Antologia da Espiritualidade

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Capítulo XXXII

Oração da amizade


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Agradeço, Senhor,

Cada afeição querida

Com que me deste à vida

Alegria, esperança, entendimento, amor!…


Enaltece, por mim, a amizade que vem

Resguardar-me a fraqueza em caridade infinda,

Sem perguntar porque não posso ainda

Entregar-me de todo à prática do bem.


Sê louvado, Jesus, pela criatura boa

Que me escora em caminho,

Estendendo-me paz, reconforto e carinho,

Toda vez que me encontra, auxilia ou perdoa.


Faze brilhar, no mundo, o olhar brando e perfeito

Que me tolera as faltas, de hora a hora,

Que me percebe o anseio de melhora

E me ensina a servir sem notar meu defeito…


Santifica, na Terra, o ouvido que me escuta,

Sem espalhar a queixa e as aflições que faço,

Nos erros que cometo, passo a passo,

Nos meus dias de mágoa, sombra e luta!…


Abrilhanta, onde esteja, aquele coração

Que me acolhe nos dons da palavra serena

E nunca me censura e nem condena,

Quando me vejo em treva e irritação.


Recama de esplendor para a Glória Celeste

A mão, cuja bondade, em júbilo, proclamo,

Que me socorre e ampara aqueles que mais amo

No refúgio do lar que me fizeste.


A ti, Jesus, meu pálido louvor!…

Pelo gesto mais leve e pequenino

Das santas afeições que me deste ao destino,

Agradeço, Senhor!…




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

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