Capítulo XVI

O vintém


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O grande e luminoso templo da vida permanece de portas descerradas.

É o mundo vasto… É a Terra prodigiosa de bênçãos e dons, ostentando cidades que são templos do progresso, campos que são áreas de luz, fontes que representam vasos de água viva, flores que constituem adornos espalhados no Planeta, em que nossas almas se movimentam nas sendas da evolução.

No orbe imenso, há quem ofereça ao progresso e ao aperfeiçoamento da Humanidade as grandes missões da fé religiosa, da política administrativa, da ciência e da filosofia, nos fulgores intelectuais da cultura e da inteligência; há quem oferece ao aprimoramento do amor a graça do lar, o carinho afetivo, o brilho da arte e a grandeza do sentimento burilado em obras de benemerência e ternura, que fixam novos capítulos à elevação da vida.


Não podemos, no entanto, olvidar a excelsitude da colaboração aparentemente pequenina daqueles corações dilacerados, aflitos e anônimos, que trazem ao bem da comunidade o singelo concurso de que podem dispor.

É o sorriso de compreensão e de estímulo ao companheiro desconhecido.

É a palavra oportuna que soergue o bom ânimo de um amigo arrojado ao desalento.

É a bondade oculta que auxilia sem exigir compensação.

É a bênção do concurso fraterno que apaga o fogo da maledicência.

É a dádiva fraterna da amizade, sem egoísmo.

É a oferta do coração que ampara sem ruído.


Temos sempre nessas admiráveis contribuições o precioso vintém do amor e se cada um de nós despender um só de semelhantes vinténs, em cada dia da vida, estejamos convencidos de que, dentro em breve, teremos amontoado para a nossa felicidade um tesouro infinito na Espiritualidade Maior.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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