Cartilha Da Natureza. A Criação

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CAPÍTULO 84

O ORVALHO

Casimiro Cunha

Se a chuva pode tardar, Há sempre a bênção do orvalho, Sustentando a Natureza No campo do seu trabalho.

Ao termo de cada noite, Nas auroras coloridas, Podemos felicitá-lo Nas ervas agradecidas.

A planta nunca descrê;

Espera, trabalha e dá.

Na luta jamais se esquece Que o Pai não a esquecerá.

Se o ano é de chuva escassa Para o bem das produções, Muitas vezes basta o orvalho Na força das estações.

Ao seu beijo a terra espera, A folha volta ao verdor, A flor ostenta-se em festa, O dia é renovador.

Nas forças da Natureza, O orvalho é como o sorriso Que desce diariamente Das bênçãos do paraíso.

Seu hálito carinhoso Ameniza a atmosfera;

No verão mais sufocante É filho da primavera.

É sempre um fraterno amigo, Um símbolo de defesa, Do bem entre as forças várias Que oprimem a Natureza.

A nós outros, ele ensina, No efeito de sua ação, Quanto pode conseguir A boa disposição.


Sorrisos, calma, bondade, Prudência, paz, bom humor, São em tudo o brando orvalho Da altura do nosso amor





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