Capítulo XLVI

Voto espírita


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O espírita é alguém que assegura a si mesmo ser efetivamente:

tão confiante nas Leis Divinas que jamais se confia à desesperação, por mais agudo lhe seja o sofrimento;

tão otimista que nunca perde a coragem, nos embaraços de que se vê defrontado, aguardando o melhor e fazendo o melhor que pode nas atividades do dia a dia;

tão diligente que jamais abandona o trabalho, ainda mesmo quando lucros ou perdas o induzam a isso;

tão compreensivo que facilmente descobre os meios de justificar as faltas do próximo;

tão firme nos ideais edificantes que, em circunstância alguma, surpreende motivos para cair em desânimo;

tão sereno que não se afasta da paciência, sejam quais forem os sucessos desagradáveis;

tão conhecedor das próprias fraquezas que não encontra oportunidade ou inclinação para registar as fraquezas dos outros;

tão estudioso que não perde o mínimo ensejo para a aquisição de novos conhecimentos;

tão realista que não alimenta qualquer ilusão a seu próprio respeito, aceitando-se hoje imperfeito ou desajustado, como talvez seja, mas sempre envidando esforço máximo para ser amanhã como deve ser;

tão entusiasmado ante a Criação e a Vida Eterna que jamais permite venham dificuldades ou provações solapar-lhe a alegria de viver ou obscurecer-lhe o dom de servir.


O espírita, enfim, é alguém ciente de que Deus está ao lado de todos, mas procura firmar-se, sentir, pensar e agir, incessantemente, ao lado de Deus.




Albino Teixeira
Francisco Cândido Xavier

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