Leis de Amor
Versão para cópiaParentesco e filiação
No mundo, a morte parece uma estação de problemas insolvíveis, arquivando serviços inacabados. Entretanto, isso é apenas aparência.
Dramas passionais, crimes que não foram investigados pelos juízes humanos, tragédias íntimas e assaltos na sombra cujos protagonistas sabemos identificar por vítimas e carrascos, não desaparecem no silencio do túmulo, porque a vida prossegue, além da morte, desdobrando causas e consequências.
O princípio de causa e efeito tanto funciona na existência humana, quanto além dos implementos físicos perecíveis.
Porque nós outros, seres humanos encarnados e desencarnados, somos ainda discípulos imperfeitos e inexperientes da vida, a morte não nos impele, em definitivo, às esferas superiores e nem nos rebaixa, indefinidamente, a círculos degradantes.
Considera-nos a Lei Divina por inteligências juvenis, sob o patrocínio da escola, concedendo-nos, na vida terrestre o mais alto campo edificante e reeducativo.
Nos elos da consanguinidade reavemos o convívio de todos aqueles que se nos associaram ao destino, pelos vínculos do bem ou do mal através das portas benditas da reencarnação.
Devemos revestir-nos de paciência, amor, compreensão, devotamento, bom ânimo e humildade a fim de aprender e vencer, na luta doméstica. No mundo, o lar é a primeira escola da reabilitação e do reajuste.
Quase sempre, os pais despóticos de hoje são aqueles filhos do passado, em cuja mente inoculamos o egoísmo e a intolerância.
O filho rebelde e vicioso é o irmão que arrojamos, um dia, à intemperança e à delinquência
A filha detida nos desregramentos do coração é a jovem que, noutro tempo, induzimos ao desequilíbrio e à crueldade.
O marido ingrato e desleal, em muitas circunstâncias, é o mesmo esposo do pretérito, que precipitamos na deserção, com os próprios exemplos menos felizes.
A companheira desorientada, que nos amarga o sentimento, é a mulher que menosprezamos, em outra época, obrigando-a a resvalar no poço da loucura.
Os parentes abnegados, em que nos escoramos, são os amigos de outras eras, com os quais já construímos os sólidos alicerces da amizade e do entendimento, propiciando-nos o reconforto da segurança recíproca.
Cada elo de simpatia ou cada sombra de desafeto, que surpreendemos na família ou na atividade profissional, são forças do passado a nos pedirem mais amplas afirmações de trabalho na vitória do bem.
Diante dos parentes e dos companheiros de jornada, consagremo-nos à felicidade de todos e façamos o melhor ao nosso alcance, a benefício de cada um.
Se a presença de alguém nos é penosa ou difícil ao coração, anulemos os impulsos negativos que nos surjam na alma e convertamos as nossas relações com esse alguém numa sementeira constante de paz e luz.
Ninguém possui sem razão esse ou aquele laço de parentesco, de vez que o acaso não existe nas obras da Criação.
(Este capítulo foi psicografado por Francisco Cândido Xavier)
As consequências dos crimes obscuros dos homens terminam com a morte?
—Dramas passionais, crimes que não foram investigados pelos juízes humanos, tragédias íntimas e assaltos na sombra, cujos protagonistas sabemos identificar por vítimas e carrascos, não desaparecem no silêncio do túmulo, porque a vida prossegue, além da morte, desdobrando causas e consequências.
A profissão nos concede oportunidades de reajuste?
—Observamos as oportunidades de reajuste e aperfeiçoamento que o mundo nos concede na esfera da profissão. A criatura renasce, gravitando para o campo de serviço em que se lhe afinam disposições e tendências.
Como interpretar as contrariedades e desgostos domésticos?
—O homem e a mulher aguardam o casamento, embalados na melodia do sonho, entretanto, atingida a convivência no lar, surgem as obrigações, decorrentes do pretérito, através do programa de serviço traçado para cada um de nós pela reencarnação, que nos compele a retomar, na intimidade, todos os nossos erros e desacertos.
—Fácil, dessa forma, reconhecer que todas as dificuldades domésticas são empeços, trazidos por nós próprios, das existências passadas.
Todos temos desafetos do pretérito?
—Inegável que todos carreamos ainda, do pretérito ao presente, enorme carga de desafetos.
Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que trazemos de existências passadas?
—Estudos que efetuamos corretamente, ainda que terminados há longo tempo, asseguram-nos títulos profissionais respeitáveis. Faltas praticadas deixam azeda sucata de dores na consciência, pedindo reparação. Se plantarmos preciosa árvore, desde muito, é natural venhamos a surpreende-la, carregada de utilidades e frutos para os outros e para nós. Se nos empenhamos num débito, é justo suportemos a preocupação de pagar.
Existe uma patologia da alma?
—Mágoas, ressentimentos, desesperos, atritos e irritações entretecem crises do pensamento, estabelecendo lesões mentais que culminam em processos patológicos, no corpo e na alma, quando não se convertem, de pronto, em pábulo da loucura ou em sombra da morte.
Bastará apenas sofrer para que resgatemos os compromissos adquiridos nas existências passadas?
—Se temos o coração aberto em feridas profundas, isso não basta; é preciso transubstanciar as próprias dores em esperanças e ensinamentos.