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Capítulo XXV

Caridade do esquecimento


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Não olvides a caridade do esquecimento de todo mal. Nela reside a força progressiva do bem.

Dissabores revividos são espinhos bem cultivados.

Diariamente, é possível exercê-la, porque o cipoal dos desgostos de toda sorte nasce também de sementes minúsculas.


A benefício da paz, não te fixes nas pequenas desarmonias que te rodeiam.

Esquece o erro do vizinho.

O mau temperamento do próximo.

A irritação do companheiro.

A ingratidão da parentela.

A intriga sutil.

A palavra maldosa.

A frase contundente.

A resposta impensada dos outros.

A saudação não respondida.

A ilusão dos que te seguem.

A irreflexão de alguns ou de muitos.

A ignorância do associado de luta.

A atitude do irmão, em desacordo com a tua.

A opinião diferente da que adotas.

A cicatriz ou a ferida dos semelhantes.

A infelicidade do companheiro inseguro.

A observação injuriosa que procura ferir-te a dignidade pessoal.

A incompreensão do meio a que serves.

A dificuldade e o obstáculo que se apresentam por abençoadas provas à tua fortaleza moral ou à tua boa vontade.


Lembra-te do auxílio simples do esquecimento da sombra que se interpõe entre o nosso espírito e a realidade.

Abre o coração à Luz e adianta-te, olvidando as trevas da jornada.

Quem recebe a dádiva da luta na condição de um tesouro por engrandecer e aperfeiçoar, realmente encontrou para a própria felicidade, o verdadeiro caminho do Céu.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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