Tocando o Barco

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Capítulo XXV

Dois anjos


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A fé ilumina.

A caridade socorre.


A fé clareia o caminho.

A caridade auxilia a percorrê-lo.


Não basta confiar.

É indispensável servir.


Não vale contemplar apaixonadamente o Céu.

É preciso habilitar-se a criatura a fim de alcançá-lo.


A fé ardente, sem obras que lhe revelem a grandeza, pode gerar o fanatismo que separa e destrói, ao invés de enlaçar e construir.

A caridade, sem esperança que lhe assegure persistência de ação, pode cair em plena sombra, entre o cansaço e a indiferença.


Quem reconhece a paternidade do Criador, sente-se na posição de hóspede do mundo, mobilizando os recursos de que dispõe, em benefício daqueles que o cercam, aprendendo que tudo na vida é empréstimo da Providência Misericordiosa, a cujo infinito amor devolveremos, hoje ou amanhã, os patrimônios que usufruímos. Por isso mesmo, o coração que realmente confia em Deus espalha os dons que retém, guardando na caridade e na fé as margens da senda que lhe cabe seguir à procura das riquezas reais da vida.

Não cultives a fé sem obras e nem te apegues às obras sem fé, na complementação do Cristianismo de que te fizeste seguidor. Deixa que a fé ensine através de tuas palavras e exemplos e que a caridade se manifeste através de tua mente e de tuas mãos.

Confiando na Divina Sabedoria, sublimarás o cérebro, inflamando-o de idealismo superior e, prestando serviço aos outros, em obediência à Divina Bondade, iluminarás o coração, transfigurando-o em sinal radioso sobre a noite do mundo.

Esclarece e auxilia.

Conta com o amparo do Senhor, sem desamparar aos irmãos de jornada.

Conserva o tesouro de tua confiança na vitória do Bem, convertendo-o em bênçãos de fraternidade por onde transites.

A fé viva é o anjo que conduz as almas enobrecidas da Terra para o Céu.

A caridade é o anjo que desce do Céu para a Terra, ensinando os homens a transformar o mundo em Paraíso.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

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