A Gênese
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Os Fluidos
• Item 1 •
• Item 2 •
Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível e ao primeiro os do mundo invisível. Uns, os chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita; os outros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo. Como, porém, a vida espiritual e a vida corporal se acham em contato incessante, os fenômenos das duas categorias muitas vezes se produzem simultaneamente. No estado de encarnação, o homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os que são do domínio exclusivo da vida espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito. [1]
• Item 3 •
Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados e são, para eles, o que são para nós as substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais, ainda que por processos diferentes.
Lá, porém, como neste mundo, somente aos Espíritos mais esclarecidos é dado compreender o papel que desempenham os elementos constitutivos do mundo onde eles se acham. Os ignorantes do mundo invisível são tão incapazes de explicar a si mesmos os fenômenos a que assistem e para os quais muitas vezes concorrem maquinalmente, como os ignorantes da Terra o são para explicar os efeitos da luz ou da eletricidade, para dizer de que modo é que veem e escutam.
• Item 4 •
Mas, entre esses fluidos, alguns são tão intimamente ligados à vida corpórea que, de certa forma, pertencem ao meio terreno. Em falta de percepção direta, podem-se observar os seus efeitos, como se observam os do fluido do ímã, fluido que jamais se viu, podendo-se adquirir sobre a natureza deles conhecimento de alguma precisão. Esse estudo é essencial, porque está nele a solução de uma imensidade de fenômenos inexplicáveis unicamente pelas leis da matéria.
• Item 5 •
O mesmo se dá na superfície de todos os mundos, salvo as diferenças de constituição e as condições de vitalidade próprias de cada um. Quanto menos material é a vida neles, tanto menos afinidade têm os fluidos espirituais com a matéria propriamente dita.
A qualificação de fluidos espirituais não é rigorosamente exata, já que, em última análise, eles são sempre matéria mais ou menos quintessenciada. De realmente espiritual, só mesmo a alma ou princípio inteligente. Dá-se-lhes essa denominação por comparação apenas e, sobretudo, pela afinidade que eles guardam com os Espíritos. Pode-se dizer que são a matéria do mundo espiritual, razão por que são chamados fluidos espirituais.
• Item 6 •
Tendo por elemento primitivo o fluido cósmico etéreo, deve ser possível à matéria tangível, desagregando-se, voltar ao estado de eterização, do mesmo modo que o diamante, o mais duro dos corpos, pode volatilizar-se em gás impalpável. Na realidade, a solidificação da matéria não passa de um estado transitório, que pode voltar ao seu estado primitivo quando deixam de existir as condições de coesão.
Quem sabe mesmo se, no estado de tangibilidade, a matéria não é capaz de adquirir uma espécie de eterização que lhe daria propriedades particulares? Certos fenômenos, que parecem autênticos, tenderiam a fazer supor que assim fosse. Ainda não conhecemos senão as fronteiras do mundo invisível; o futuro, sem dúvida, nos reserva o conhecimento de novas leis, que nos permitirão compreender o que para nós ainda é mistério.
• Item 7 •
• Item 8 •
• Item 9 •
Os Espíritos superiores, ao contrário, podem vir aos mundos inferiores e, até, encarnar neles. Tiram, dos elementos constitutivos do mundo onde entram, os materiais para a formação do envoltório fluídico ou carnal apropriado ao meio em que se encontram. Fazem como o príncipe que despe temporariamente suas vestes para envergar os trajes plebeus, sem deixar por isso de ser nobre.
. assim que os Espíritos da categoria mais elevada podem manifestar-se aos habitantes da Terra ou encarnar em missão entre estes. Tais Espíritos trazem consigo, não o envoltório, mas a lembrança intuitiva das regiões de onde vieram e que veem em pensamento. São videntes entre cegos.
• Item 10 •
Os Espíritos chamados a viver naquele meio tiram dele seus perispíritos; porém, conforme o Espírito seja mais ou menos depurado, seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele encarna. O Espírito produz aí, sempre por comparação e não por assimilação, o efeito de um reativo químico que atrai a si as moléculas que a sua natureza pode assimilar.
Resulta disso esse fato capital: a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra ou o espaço que a circunda. O mesmo já não se dá com o corpo carnal, que, como foi demonstrado, se forma dos mesmos elementos, qualquer que seja a superioridade ou a inferioridade do Espírito. Por isso, em todos, o corpo produz os mesmos efeitos, as necessidades são semelhantes, ao passo que diferem em tudo o que respeita ao perispírito.
Também resulta que: o envoltório perispirítico de um Espírito se modifica com o progresso moral que este realiza em cada encarnação, embora ele encarne no mesmo meio; que os Espíritos superiores, encarnando excepcionalmente, em missão, num mundo inferior, têm perispírito menos grosseiro do que o dos naturais desse mundo.
• Item 11 •
• Item 12 •
A potência divina refulge em todas as partes desse grandioso conjunto e, no entanto, pretende-se que Deus, não contente com o que já fez, venha perturbar essa harmonia! Que se rebaixe ao papel de mágico, produzindo efeitos pueris, dignos de um prestidigitador! E, como se não bastasse, ousam lhe dar, como rival em habilidade, o próprio Satanás! Não haveria modo de amesquinhar mais a majestade divina e admiram-se de que a incredulidade progrida.
!endes razão de dizer: “A fé vai-se!”. Mas a que se vai é a fé em tudo o que choca o bom-senso e a razão; a mesma fé à que outrora levava a dizerem: “Vão-se os deuses!”. Mas a fé nas coisas sérias, a fé em Deus e na imortalidade está sempre viva no coração do homem e, por mais sufocada que tenha sido sob o amontoado de histórias pueris com que a oprimiram, ela se reerguerá mais forte, desde que se sinta libertada, tal como a planta que, comprimida, se levanta de novo, logo que a banham os raios do sol.
!im, tudo é milagre na Natureza, porque tudo é admirável e dá testemunho da sabedoria divina! Esses milagres são visíveis a toda a gente, a todos os que têm olhos de ver e ouvidos de ouvir e não em proveito apenas de alguns. Não! Não há milagres no sentido que comumente atribuem a essa palavra, porque tudo decorre das leis eternas da Criação, e essas leis são perfeitas.
Ação dos Espíritos sobre os fluidos. Criações fluídicas. Fotografia do pensamento
• Item 13 •
• Item 14 •
Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; de outras, são produto de um pensamento inconsciente. Basta que o Espírito pense uma coisa para que esta se produza, como basta que module uma ária para que esta repercuta na atmosfera.
. assim, por exemplo, que um Espírito se torna visível a um encarnado que possua vista psíquica, sob as aparências que tinha quando vivo na época em que o segundo o conheceu, embora ele haja tido, depois dessa época, muitas encarnações. Apresenta-se com o vestuário, os sinais exteriores – enfermidades, cicatrizes, membros amputados etc. – que tinha então. Um decapitado se apresentará sem a cabeça, o que não significa de modo algum que haja conservado essa aparência. Certamente, como Espírito, ele não é coxo, nem maneta, nem zarolho, nem decapitado; o que ocorre é que, retrocedendo o seu pensamento à época em que tinha tais efeitos, seu perispírito lhes toma instantaneamente as aparências, que deixam de existir logo que o mesmo pensamento cessa de agir naquele sentido. Se, pois, de uma vez ele foi negro, e branco de outra, apresentar-se-á como branco ou negro, conforme a encarnação a que se refira a sua evocação e à que se transporte o seu pensamento.
Por um efeito análogo, o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos que ele estava habituado a usar. Um avarento manuseará ouro; um militar trará suas armas e seu uniforme; um fumante, o seu cachimbo; um lavrador, o seu arado e seus bois; uma mulher velha, a sua roca. Para o Espírito, que também é fluídico, esses objetos fluídicos são tão reais como eram antes, no estado material, para o homem vivo; mas, em virtude de serem criações do pensamento, a existência deles é tão fugaz quanto o próprio pensamento que os gerou. [3]
• Item 15 •
Há mais: criando imagens fluídicas, o pensamento se reflete no envoltório perispirítico, como num espelho; toma nele corpo e aí de certo modo se fotografa. Tenha um homem, por exemplo, a ideia de matar a outro; por mais impassível que se conserve o seu corpo material, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento e reproduz todas as sutilezas deste último; executa fluidicamente o gesto, o ato que desejou praticar. O pensamento cria a imagem da vítima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola no espírito.
. assim que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler em outra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo. Contudo, vendo a intenção, ela pode pressentir a execução do ato que lhe será a consequência, mas não pode determinar o instante em que o mesmo ato será executado, nem precisar seus detalhes, nem, ainda, afirmar que ele ocorra, porque circunstâncias ulteriores poderão modificar os planos e mudar as disposições. Ela não pode ver o que ainda não esteja no pensamento do outro; o que vê é a preocupação habitual do indivíduo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios bons ou maus.
• Item 16 •
• Item 17 •
Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou permanentes, o que os torna especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos.
Os fluidos também não possuem denominações especiais. Como os odores, eles são designados pelas suas propriedades, seus efeitos e tipos originais. Sob o ponto de vista moral, trazem a marca dos sentimentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de violência, de hipocrisia, de bondade, de benevolência, de amor, de caridade, de doçura etc. Sob o aspecto físico, eles são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíficos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsivos; tornam-se força de transmissão, de propulsão, etc. O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da Humanidade e das propriedades da matéria, correspondentes aos efeitos que eles produzem.
• Item 18 •
Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha um papel preponderante no organismo. Pela sua expansão, põe o Espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres e também com os Espíritos encarnados.
O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias; conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
Uma vez que os fluidos ambientes são modificados pela projeção dos pensamentos do Espírito, seu envoltório perispirítico, que é parte constituinte do seu ser e que recebe de modo direto e permanente a impressão de seus pensamentos, deve, com mais forte razão, guardar as marcas de suas qualidades boas ou más. Os fluidos viciados pelos eflúvios dos Espíritos maus podem depurar-se pelo afastamento destes, cujos perispíritos, porém, serão sempre os mesmos, enquanto o Espírito não se modificar por si próprio.
Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade, qual se fora uma esponja a embeber-se de um líquido. Esses fluidos exercem sobre o perispírito uma ação tanto mais direta quanto, por sua expansão e irradiação, o perispírito acaba se confundindo com eles.
Os fluidos espirituais atuam sobre o perispírito e este, por sua vez, reage sobre o organismo material com que se acha em contato molecular. Se os eflúvios são de boa natureza, o corpo ressente uma impressão salutar; se forem maus, a impressão será penosa. Se os eflúvios maus forem permanentes e enérgicos, poderão ocasionar desordens físicas; certas enfermidades não têm outra causa.
Os meios onde predominam os Espíritos maus são, pois, impregnados de fluidos deletérios que o encarnado absorve pelos poros perispiríticos, como absorve pelos poros do corpo os miasmas pestilenciais.
• Item 19 •
Mas do mesmo modo que há irradiações sonoras, harmônicas ou dissonantes, também há pensamentos harmônicos ou discordantes. Se o conjunto é harmonioso, a impressão é agradável; se for discordante, a impressão será penosa. Ora, para isso não é necessário que o pensamento se exteriorize por palavras; quer ele se externe, quer não, a irradiação existe sempre.
Tal é a causa da satisfação que se experimenta numa reunião simpática, animada de pensamentos bons e benévolos, na qual reina uma saudável atmosfera moral e se respira à vontade; sai-se reconfortado dali, porque impregnado de salutares eflúvios fluídicos. Basta, porém, que se misturem aí alguns pensamentos malévolos, para produzirem o efeito de uma corrente de ar gelado num meio tépido ou o de uma nota desafinada num concerto. Desse modo também se explica a ansiedade, o indefinível mal-estar que se experimenta numa reunião antipática, na qual pensamentos malévolos provocam correntes de fluido repugnante.
• Item 20 •
Quando se diz que um médico cura um doente por meio de boas palavras, enuncia-se uma verdade absoluta, porque um pensamento bondoso traz consigo fluidos reparadores que atuam sobre o físico, tanto quanto sobre o moral.
• Item 21 •
? meio é muito simples, porque depende da vontade do próprio homem, que traz consigo o necessário preservativo. Os fluidos se combinam pela semelhança de suas naturezas; os dessemelhantes se repelem; há incompatibilidade entre os fluidos bons e os maus, como entre o óleo e a água.
O que se faz quando o ar está viciado? Procede-se ao seu saneamento, cuida-se de depurá-lo, destruindo o foco dos miasmas, expelindo os eflúvios malsãos, por meio de correntes mais fortes de ar salubre. Contra a invasão dos fluidos maus é preciso que se oponham os fluidos bons e, como cada um tem no seu próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, todos trazem consigo o remédio indispensável. Trata-se apenas de depurar essa fonte e de lhe dar qualidades tais que se constitua para as más influências um repulsor, em vez de ser uma força atrativa. O perispírito, portanto, é uma couraça a que se deve dar a melhor têmpera possível. Ora, como as suas qualidades guardam relação direta com as qualidades da alma, é preciso trabalhar pela sua melhoria, visto que são as imperfeições da alma que atraem os Espíritos maus.
As moscas são atraídas pelos focos de corrupção; destruídos esses focos, elas desaparecerão. Dá-se a mesma coisa com os Espíritos maus, que vão para onde o mal os atrai; eliminado o mal, eles se afastarão. Os Espíritos realmente bons, encarnados ou desencarnados, nada têm que temer da influência dos maus.
• Item 22 •
. nas propriedades e nas irradiações do fluido perispirítico que se deve buscar a causa da dupla vista, ou vista espiritual, a que também se pode chamar vista psíquica, da qual muitas pessoas são dotadas, quase sempre sem o saberem, assim como a vista sonambúlica.
O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito. É por seu intermédio que o Espírito encarnado percebe as coisas espirituais que escapam aos sentidos carnais. Pelos órgãos do corpo, a visão, a audição e as diversas sensações são localizadas e limitadas à percepção das coisas materiais; pelo sentido espiritual, ou psíquico, elas são generalizadas: o Espírito vê, ouve e sente, por todo o seu ser, tudo o que se encontra na esfera de irradiação do seu fluido perispirítico.
No homem, tais fenômenos constituem a manifestação da vida espiritual; é a alma a agir fora do organismo. Na dupla vista ou percepção pelo sentido psíquico, ele não vê com os olhos do corpo, embora, muitas vezes, por hábito, dirija o olhar para o ponto que lhe chama a atenção. Vê com os olhos da alma, e a prova disto é que vê perfeitamente bem com os olhos fechados e vê o que está muito além do seu campo visual. Lê o pensamento figurado no raio fluídico. (Item 15.) [5]
• Item 23 •
O Espírito, portanto, sente-se feliz em deixar o corpo, como o pássaro ao deixar a gaiola; aproveita todas as ocasiões para dele se libertar, todos os instantes em que a sua presença não é necessária à vida de relação. É o fenômeno designado como emancipação da alma, o qual se produz sempre durante o sono. Toda vez que o corpo repousa e que os sentidos ficam inativos, o Espírito se desprende. (O Livro dos Espíritos, Livro II, cap. VIII.)
Nesses momentos o Espírito vive da vida espiritual, enquanto o corpo vive apenas da vida vegetativa; acha-se, em parte, no estado em que se encontrará após a morte; percorre o espaço, conversa com os amigos e com outros Espíritos, livres ou encarnados como ele.
O laço fluídico que o prende ao corpo só se rompe definitivamente por ocasião da morte; a separação completa somente se dá por efeito da extinção absoluta da atividade do princípio vital. Enquanto o corpo vive, o Espírito, a qualquer distância que esteja, é instantaneamente chamado à sua prisão, desde que a sua presença aí se torne necessária. Ele, então, retoma o curso da vida exterior de relação. Por vezes, ao despertar, conserva uma lembrança das suas peregrinações, uma imagem mais ou menos precisa, que constitui o sonho; ou, pelo menos, traz delas intuições que lhe sugerem ideias e pensamentos novos, justificando plenamente o provérbio: A noite é boa conselheira.
Assim se explicam igualmente certos fenômenos característicos do sonambulismo natural e magnético, da catalepsia, da letargia, do êxtase etc., e que nada mais são do que manifestações da vida espiritual. [6]
• Item 24 •
• Item 25 •
Ela se manifesta em diferentes graus, nos Espíritos encarnados, pelo fenômeno da segunda vista, tanto no sonambulismo natural ou magnético, quanto no estado de vigília. Conforme o grau de poder da faculdade, diz-se que a lucidez é maior ou menor. É com o auxílio dessa faculdade que certas pessoas veem o interior do organismo humano e descrevem as causas das doenças.
• Item 26 •
• Item 27 •
• Item 28 •
• Item 29 •
Esta interrupção pode ocorrer pela amputação de um membro ou pela secção de um nervo, mas também, parcialmente ou de maneira geral e sem nenhuma lesão, nos momentos de emancipação, de grande superexcitação ou preocupação do Espírito. Nesse estado, o Espírito não pensa no corpo e, em sua febril atividade, atrai a si, a bem dizer, o fluido perispirítico que, retirando-se da superfície, produz aí uma insensibilidade momentânea. Poder-se-ia também admitir que, em certas circunstâncias, se opera uma modificação molecular no próprio fluido perispirítico, que lhe tira temporariamente a propriedade de transmissão. É por isso que, muitas vezes, no ardor do combate, um militar não percebe que está ferido; que uma pessoa, cuja atenção se acha concentrada num trabalho, não ouve o ruído que fazem à sua volta. Efeito análogo, porém mais pronunciado, ocorre com alguns sonâmbulos na letargia e na catalepsia. Finalmente, do mesmo modo também se pode explicar a insensibilidade dos convulsionários e de certos mártires. (Revista Espírita, janeiro de 1868: “Os Aïssaouas, ou os convulsionários da Rua le Peletier”.)
A paralisia já não tem absolutamente a mesma causa: aí o efeito é todo orgânico; são os próprios nervos, os fios condutores que se tornam inaptos à circulação fluídica; são as cordas do instrumento que se alteraram.
• Item 30 •
• Item 31 •
• Item 32 •
• Item 33 •
1º) Pelo próprio fluido do magnetizador; é o magnetismo propriamente dito, ou magnetismo humano, cuja ação se acha subordinada à força e, sobretudo, à qualidade do fluido;
2º) Pelo fluido dos Espíritos, atuando diretamente e sem intermediário sobre um encarnado, seja para o curar ou acalmar um sofrimento, seja para provocar o sono sonambúlico espontâneo, seja para exercer sobre o indivíduo uma influência física ou moral qualquer. É o magnetismo espiritual cuja qualidade está na razão direta das qualidades do Espírito. [11]
3º) Pelos fluidos que os Espíritos derramam sobre o magnetizador, ao qual este serve de condutor. É o magnetismo misto, semiespiritual, ou, se o preferirem, humano-espiritual. Combinado com o fluido humano, o fluido espiritual lhe imprime qualidades que lhe faltam. Em tais circunstâncias, o concurso dos Espíritos é, algumas vezes, espontâneo, porém é provocado, com mais frequência, por um apelo do magnetizador.
• Item 34 •
• Item 35 •
Conforme o grau de condensação do fluido perispirítico, a aparição é às vezes vaga e vaporosa; de outras vezes, mais claramente definida; de outras, enfim, tem todas as aparências da matéria tangível. Pode mesmo chegar até a tangibilidade real, a ponto de o observador se enganar sobre a natureza do ser que tem diante de si.
As aparições vaporosas são frequentes, sendo a forma sob a qual se apresentam muitos indivíduos, depois de terem morrido, às pessoas que lhes são afeiçoadas. As aparições tangíveis são mais raras, se bem haja delas numerosos exemplos, perfeitamente autenticados. Se o Espírito quer dar-se a conhecer, imprimirá ao seu envoltório todos os sinais exteriores que tinha quando vivo. [13]
• Item 36 •
Tal o caráter dos agêneres, com os quais se pode conversar e trocar ideias, sem suspeitar da sua natureza, mas que não demoram longo tempo entre os homens e não podem tornar-se comensais de uma casa, nem figurar entre os membros de uma família. [15]
Além disso, os agêneres denotam sempre, em suas atitudes, qualquer coisa de estranho e de insólito que lembra ao mesmo tempo a materialidade e a espiritualidade: neles, o olhar é simultaneamente vaporoso e penetrante, não possuindo a nitidez do olhar através dos olhos de carne; a linguagem, breve e quase sempre sentenciosa, nada tem do brilho e da volubilidade da linguagem humana; a aproximação deles causa uma sensação particular e indefinível de surpresa, que inspira uma espécie de temor, e quem com eles se põe em contato, embora os tome por indivíduos quais todos os outros, é levado a dizer involuntariamente: Ali está uma criatura singular. [16]
• Item 37 •
• Item 38 •
A condensação do fluido perispirítico nas aparições, mesmo nos casos de tangibilidade, não tem, pois, as propriedades da matéria ordinária; a não ser assim as aparições seriam perceptíveis pelos olhos do corpo, de sorte que todas as pessoas presentes as perceberiam. [18]
• Item 39 •
Assim se operam as transfigurações, que refletem sempre qualidades e sentimentos predominantes no Espírito. O fenômeno resulta, portanto, de uma transformação fluídica; é uma espécie de aparição perispirítica, que se produz sobre o próprio corpo do vivo e, algumas vezes, no momento da morte, em lugar de se produzir ao longe, como nas aparições propriamente ditas. O que distingue as aparições desse gênero é o fato de serem, geralmente, perceptíveis por todos os assistentes e com os olhos do corpo, precisamente por se basearem na matéria carnal visível, ao passo que, nas aparições puramente fluídicas, não há matéria tangível. [19]
• Item 40 •
• Item 41 •
. igualmente com o auxílio do seu perispírito que o Espírito faz que os médiuns escrevam, falem ou desenhem. Como já não dispõem de corpo tangível para agir ostensivamente quando quer manifestar-se, ele se serve do corpo do médium, cujos órgãos toma de empréstimo, fazendo que atue como se fora seu próprio corpo, mediante o eflúvio fluídico que derrama sobre ele.
• Item 42 •
Quando comunicações são transmitidas por esse meio, deve-se imaginar que o Espírito está, não na mesa, mas ao lado, tal qual se acharia se estivesse vivo e como seria visto se, nesse momento, pudesse tornar-se visível. Dá-se a mesma coisa nas comunicações pela escrita: ver-se-ia o Espírito ao lado do médium, dirigindo sua mão ou lhe transmitindo pensamentos por meio de uma corrente fluídica.
• Item 43 •
Compreende-se, de acordo com o que fica dito, que não há para o Espírito maior dificuldade em erguer uma pessoa do que em levantar uma mesa, em transportar um objeto de um lugar para outro, ou atirá-lo seja onde for. Todos esses fenômenos se produzem em virtude da mesma lei. [20]
Quando a mesa “persegue” alguém, não é que o Espírito corra em sua direção, visto que ele pode permanecer tranquilamente no mesmo lugar. O que acontece em tais casos é que ele dá uma impulsão à mesa, por meio de uma corrente fluídica, com o auxílio da qual ela se move a seu bel-prazer, apontando em direção à pessoa visada.
Quando as pancadas são ouvidas na mesa ou em outro lugar, não é que o Espírito esteja a bater com a mão ou com qualquer objeto. Ele apenas dirige sobre o ponto de onde vem o ruído um jato de fluido e este produz o efeito de um choque elétrico. Ele modifica o ruído, como qualquer pessoa é capaz de modificar os sons produzidos pelo ar. [21]
• Item 44 •
Entretanto, esse fenômeno não é mais maravilhoso do que o de se fazer que uma criança escreva quando se conduz sua mão; pode-se, dessa maneira, conseguir que ela execute tudo o que se queira. Pode-se fazer que qualquer pessoa escreva num idioma que ela ignore, ditando-se-lhe as palavras letra a letra. Compreende-se que o mesmo se possa dar com a mediunidade, desde que se atente na maneira por que os Espíritos se comunicam com os médiuns que, para eles, não passam de instrumentos passivos. Se, porém, o médium tem o mecanismo, se venceu as dificuldades práticas, se as expressões lhe são familiares e, finalmente, se possui no cérebro os elementos daquilo que o Espírito quer fazê-lo executar, ele se acha na posição do homem que sabe ler e escrever correntemente; o trabalho se torna mais fácil e mais rápido; resta ao Espírito apenas transmitir seus pensamentos ao intérprete, para que este os reproduza pelos meios de que dispõe.
A aptidão de um médium para coisas que lhe são estranhas decorre, na maioria das vezes, dos conhecimentos que ele possuiu em outra existência e dos quais seu Espírito conservou a intuição. Se, por exemplo, ele foi poeta ou músico, encontrará mais facilidade para assimilar o pensamento poético ou musical que um Espírito queira fazê-lo expressar. A língua que ele hoje ignora pode ter-lhe sido familiar em outra existência, o que explica maior aptidão de sua parte para escrever mediunicamente nessa língua. [22]
• Item 45 •
A obsessão é a ação persistente que um Espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta características muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem sinais exteriores perceptíveis, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais. Ela oblitera todas as faculdades mediúnicas. Na mediunidade audiente e psicográfica, a obsessão se traduz pela obstinação de um Espírito em querer manifestar-se, com exclusão de todos os outros.
• Item 46 •
Quase sempre a obsessão exprime vingança tomada por um Espírito e cuja origem frequentemente se encontra nas relações que o obsidiado manteve com o obsessor, em precedente existência.
Nos casos de obsessão grave, o obsidiado fica como que envolto e impregnado de um fluido pernicioso, que neutraliza a ação dos fluidos salutares e os repele. É daquele fluido que é preciso desembaraçá-lo. Ora, um fluido mau não pode ser eliminado por outro igualmente mau. Por meio de ação idêntica à do médium curador, nos casos de enfermidade, há que se expulsar o fluido mau com o auxílio de um fluido melhor.
Nem sempre, porém, basta esta ação mecânica; cumpre, sobretudo, atuar sobre o ser inteligente, ao qual é preciso que se tenha o direito de falar com autoridade, que, entretanto, não a possui quem não tenha superioridade moral. Quanto maior esta for, tanto maior também será aquela.
Mas ainda não é tudo: para assegurar a libertação, é preciso que o Espírito perverso seja levado a renunciar aos seus maus desígnios; que nele desponte o arrependimento, assim como o desejo do bem, por meio de instruções habilmente ministradas, em evocações particularmente feitas com vistas à sua educação moral. Pode-se então ter a grata satisfação de libertar um encarnado e de converter um Espírito imperfeito.
A tarefa se torna mais fácil quando o obsidiado, compreendendo a sua situação, concorre para ela com a vontade e a prece. Já não se dá o mesmo quando, seduzido pelo Espírito que o domina, se ilude com relação às qualidades deste último e se compraz no erro a que é conduzido, porque, então, longe de a secundar, o obsidiado repele toda assistência. É o caso da fascinação, sempre infinitamente mais rebelde do que a mais violenta subjugação. (O Livro dos Médiuns, Segunda parte, cap. XXIII.)
Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso auxiliar de que se dispõe para atuar contra os propósitos maléficos do Espírito obsessor.
• Item 47 •
Na possessão, em vez de agir exteriormente, o Espírito livre se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; toma-lhe o corpo para domicílio, sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte. Por conseguinte, a possessão é sempre temporária e intermitente, porque um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um Espírito encarnado, considerando-se que a união molecular do perispírito e do corpo só se pode operar no momento da concepção. (Cap. XI, item 18.)
De posse momentânea do corpo do encarnado, o Espírito se serve dele como se fora seu próprio corpo; fala por sua boca, vê pelos seus olhos, age com seus braços, como o faria se estivesse vivo. Não é como na mediunidade falante, em que o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de um desencarnado; no caso da possessão, é o desencarnado que fala e atua, de modo que, quem o haja conhecido em vida, reconhecerá sua linguagem, sua voz, os gestos e até a expressão da fisionomia.
• Item 48 •
Quando o Espírito possessor é mau, as coisas se passam de outro modo. Ele não toma moderadamente o corpo do encarnado, antes se apodera dele, se este, que é o titular, não possui bastante força moral para lhe resistir. E o faz por maldade para com este, a quem tortura e martiriza de todas as formas, indo ao extremo de tentar exterminá-lo, seja por estrangulação, seja atirando-o ao fogo ou a outros lugares perigosos. Servindo-se dos órgãos e dos membros do infeliz paciente, blasfema, injuria e maltrata os que o cercam; entrega-se a excentricidades e a atos que apresentam todas as características da loucura furiosa.
Os fatos deste gênero, posto que em diferentes graus de intensidade, são muito numerosos, e muitos casos de loucura não resultam de outra causa. Com frequência a eles se juntam desordens patológicas, que são meras consequências e contra as quais nada adiantam os tratamentos médicos, enquanto subsiste a causa originária. O Espiritismo, dando a conhecer essa fonte de onde provém uma parte das misérias humanas, indica o remédio a ser aplicado: atuar sobre o autor do mal que, sendo um ser inteligente, deve ser tratado por meio da inteligência. [23]
• Item 49 •
[1]N. de A. K.: A denominação de fenômeno psíquico exprime com mais exatidão o pensamento do que a de fenômeno espiritual, considerando-se que esses fenômenos repousam sobre as propriedades e os atributos da alma, ou melhor, dos fluidos perispiríticos, inseparáveis da alma. Esta qualificação os liga mais intimamente à ordem dos fatos naturais regidos por leis; pode-se, pois, admiti-los como efeitos psíquicos, sem os admitir a título de milagres.
[2]N. de A. K.: Exemplos de Espíritos que ainda julgam pertencer a este mundo: Revista Espírita, dezembro de 1859; novembro de 1864; abril de 1865.
[3]N. de A. K.: Veja-se a Revista Espírita, julho de 1859; e O Livro dos Médiuns, Segunda parte, cap. VIII.
[4] N. de T.: Também chamada de segunda vista.
[5]N. de A. K.: Fatos de dupla vista e lucidez sonambúlica relatados na Revista Espírita: janeiro e novembro de 1858; julho de 1861; novembro de 1865.
[6]N. de A. K.: Exemplos de letargia e de catalepsia: Revista Espírita: “Sra. Schwabenhaus”, setembro de 1858; “A jovem cataléptica da Suábia”, janeiro de 1866.
[7]N. de A. K.: É assim que se podem explicar as visões da irmã Elmerich que, reportando-se ao tempo da paixão do Cristo, diz ter visto coisas materiais que nunca existiram, a não ser nos livros que ela leu; as da Sra. Cantianille B... (Revista Espírita, agosto de 1866), e uma parte das visões de Swedenborg.
[8]N. de A. K.: Veja-se, mais adiante, o cap. XVI, “Teoria da Presciência”, itens 1 a 3.
[9]N. de A. K.: Revista Espírita, junho e setembro de 1866; O Livro dos Espíritos, questão 400.
[10]N. de A. K.: Exemplos: Revista Espírita, “Sr. Cardon, médico”, agosto de 1863; “Uma ressurreição” (A mulher corsa), maio de 1866.
[11]N. de A. K.: Exemplos: Revista Espírita, fevereiro de 1863; abril e setembro de 1865.
[12]N. de A. K.: Exemplos de curas instantâneas relatadas na Revista Espírita: “O príncipe de Hohenlohe, médium curador”, dezembro de 1866; sobre as curas do Sr. Jacob, outubro e novembro de 1866 e de 1867; “Simonet, médium curador de Bordeaux”, agosto de 1867; “O alcaide Hassan, ou a bênção do sangue,” outubro de 1867; “O cura Gassner, médium curador”, novembro de 1867.
[13]N. de A. K.: O Livro dos Médiuns, Segunda parte, caps. VI e VII.
[14]N. da E.: As materializações prolongadas, quais as verificadas por William Crookes, não eram, então, conhecidas. Vide no livro editado pela FEB, as interessantes experiências com o Espírito Katie King.
[15]N. da E.: Segundo a Bíblia, este fato se deu na família de Tobias. (Ver O Livro de Tobias.)
[16]N. de A. K.: Exemplos de aparições vaporosas ou tangíveis e de agêneres: Revista Espírita, janeiro e outubro de 1858; janeiro, fevereiro, março, agosto e novembro de 1859; abril e maio de 1860; julho de 1861; abril de 1866; “O lavrador Thomas Martin e Luís XVIII”, detalhes completos, dezembro de 1866.
[17]N. de A. K.: Exemplos de aparições de pessoas vivas: Revista Espírita, dezembro de 1858; fevereiro e agosto de 1859; novembro de 1860.
[18]N. de A. K.: Só com extrema reserva se devem acolher as narrativas de aparições puramente individuais que, em certos casos, poderiam não passar de efeito de uma imaginação superexcitada e, talvez, de uma invenção com fins interesseiros. Convém, pois, levar em conta, muito escrupulosamente, as circunstâncias, a honradez da pessoa, assim como o interesse que ela possa ter em abusar da credulidade de indivíduos excessivamente confiantes.
[19]N. de A. K.: Exemplo e teoria da transfiguração: Revista Espírita, março de 1859. (O Livro dos Médiuns, Segunda parte, cap. VII.)
[20]N. de A. K.: Tal o princípio dos fenômenos de transporte, fenômeno este muito real, mas que não convém admitir senão com extrema reserva, visto ser um daqueles que mais se prestam à imitação e à trapaça. A honradez irrecusável da pessoa que os obtém, seu absoluto desinteresse, material e moral, e o concurso das circunstâncias acessórias devem ser tomados em séria consideração. É preciso desconfiar da produção de tais efeitos, principalmente quando eles se deem com excessiva facilidade, e ter por suspeitos os que se repetem com extrema frequência e, por assim dizer, à vontade. Os prestidigitadores fazem coisas mais extraordinárias ainda.
O levantamento de uma pessoa não é um fato menos positivo, mas muito mais raro, talvez porque seja muito mais difícil de ser imitado. É notório que o Sr. Home se elevou mais de uma vez até o teto, dando assim volta à sala. Dizem que São Cupertino possuía a mesma faculdade, fato que não é mais miraculoso com este do que com aquele.
[21]N. de A. K.: Exemplos de manifestações materiais e de perturbações operadas pelos Espíritos: Revista Espírita, “Manifestações físicas” (A moça dos panoramas), janeiro de 1858; “O fantasma da Senhorita Clairon”, fevereiro de 1858; “O Espírito batedor de Bergzabern”, narração completa, maio, junho e julho de 1858; “O Espírito batedor de Dibbelsdorf”, agosto de 1858; “O padeiro de Dieppe”, março de 1860; “O fabricante de São Petersburgo”, abril de 1860; “O trapeiro da Rua des Noyers”, agosto de 1860; “O Espírito batedor do Aube”, janeiro de 1861; “Um Espírito batedor no século XVI”, janeiro de 1864; “Manifestações de Poitiers”, maio de 1864 e maio de 1865; “O Espírito batedor da irmã Maria”, junho de 1864; “Manifestações espontâneas de Marselha”, abril de 1865; “Manifestações de Fives, perto de Lille (Norte)”, agosto de 1865; “Os ratos de Équihen”, fevereiro de 1866.
[22]N. de A. K.: A aptidão que algumas pessoas denotam para línguas que elas manejam, sem, por assim dizer, as haver aprendido, não tem como origem senão a lembrança intuitiva do que souberam em outra existência. O caso do poeta Méry, relatado na Revista Espírita de novembro de 1864, é uma prova do que dizemos. É evidente que, se na sua mocidade, Méry fosse médium, teria escrito em latim tão facilmente como em francês, o que, para todos, teria passado por prodígio.
[23]N. de A. K.: Exemplos de cura de obsessões e de possessões: Revista Espírita – dezembro de 1863; janeiro e junho de 1864; janeiro e junho de 1865; fevereiro de 1866; junho de 1867.
[24]N. de A. K.: Foi uma epidemia desse gênero que, faz alguns anos, atacou a aldeia de Morzine, na Saboia. (Veja-se o relato completo dessa epidemia na Revista Espírita de dezembro de 1862; janeiro, fevereiro, abril e maio de 1863.)