Antologia da Espiritualidade

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Capítulo VI

Canção do serviço


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Ouve, alma irmã:

Se pretendes realizar

Uma empresa de amor,

Não te deites à sombra do pesar,

Nem te ponhas a ouvir

O peito fatigado e sofredor…

Para elevar e redimir,

Vencer e edificar,

Em, demanda ao porvir,

Sempre melhor sorrir que lastimar.


Sobre a terra, trabalha com teu sonho,

Como o escultor brunindo a pedra bruta,

E nos dias do círculo enfadonho

De amargura, tristeza, cinza e luta,

Lembra-te sempre disso:

Tudo o que a vida guarda

De belo, grande e bom

É força de bondade inflamada em serviço…


Se a calúnia te espia,

Serve mais, dia a dia.


Esmera-te a esquecer aquilo que te ofende,

Pois quem ama, em verdade,

Naquilo em que se agrade ou desagrade,

Tanto mais serve quanto mais compreende.


Se a injúria te atrapalha e a incompreensão

[te humilha,

Lê a doce cartilha

Que a Natureza escreve, maternal:

Da lama ao céu, por lei da Clemência Divina,

O serviço domina

Onde o bem, vence o mal.


O regato que alenta

Frondes, frutos, raízes,

Tanto quanto sustenta

As serpentes e os vermes infelizes,

Serve cativo ao chão…


A planta que suprime o martírio da fome

Nasce, cresce, trabalha e se consome,

Torturada e esquecida,

Sem aguardar qualquer compensação,

Para suster-te a vida.


O Sol dissipa as trevas sem barulho,

Dá-se, esplendora e, sem que a noite o vença,

Serve, triunfante e bom, sem migalha de orgulho,

Da cúpula anilada, acolhedora e imensa,

Às furnas abismais!…


Se queres atingir a concretização

Dos teus mais belos ideais,

Alma irmã, serve mais!…


E, alcançando a vitória

Do teu sonho na senda transitória,

Perceberás, então,

Por mais servir e mais aprimorar-te,

Que a presença de Deus, onde transites,

É serviço brilhando em toda a parte

Para o bem sem limites.




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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