Baú de Casos
Versão para cópiaDinheiro e serviço
Você deseja de nós, Meu caro Juca Loureiro, Alguma nota do Além Sobre a questão do dinheiro. Entretanto, caro amigo, Você, de modo geral, Somente fala em moeda Quanto ao que existe de mal. Refere-se a casos tristes, Aos delitos, tais quais são, E apenas vê na riqueza Motivo à condenação. Escute. Medite um pouco No que a lógica elucida E encontrará no dinheiro Apoio, progresso e vida. Sem a finança mantendo A escola, o pão, o agasalho, Pouca gente sobraria Para a bênção do trabalho. E sem trabalho constante O mundo inteiro, por certo, Estaria reduzido A pavoroso deserto. A moeda claramente É força a prevalecer Até que o dom de servir Seja na Terra um prazer. Para evitar entre nós Qualquer indução à briga, Peço a você rememore O burro da história antiga. Em recanto de outras eras, Existiu certo muar Que em vez de ajudar na vila, Só vivia de empacar. Submetido a chicote, Nem notava o próprio dano, Se alguém lhe impusesse carga, Dava coice a todo o pano. Certo dia, um cavaleiro, Com muito tempo de monta, Mostrou a ele uma vara Com milho verde na ponta. Em seguida, o curioso, Resguardando o milho em paz, Avançou, buscando a frente E o burro seguiu atrás. Com semelhante incentivo, Trotou pela estrada larga, Interessado na espiga Servia, aguentando a carga. Você pode observar Pelo assunto que me envia, Que, ante a saga desse burro, Há muita filosofia. É isso aí… Sem trabalho Que a moeda alenta e anota, Os homens copiariam A lentidão da marmota. Não condene os bens do mundo, Sejam meus ou sejam seus; Dinheiro marca a nós todos Como instrumento de Deus. |
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