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Capítulo XIII

Pequena história de Joaquim


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Curado em pequeno grupo

Pela bondade de um Guia,

Fez-se mudado e contente

O amigo Joaquim Faria.


Negociante otimista,

Sempre afável, prazenteiro,

Prometeu servir aos pobres,

Se Deus lhe desse dinheiro…


O dinheiro desejado,

Em certa hora, o alcança,

Era agora um homem rico,

Através de enorme herança.


Desencarnando, um avô

Deixara-lhe grandes rendas,

Apólices e seguros,

Minerações e fazendas.


Falou Joaquim que ergueria

O amparo aos necessitados,

Num lar de paz e conforto,

Em muitos metros quadrados.


Parou nisso muito tempo,

Depois, tornou-se notório,

Que em vez de lar, alçaria

Majestoso ambulatório.


Montava esquemas e esquemas,

Dizia reter os cobres

Para a assistência precisa

A muitos enfermos pobres.


Os janeiros se ajuntavam…

Joaquim, com espalhafato,

Da ideia de ambulatório

Passou para a de orfanato.


No entanto, tempos após,

Disse o grande gabarola,

Que não queria orfanato,

Queria uma linda escola.


De plano em plano, Joaquim

Viveu e gozou, em suma,

Caminhando em vida mansa,

Sem construir obra alguma.


Desencarnado, por fim,

Dormiu, dormiu e, depois,

Notou junto dele, um anjo,

Estavam, a sós, os dois…


Joaquim pergunta: “anjo amigo,

Você sempre me acompanha…

Decerto, sabe o meu nome

Ante a vida escura e estranha?…”


Disse o Anjo: “Andei consigo,

Dia a dia e mês a mês…

Você é o Joaquim Faria,

Que faria, mas não fez.”




Jair Presente
Francisco Cândido Xavier

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