Lira Imortal

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Capítulo XXXI

Reencarnação


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Reencarnar-me?… Deixar a luz divina,

Justapondo-me a pútridos espermas,

Testemunhar a minha própria ruína.

E vestir-me de células enfermas…


Reviver solidões amargas e ermas

De um mundo a cuja face se destina

A descendência obscura dos palermas

Que em obras podres se desilumina?


Que destino infeliz, igualitário!

Recolher-me às excrescências de um ovário,

Sob um rude mistério incompreensível;


Verme do esquecimento em nove meses…

E ressurgir num invólucro de fezes;

Mas tudo isso é da lei intransgredível.




Augusto dos Anjos
Francisco Cândido Xavier


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