Lira Imortal

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Capítulo XL

Versos aos sofredores


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Pudesse agora arrancar-vos

Do terreno sorvedouro

E abrir-vos os salões de ouro

Dos cimos da Criação…

Conduzindo-vos aos prados

De flores da Imensidade,

Onde eterna claridade

Nos conduz à Perfeição;


Ó rutilâncias sublimes

Da vida risonha e pura,

Altar de doce ventura,

Luminoso rosicler,

No qual a paz e o amor

Fazem eterna aliança,

Onde um halo de esperança

É a vida de todo o ser;


Ó madrugadas brilhantes,

Luares opalescentes.

Sobre estradas resplendentes

Nos jaspes da imensidão,

Ó panoramas divinos,

Lindos quadros luminosos,

Manhãs de riso e de gozos

Da Terra da Promissão;


Que luzes maravilhosas

Sobre etéreos alabastros,

Sóis, estrelas, mundos, astros

Na vida superior,

Toda a música da Terra

Não se iguala à melodia

Da sacrossanta harmonia

Que se desprende do Amor;


Quisera, pois, arrancar-vos

De tanta noite obscura,

Mas agora na amargura

Faz-se mister que sofrais;

Depois, porém dessas dores,

Sentir-vos-eis nos espaços,

Acalentados nos braços

Do mais sublime dos pais.




Casimiro de Abreu
Francisco Cândido Xavier

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