A Vida Conta

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Capítulo VI

Serve e esquece


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Coração, ouve!… Se queres

A bênção da paz constante,

Trabalha e segue adiante,

Cumprindo o próprio dever…

Para vencer no caminho

Tristeza, treva e pesar,

Muito mais do que lembrar

A vida roga esquecer.


Esquece as mágoas sofridas,

As horas de céu cinzento,

O azedume, o desalento

E os tempos de provação;

Renova-te, dia a dia,

Não pares, contando lutas,

Progresso é o lema que escutas

No mundo em transformação.


Tudo procura a vanguarda,

A flor converte-se em fruto,

Do cascalho rijo e bruto,

Eis o diamante a surgir…

O fio forma o agasalho,

A própria noite se esquece

Na aurora que resplandece

Buscando a luz do porvir.


Da própria queda no erro,

Levanta-te e segue à frente,

Servindo incessantemente,

Tudo podes refazer;

Não te detenhas na angústia,

Ante o mal, prossegue e olvida,

As próprias nódoas da vida

A vida pede esquecer.




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

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