Seara dos Médiuns

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Capítulo XVI

Força mediúnica


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Reunião pública de 26 de Fevereiro de 1960

de “O Livro dos Médiuns”


Considerando-se a força mediúnica como recurso inerente à personalidade humana, de vez que, dentro de grau menor ou maior, transparece de todas as criaturas, comparemo-la à visão comum.

Efetuado o confronto, reconheceremos que, em essência, os olhos de um analfabeto, de um preguiçoso, de um malfeitor e de um missionário do bem não exibem qualquer diferença na histologia da retina.

Em todos eles, a mesma estrutura e a mesma destinação.

Imaginemos fosse concedida, aos quatro, determinada máquina com vistas à produção de certos benefícios, acompanhada da respectiva carta de instruções para o necessário aproveitamento.

O analfabeto teria, debalde, o aparelho, por desconhecer como deletrear o processo de utilização.

O preguiçoso conheceria o engenho, mas deixá-lo-ia na poeira da inércia.

O malfeitor aproveitá-lo-ia para explorar os semelhantes ou perpetrar algum crime.

O missionário do bem, contudo, guardá-lo-ia sob a sua responsabilidade, orientando-lhe o funcionamento na utilidade geral.


Força medianímica, desse modo, quanto acontece à capacidade visual, é dom que a vida outorga a todos.

O que difere, em cada pessoa, é o problema de rumo. Nisso reside a razão pela qual os Mensageiros Divinos insistirão, ainda por muito tempo, pela sublimação das energias psíquicas, a fim de que os frutos do bem se multipliquem por toda a Terra.

Não valem médiuns que apenas produzam fenômenos.

Não valem fenômenos que apenas estabeleçam convicções.

Não valem convicções que criem apenas palavras.

Não valem palavras que apenas articulem pensamentos vazios.


A vida e o tempo exigem trabalho e melhoria, progresso e aprimoramento.

Mediunidade, assim, tanto quanto a visão física, representa, do ponto de vista moral, força neutra em si própria.

A importância e a significação que possa adquirir dependem da orientação que se lhe dê.

Por isso mesmo, os amigos desencarnados, sempre que responsáveis e conscientes dos próprios deveres diante das Leis Divinas, estarão entre os homens exortando-os à bondade e ao serviço, ao estudo e ao discernimento, porquanto a força mediúnica, em verdade, não ajuda e nem edifica quando esteja distante da caridade e ausente da educação.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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