Caderno de mensagens

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Capítulo LXV

Os parentes falecidos


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Tu que hoje recebes o consolo e a orientação do ensino redivivo do Senhor, em espírito e verdade, lembra-te amorosamente dos companheiros que retornaram, antes de ti, à Pátria Espiritual, muitos deles presentemente em amargurosos conflitos consigo mesmos.

Legiões de irmãos desencarnados somente conseguem renovar o próprio destino, pejado de sombra, com as vibrações mentais de carinho e de apoio que lhes são endereçadas pelos corações que lhes iluminam a memória na esfera dos homens.

O teu próximo igualmente vive do lado de cá…

O parente e o amigo que já partiram não despareceram…

Encasulado que ainda te encontras na carne, não sigas indiferente à vida diversa em que te aguardam, necessitados de simpatia.

Quantos deles te ensinaram! Quantos te serviram!…

Muitas das tuas brilhantes conquistas de agora foram levantadas na base das vigílias, das aflições, do suor e das lágrimas que sofreram…

Agradece-lhes a solicitude e o devotamento.

Sê reconhecido à boa vontade daqueles que te instruíram.

Falta eventual de notícias não exprime constante ausência.

Entre os que ficam na Terra e os que demandam o Além, as relações pessoais continuam. Todas as almas afins já viveram milênios em comunhão afetiva e prosseguirão vivendo reunidas na Eternidade, que, aliás, nos expressa o caminho para a ascensão comum.

Reencontrarás, proximamente, todos os que se foram…

Não lhes removas a presença do templo íntimo.

Não só as ondas emocionais de recriminação ou sarcasmo lhes torturam a vida, mas também, o esquecimento e a frieza lhes martirizam as fibras da alma.

Através da lembrança, envia-lhes motivações de estímulo e coragem que se lhes soergam as forças!…

Tua mensagem mental de ternura e gratidão ser-lhes-á abençoada luz no nevoeiro, porta aberta à libertação, vigorosa energia ao refazimento.

Reconfortam-se em tuas meditações.

Socorrem-se no culto de amor que lhes consagras.

Aliviam-se em tuas preces.

Mentaliza construtivamente todos aqueles que relacionas como sendo os teus queridos finados, os teus entes inesquecíveis, os mortos imaginários que te encharcam a alma de fel e pranto, fazendo que a tua saudade possa render bons pensamentos, em favor deles, por intermédio das boas obras.

Se hoje não lhes consegues ver a forma nem auscultar-lhes as dores íntimas, tanto quanto ontem, podes amparar e atender aos desventurados que te renteiam os passos na existência diária, por eles considerados qual nova família do coração.

Faze da caridade incansável o ponto marcado de reencontro ideal, cada dia, com todos eles.

E interroga a ti mesmo: — De quantos não sou cúmplice dos enganos e das quedas que neste momento os fazem chorar?




Essa mensagem foi publicada no jornal NOTÍCIAS POPULARES (sem data, década de 1970/
80) na seção “MENSAGEM DO DIA — de Chico Xavier”. O caderno com os recortes jornalísticos encontra-se sob a custódia do Dr. Eurípedes Higino, filho adotivo do Chico.



Scheilla
Francisco Cândido Xavier

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