Cartas de Uma Morta
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FAMINTOS DE LUZ E DE PAZ
Em quase nenhuma das personalidades que se me deparavam aos olhos, via a auréola de glória que a posteridade lhes havia dado; ao contrário, pude constatar que inúmeros daqueles, que são venerados pelos homens com o incenso de um falso patriotismo, não passavam de míseras almas fracassadas em seus bons propósitos, conservando-se, além dos véus físicos, famintas de luz e de paz.
O que mais me comoveu, nos quadros animados, que eu via da existência coletiva da nacionalidade, foram os rasgos de heroísmo, os romances de miséria e dor, as páginas sangrentas da escravidão do Brasil. Vi seres crucificados em suplícios dantescos, perseguidos por dores lancinantes, infligidas por senhores desalmados e cruéis; mas pude saber também que naquelas vestes de infortúnio e padecimentos se ocultavam antigos dominadores e verdugos da humanidade em eras de antanho, os quais resgatavam penosamente as dívidas de outrora.
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