Leis de Amor

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Capítulo VIII

Redenção


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Redimiremos a nós mesmos, quando compreendermos, conscientemente, ao preço do próprio raciocínio que, todos os sofrimentos decorrem das leis de amor que governam a vida. Para isso, é indispensável entendamos que todos vivemos subordinados ao princípio inelutável da reencarnação e que nos reencarnaremos, na Terra ou em outros mundos, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, para que se nos edifique o aperfeiçoamento espiritual, seja diante dos imperativos da evolução que nos traçam inevitáveis labores educativos ou à frente dos encargos expiatórios que nos apontam graves tarefas de recapitulação e corrigenda, para o expurgo da consciência culpada.


Se temos o coração aberto em feridas profundas, isso não basta; é preciso transubstanciar as próprias dores em esperanças e ensinamentos.


Às vezes, trazemos o semblante lavado de lágrimas, no entanto o desespero e a inconformação desmancham-se igualmente em pranto amargo; para expurgar o mundo íntimo é mister valermo-nos da provação como recurso de trabalho, para converter a tribulação em alegria e a dificuldade em lição.


Bendigamos as mãos que nos ferem. Imperioso, porém, nos dediquemos a fazer algo a fim de que se renovem para o entendimento e para a prática do bem, sob a inspiração dos bons exemplos que lhes pudermos ofertar.


Dizemos a verdade e, não raro, riem de nós muitas vezes, só porque isso aconteça, julgamo-nos dispensados de trabalhar pela expansão de novas luzes, quando a verdade reclama continuísmo de abnegação para que triunfe a benefício de todos.


Recolher pedras de ingratidão por pétalas de carinho é heroísmo de muitos. Multidões respiram nesse câmbio estranho de padecimentos morais, preferindo acomodar-se à hipnose da queixa. A ingratidão é sempre resultado da ignorância e para que a ingratidão alheia produza bênçãos redentoras, em nós é necessário prosseguir plantando entendimento e fraternidade na terra seca da incompreensão, de que muitos outros já desertaram.


Quase sempre exigimos o máximo dos outros na construção da nossa felicidade, sem lhes darmos de nós o mínimo na preservação da própria segurança. Entretanto, em apoio de nosso burilamento, urge sustentar atividades e encargos de sacrifício.


Caluniam-nos frequentemente, no entanto, só pelo fato de sermos apontados pelo dedo da injúria, isso não adianta ao aperfeiçoamento espiritual. Impreterível usar compaixão e bondade, à frente daqueles que nos perseguem.


Em muitas circunstâncias, o lar é o cárcere dos nossos sonhos, contudo, é útil recordar que vastas fileiras de criaturas se encontram na mesma situação, agravando padecimentos e lutas pelo abandono das responsabilidades que lhes competem. A regeneração pela qual ansiamos espera por nossa fidelidade aos compromissos assumidos, com a nossa disposição de arquivar planos de ventura para quando a Divina Sabedoria nos proclame a libertação.


Vergamo-nos sob o fardo de inquietações opressivas, mas, para que essas inquietações nos sirvam ao reajuste da alma, cabe-nos a obrigação de transformá-las em testemunhos de fé e serviço ao próximo.


Convém notar que o reconhecimento dos próprios erros, perpetrados nesse ou naquele setor da existência, é o primeiro passo da reabilitação, mas esse começo é empreendimento nulo, se não resolvemos corrigir-nos com humildade e paciência, na execução dos deveres que a vida nos recomenda.


Sim, vezes inúmeras, costumamos refletir nas grandes façanhas dos Espíritos valorosos que transformaram a Terra… Acolheram-se, à filosofia e criaram novas formas de pensamento, abraçaram a ciência e exalçaram o progresso; elevaram-se na cultura e engrandeceram a arte; agigantaram-se no trabalho e aperfeiçoaram a vida; entretanto, reencarnaram-se entre os homens, lavrando o solo, mecanizando atividades, burilando palavras, renovando costumes, aprimorando leis, desbravando caminhos… Todos eles, cada qual a seu modo, entregaram-nos as chaves da evolução, melhorando a vida por fora. No íntimo, porém, seja nas horas tranquilas da existência ou nas crises de aflição que nos supliciem a alma, é forçoso lembrar que a redenção verdadeira nasce dentro de nós.




(Este capítulo foi psicografado por Francisco Cândido Xavier)



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

O que foram, em vidas anteriores, os pais despóticos?

—Quase sempre, os pais despóticos de hoje são aqueles filhos do passado, em cuja mente inoculamos o egoísmo e a intolerância.







O que fazem frequentemente, hoje, os pensadores que ontem intoxicaram a mente popular?

—Pensadores que antigamente corrompiam a mente popular com as depravações de espírito já em via de autoburilamento, formam agora os professores laboriosos, aprendendo a ministrar disciplinas, à custa do próprio exemplo.







As sessões de desobsessão têm valor?

Em que condições?

—Toda recomendação verbal e todo entendimento pela palavra, através das sessões de desobsessão, se revestem de profundo valor, mas somente quando autenticados pelo nosso esforço de reabilitação íntima, sem a qual todas as frases enternecedoras passarão, infrutífera, qual música emocionante sobre a vasa do charco.







E os protagonistas de tragédias passionais?

—Protagonistas de tragédias passionais, violentas e obscuras, criminosos de guerra, aproveitadores de lutas civis, que manejam a desordem para acobertar interesses escusos; exploradores do sofrimento humano, caluniadores, empreiteiros do aborto e da devassidão e malfeitores outros, que a justiça do mundo não conseguiu cadastrar, voltam à reencarnação em tribulações compatíveis com os débitos que assumiram e, muitas vezes, junto das próprias vítimas, sob o mesmo teto, marcados por idênticos laços consanguíneos, tolerando-se mutuamente, até a solução dos enigmas que criaram contra si mesmos, atento ao reequilíbrio de que se vêem necessitados, ou sofrem a pena do resgate preciso em desastres dolorosos, integrando os quadros inquietantes dos acidentes em que se desdobra o resgate do Espírito reencarnado, seja nos transes individuais ou nas provações coletivas.







Como funcionam os ensinamentos espíritas na cura dos males que infelicitam as criaturas humanas?

—Os ensinamentos espíritas, despertando a mente para a necessidade do trabalho e do estudo espontâneo, preparam a criatura em qualquer situação, para a obra do aperfeiçoamento próprio e desvelando a continuidade da vida, para lá da morte, patenteiam ao raciocínio de cada um que a individualidade não encontrará, além-túmulo, qualquer prerrogativa e sim a felicidade ou o infortúnio que construiu para si mesma, através daquilo que fez aos semelhantes.







Ainda para isso será suficiente que padeçamos o assédio da injúria?

—Caluniam-nos frequentemente, no entanto, só pelo fato de sermos apontados pelo dedo da injúria, isso não adianta ao aperfeiçoamento espiritual. Impreterível usar compaixão e bondade, à frente daqueles que nos perseguem.

9 - Para que obtenhamos quitação, ante o pretérito culposo, bastará experimentar agruras e provações no reduto doméstico, de ânimo sistematicamente recolhido à rixa e ao mau humor?

—Em muitas circunstâncias, o lar é o cárcere dos nossos sonhos, contudo, é útil recordar que vastas fileiras de criaturas se encontram na mesma situação, agravando padecimentos e lutas pelo abandono das responsabilidades que lhes competem. A regeneração pela qual ansiamos espera por nossa felicidade aos compromissos assumidos, com a nossa disposição de arquivar planos de ventura para quando a Divina Sabedoria nos proclame a libertação.







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