Indulgência

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Capítulo XII

Jugo mental


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Repara, enquanto é cedo, o jugo mental a que te prendes.

Gravitando em torno da sociedade terrestre, encontramos milhões de criaturas desencarnadas, nos mais dolorosos tipos de escravidão, juguladas pelas teias comburentes da angústia e da crueldade, no cárcere da ignorância de que fizeram no mundo a própria razão de ser.

No corpo físico, engodavam-se na superfície do reconforto. Na Esfera espiritual acordam na verdade profunda que lhes solicitava exame e entendimento.

Sacerdotes que se iludiam na superestimação dos próprios valores, despertam retardados e infelizes, buscando alçar o nível da caridade à sistemática adoração em que se encravaram, desprevenidos.

Médicos que obscureciam a mente com a visão do lucro fácil, a detrimento da saúde dos semelhantes, reencontram-se em desespero, disputando a felicidade de servir para reaprenderem o apostolado da cura.

Juízes que ensombraram as próprias ideias no mercado das consciências, ressurgem a dentro de si mesmos, entre remorsos e lágrimas, procurando o caminho de retorno à verdadeira justiça.

Pais humanos que mentiram à própria alma, acalentando nos filhos, o devotamento à facilidade e ao dinheiro, retomam-se na realidade amargosa, regressando ao lar de que foram espiritualmente alijados, pela ingratidão ou pela censura, tentando reconduzir os próprios rebentos à bênção do trabalho honesto, em supremo esforço de redenção da família.

Mulheres notáveis pela inteligência e pelas virtudes domésticas que enevoaram os sentimentos com a deserção da maternidade sublime, choram as oportunidades perdidas, buscando missões de dor e sacrifício ao pé de criancinhas desesperadas, através de renúncias dilacerantes.

Se procuras, assim o clima da Vida Eterna, ao Sol da Nova Revelação, oferece teus ombros ao jugo do Cristo, entre as obrigações que a fé te preceitua no caminho do bem incondicional e constante, porque a existência na Terra é também empréstimo do Céu com receita e despesa, compromisso e pagamento e apenas sob a cruz leve do nosso dever para com Jesus, agora, é que evitaremos a cruz asfixiante e destruidora que as paixões desgovernadas talharão para nosso espírito, no tempo atormentado que virá fatalmente depois.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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