Ideal Espírita

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Capítulo LXX

A caridade nunca falha


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“A caridade nunca falha.” — PAULO (1co 13:8)


Quem escolhe intenções elevadas no desempenho de sua atividade, jamais esbarra em fracasso.

Quem perdoa de coração qualquer ofensa, não aloja o arrependimento no íntimo.

Quem se vê incompreendido ao elaborar o ato digno, recebe em seu favor a compreensão da Misericórdia de Cima.

Quem visa o interesse do próximo na obra em curso, somente descobre motivos para confiar no próprio êxito.

Quem estuda para ajudar a outrem com o facho do conhecimento, invariavelmente alcançará o aprendizado.

Quem se sacrifica para minorar o sofrimento daqueles que lhe rodeiam a marcha, demanda novos domínios da felicidade essencial.

Quem se esforça por viver o amor puro sob qualquer aspecto, acerta sempre no instante de definição.

Eis, porque, assevera o Apóstolo aos irmãos de Corinto: — “A caridade nunca falha”.

Realmente, a caridade expressa a perfeição dentre as manifestações da criatura e dimana, em seus fundamentos, do Amor Infinito de Deus.

Um ato de caridade traz em si a argamassa indestrutível da Eterna Perfeição, composta de sabedoria e justiça, trabalho e solidariedade, confiança e paz.

O erro torna-se inexequível ao Espírito quando o coração perdoa sem condições, estuda com dignidade ou trabalha desinteressadamente.

Assim, a luz da caridade jamais se extingue.

Onde surge, as controvérsias transformam-se em colóquios fraternais, a tristeza rende-se à alegria, o desânimo perde a razão de ser e as almas aceleram o voo na esteira evolutiva.

Muitos aprendizes da Verdade pesquisam sofregamente a fórmula ideal para a vitória na 5ida, no entanto, ela aí brilha à mão de qualquer um, estruturada na gradação infinita da caridade.

Busquemos, pois, prosseguir sem falhas.

Volta o olhar para o cosmo interior e procede à avaliação da própria conduta segundo o câmbio único da virtude sublime e estarás vivendo, em ti mesmo, a batalha sem derrotas, o itinerário sem desvio, a luta sem quedas e a luz sem sombras, sob o beneplácito d’Aquele que é Todo-Amor e Todo-Justiça.



(Psicografia de Waldo Vieira)



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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