Leis de Amor
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Quem se refere à obsessão há de reportar-se, necessariamente, às correntes mentais. O pensamento é a base de tudo.
Inegável que todos carreamos ainda, do pretérito ao presente, enorme carga de desafetos.
Quando desencarnados, em condições relativamente felizes, guardadas as justas exceções, somos equiparados a devedores em refazimento habilitando-nos, pelo trabalho é pelo estudo, ao prosseguimento do resgate dos compromissos de retaguarda.
É compreensível que seja na Esfera física que mais direta e frequentemente nos abordem aqueles mesmos Espíritos a quem ferimos ou com quem nos acumpliciamos na delinquência.
São eles as testemunhas de nosso aperfeiçoamento, experimentando-nos as energias morais, quando não lhes suportamos o permanente convívio, por força das provas regenerativas que trazemos ao renascer. Acompanham-nos por instrumentos do progresso a que aspiramos, vigiam-nos as realizações e policiam-nos os impulsos.
Um dia, chegaremos a agradecer-lhes a colaboração, imitando o aluno que, incomodado na escola, se rejubila, mais tarde, por haver passado sob as atenções do professor exigente.
Nos processos da obsessão, urge reconhecer que os nossos opositores ou adversários se transformam para o bem, à medida que, de nossa parte, nos transformamos para melhor.
Toda recomendação verbal e todo entendimento pela palavra através das sessões de desobsessão, se revestem de profundo valor, mas somente quando autenticados pelo nosso esforço de reabilitação íntima, sem a qual todas as frases enternecedoras passarão, infrutíferas, qual música emocionante sobre a vasa do charco.
Salientando-se que o pensamento é alavanca de ligação, para o bem ou para o mal, é muito fácil perceber que os fenômenos deprimentes da obsessão podem atingir-nos, em qualquer condição e em qualquer tempo.
Sim. As correntes mentais são tão evidentes quanto as correntes elétricas, expressando potenciais de energias para realizações que nos exprimem direção, propósito ou vontade, seja para o mal ou para o bem.
Cada um de nós é um acumulador por si, retendo as forças construtivas ou destrutivas que geramos. Desejo, palavra, atitude e ação representam eletroímãs, através dos quais atraímos forças iguais àquelas que exteriorizamos, no rumo dos semelhantes.
Deter-nos, em qualquer aspecto do mal, é aumentar-lhe a influência, sobre nós e sobre os outros.
Todas as manifestações de sentimento aviltado, quais sejam a calúnia e a maledicência, a cólera e o ciúme, a censura e o sarcasmo, a intemperança e a licenciosidade estabelecem a comunicação espontânea com os poderes que os representam, nos círculos inferiores da natureza, criando distonias e enfermidades, em que se levantam fobias e fixações, desequilíbrios e psicoses, a evoluírem para a alienação mental declarada.
Emitindo um pensamento, colocamos um agente energético em circulação, no organismo da vida, — agente esse que retornará fatalmente a nós, acrescido do bem ou do mal de que o revestimos.
Compreendendo-se que cada um de nós possui pontos vulneráveis, no estado evolutivo deficitário em que ainda nos encontramos, toda vez que o mal se nos associe a essa ou àquela ideia, teremos o mal de volta a nós mesmos, agravando-se doenças e fraquezas, obsessões e paixões.
Assimilamos dos outros o que damos de nós.
A mente pode ser comparada a espelho vivo, que reflete as imagens que procura.
A obsessão, em qualquer tipo pelo qual se expresse, está fundamente vinculada aos processos mentais em que se baseiam os interesses da criatura.
Assevera o Cristo: — “Busca e acharás”. (Lc
Encontraremos, sim, os companheiros que buscamos, seja para o bem ou para o mal.
Consagremo-nos à construção do bem de todos, cada dia e cada hora, porquanto caminhar entre Espíritos nobres ou desequilibrados sejam eles encarnados ou desencarnados, será sempre questão de escolha e sintonia.
(Este capítulo foi psicografado por Waldo Vieira)
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