 21,3-4). 3.- O dualismo luz-trevas vem caracterizar, por isso, os dois mundos opostos do Bem e do Mal (cf. os textos essênios de Qumrã). No NT, aparecem os dois reinos sob os respectivos domínios do Cristo e de Satanás (2Co 6:14-15; Cl 1:12-13; At 26:18; 1Pd 2,9), um pelejando por vencer o outro (Lc 22:53; Jo 13:27-30). Os homens se dividem em filhos da luz e filhos das trevas (Lc 16:8; 1Ts 5:4-5; Ef 5:7-8; Jo 12:36), conforme vivam sob o influxo da luz (Cristo) ou das trevas (Satanás) (Mt 6:23; 1Ts 5:4s; lio 1,6-7; 2.9-10) e se fazem reconhecer por suas obras (Rm 13:12-14; Ef 5.8-11). Esta divisão (julgamento) entre os homens tornou-se manifesta com a vinda da Luz, que obriga cada um a se definir a favor ou contra ela (Jo 3:19-21; 7,7; 9,39; 12,46; cf. Ef 5:12-13). A perspectiva é otimista: as trevas, um dia, terão de ceder lugar a luz (Jo 1:5; Lio 2,8; Rm 13:12).
8:14
[a]
O Filho, por si mesmo, é sua verdadeira testemunha, porque só ele conhece o mistério divino de seu ser (cf. Mt 11:27p).
8:15
[b]
Lit.: "conforme a carne". Os judeus julgam Jesus pela aparência, que é a de um homem comum: "na carne não vêem resplandecer a glória do Filho de Deus" (Sto. Agostinho).
8:15
[c]
Isto é, condena, de acordo com o uso semítico da palavra.
8:21
[d]
Rejeitando Jesus, os judeus se perdem, sem esperança: pecam contra a verdade (vv. 40,45ss). É o pecado contra o Espírito (Mt 12:31p; cf. Jo 7:34+).
8:24
[e]
EU SOU é o nome divino revelado a Moisés (Ex 3:14+) e significa que o Deus de Israel é o único e verdadeiro Deus (Dt 32:39). Atribuindo-se este nome a si mesmo, Jesus apresenta-se como o único e verdadeiro Salvador, para o qual tendiam a fé e a esperança de Israel. Cf. 8,28.58; 13,19 e também 6,35; 18,5.8.
8:25
[f]
Texto muito difícil, traduzido de diversos modos: "Primeiramente, por que vos falo?"; "Por que vos falaria eu?"; "De início, o 9ue vos digo"; "Absolutamente, o que vos digo". Nossa traduçao conserva o matiz temporal, que prepara o segundo "então" do v. 28: os judeus, agora, têm oportunidade de conhecer Jesus por sua palavra; quando o conhecerem "elevado", será tarde demais. — A traduçao da Vulg.: "(Eu sou) o Princípio, eu que vos falo" é, gramaticalmente, insustentável.
8:28
[g]
No AT, a fórmula "sabereis que eu sou" ou "que sou Iahweh" afirma o poder divino (cf. 8,24+) ou anuncia uma intervenção extraordinária de Iahweh (cf. Ex 10:2; Ez 6:7.10.13s, etc.; Is 43:10, que se aproxima espantosamente de s. João). Aqui é anunciada a glorificação de Jesus por sua "elevação" na cruz (12,32+), que dará uma resposta à interrogação dos judeus (v. 25), mas condenando a sua incredualidade (cf. 19,37; Ap 1:7; Mt 26:64; 1Cor 2,8).
8:32
[h]
Jesus é a Verdade, a realidade plena do dom do Pai e do seu desígnio salvífico (14,6; 17,17; cf. Ap 3:7; 19,11). Nele tornaram-se presentes as realidades anunciadas pela Lei (1,17). Ele proclama as palavras que recebe do Pai que o enviou (3,11+; 8,26.40; etc.), e assim, faz-nos conhecer aquele que ele conhece (1,18) e nos convida a lhe darmos a nossa fé (3,12+; 8,45-47). Ele é a verdadeira luz (1,9) e pode dizer: "Eu sou o pão verdadeiro". etc. (6,35+). Após a sua glorificação (12,32+), o Espírito de verdade (14,17+) conduzirá os fiéis à verdade plena (16,13). O fiel, que é da verdade (18,37; 1Jo 3:19 -1-; cf. 2Ts 2:10-12), é por ela santificado (17,17-19), nela permanece (8,31), nela caminha (2Jo 4; 3Jo 4); ele a pratica (3,21), colabora com ela (3Jo 8). Ele adora o Pai em espirito e em verdade (4,23-24). É arrancado da mentira (8,44+).
8:34
[i]
Ad.: "do pecado".
8:39
[j]
Var.: "Se fôsseis... praticaríeis". Os judeus não são "filhos" de Abraão (como Isaac), porque não crêem: são apenas da "raça" de Abraão (como Ismael, o filho da escrava, que foi expulso, cf. vv. 34-35). A este respeito, cf. Gl 4:30s. Eles não são mais filhos de Deus, porque não crêem em Jesus (1,12+; 3,7-9; etc.).
8:41
[l]
Na linguagem dos profetas, a prostituição designa a infidelidade religiosa (cf. Os 1:2+). Os judeus, portanto, protestam sua fidelidade ao Deus da aliança.
8:43
[m]
Estando sob a dependência do diabo, o inimigo da verdade (cf. 18,37).
8:44
[n]
Var.: "não estava estabelecido".
8:44
[o]
Ou: "pai do mentiroso". A mentira, contrário da palavra (1,1+) e da verdade (8,31+), está ligada ao nada e ao mal (cf. Rm 1:25; 2Ts 2:9-12; etc.). Os judeus que negam a verdade de Jesus (v. 40; cf. 1Pd 2,22) estão sujeitos ao chefe de todos os inimigos desta verdade (cf. 12,31+; 13,2+; 1Jo 2:14).
8:46
[p]
Quer dizer, de infidelidade a Deus na missão dele recebida.
8:56
[q]
A vinda de Jesus. Jesus aqui se atribui ainda uma expressão reservada a Deus no AT: o "Dia de Iahweh" (cf. Am 5:18+).
8:56
[r]
Abraão viu o "Dia" de Jesus (como Isaias "viu a sua glória", 12,41) "de longe" (cf. Hb 11:13; Nm 24:17), num acontecimento profético: o nascimento de Isaac, que provocou o "riso" de Abraão (Gn 17:17+). Jesus se apresenta como o verdadeiro objeto da promessa feita a Abraão, a verdadeira causa de sua alegria, o Isaac espiritual (cf. Gn 12:1+).
8:59
[s]
A pretensão de Jesus a um modo divino de existência é, aos olhos dos judeus, uma blasfêmia, passível de lapidação (Lv 24:16).