Baú de Casos

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Capítulo III

Precioso servidor


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Respondendo a sua carta,

Afirmo, prezado Elmano:

— Dinheiro é amparo do Céu

Entregue ao progresso humano.


Nunca censure a moeda.

Bem dirigida, a finança

É bênção para o trabalho

E uma fonte de esperança.


Para mostrar o dinheiro

No apoio que descortina,

Trago a você nesta carta

Uma lição pequenina.


Calimério foi à rua

Seguido de um companheiro

Que conquistara, ajudando

Na casa de um carpinteiro.


O irmão que você conhece

Comportava-se por guia,

Fez-se o outro associado

Que escutava e obedecia.


Tratava-se de um amigo

Dos melhores que se tem,

Quando a pessoa deseja

Viver cultivando o bem.


Notei logo o quadro lindo

Que se formara nos dois,

Onde passassem servindo

A luz brilhava depois.


Ambos levaram socorro

Para Zulmira Noé;

A doente que descria

Recobrou a própria fé.


Promoveram leito novo

Com todo conforto à mão

Para o velho Regozino

Que esmorecera no chão.


Trouxeram novo agasalho

Para o quarto do Agenor,

O enfermo desamparado

Que pedia cobertor.


Viram ambos a alegria

Na viúva do Albernaz,

A quem deram de presente

Um grande bujão de gás.


Ao telheiro de Angelina,

A viúva do Zé França,

Trouxeram penicilina,

Socorrendo uma criança.


Ao recanto da viúva

Lilia da Conceição

Enriqueceram a mesa

De leite, açúcar e pão.


E a festa foi sempre assim

Pelo restante do dia,

Onde a dupla aparecesse

A esperança renascia.


Unidos para a bondade

Recordavam cireneus,

Respeitados em silêncio

Por missionários de Deus.


Agora, digo a você

Quem era esse servidor

Que ofertava tanto auxílio

Nesse banquete de amor.


O amigo de Calimério

Que lhe atendia à vontade,

Tem este nome bendito:

— “Dinheiro da Caridade.”




Cornélio Pires
Francisco Cândido Xavier


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