alvorada do reino

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Capítulo IV

No serviço da luz


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Não olvides que todos os perseguidores da luz são habitualmente enfermos de espírito acomodados ao mal.

Muitos trazem no peito o vulcão do ódio, exalando os fluidos comburentes do fogo devorador que lhes consome a vida, a se enovelarem, pouco a pouco, nas teias da loucura, quando o crime não lhes colhe a existência; outros, transportam no coração a chaga da cobiça ou da inveja a verminar-lhes o seio e ainda outros se abismam nos labirintos da ambição desregrada, abrindo para si mesmos a cova de dor, a que descerão para a bênção expiatória…

Outros muitos, sofrem, no imo dalma a infestação do vício que os transforma em presa fácil dos empreiteiros da sombra e quase todos padecem na própria mente o assalto da ignorância em que se fazem, desavisados, instrumentos soezes da miséria e da insânia em verdadeiro flagelo público.

Renteando com eles — pobres irmãos nossos que elegeram para si próprios a condição penosa de detratores —, trata-os por doentes necessitados de socorro e medicamento.

Conhecendo-os, de perto, lembrou Jesus no monte a bem-aventurança reservada no mundo aos que exerçam o perdão e a misericórdia.

E, é ainda por esse motivo que, à última hora, circulado por eles, nos tormentos da cruz, o Senhor recomendou-os à Tolerância Divina, e, ao invés de aceitar-lhes injúrias e desafios, preferiu segregá-los no hospital da oração.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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