Fé, Paz e Amor

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Capítulo V

Fé e caridade


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Sem fé, a caridade muita vez se transforma em virtude fragmentária nos caminhos do tempo. Ora luz, ora sombra, hoje auxílio, amanhã reprimenda.

Sem a base da confiança, assemelha-se, quase sempre, à planta de raiz frágil que o furacão arrebata ao solo, convertendo-se em deserto.

A bondade, porém, que se mune da fé viva sabe agir em termos de Vida Eterna.

Reconhece a maldade por estado de ignorância e dispõe-se a ensinar, sem cansaço e sem queixa.

Observa o transviado por doente infeliz e oferece-lhe ao passo o remédio preciso.

Sabe, assim, que os irmãos infiéis a si mesmos exigem tolerância e vê que todo mal espera por silêncio para regenerar-se, ante o brilho da Lei.

Saibamos, desse modo, erguer ao bem constante nosso culto diário, convictos de que a morte é outra face da existência em si mesma.

Não vale confiar, desconfiando sempre.

Lembremo-nos, assim, de que o Cristo de Deus, em sua fé nos homens, renova a cada dia o nosso vivo ensejo de aprender e servir, e apliquemos em nós esse mesmo padrão de socorro incessante, perdoando e auxiliando, sem qualquer restrição, porque somente assim, na base da fé pura, que jamais desfalece, a nossa caridade encontrará na vida o alicerce do amor para a bênção da luz.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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