Construção do Amor

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Capítulo XVII

A oferenda cristã


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Antigamente, a fé exibia nos templos as vísceras fumegantes dos animais mortos, quando não imolava o sangue humano para aliciar a simpatia dos gênios inferiores categorizados à conta de anjos e deuses, nos santuários primitivistas.

Espetáculos deprimentes desdobravam-se diante do altar, gerando o temor e a superstição que orientavam a magia vulgar.

Evoluída a fé, o incenso e a mirra, as essências e os perfumes substituíram as ofertas sanguinolentas, modificando o culto exterior e amenizando os costumes.

Com Jesus, entretanto, as oferendas da fé são justas e expressivas.

O discípulo do Evangelho é convidado a imolar a si mesmo, nas áreas da renúncia pelo bem dos semelhantes, a fim de que a Terra se faça o templo do Amor Divino.

Com Cristo, não mais oblatas de sangue e lágrimas, nem dádivas de prata e ouro…

Não mais o fetichismo da ignorância, nem a exaltação de interesses mesquinhos, mas, sim o próprio coração do aprendiz erguido ao trabalho da felicidade comum, em bases no próprio aperfeiçoamento.

Se pretendes trazer ao Mestre o preito de teu carinho, recorda que o Cristo não deseja adoradores de sua figura excelsa, mas, artífices e servidores da Boa Nova que saibam calar auxiliando, amar com desprendimento e servir sem repouso, porque somente nesse culto íntimo de afetuoso devotamento, é que conseguiremos, em verdade, comungar-lhe, hoje e sempre, a edificação do Reino de Amor e Luz.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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