Caminhos do Amor, Os
Versão para cópiaE falas-me do tempo
E falas-me do tempo, coração, Do tempo em que tiveste a alma ferida Por desgostos da vida, Quais estiletes da desilusão; Do tempo estranho de aflição e prova Que atravessaste em convulsões de dor, Das horas de amargor Que te impeliram para a estrada nova, Na qual hoje me dizes De quadros e lembranças infelizes… E referes-te, ainda, aos dias do futuro, Sementeira em que esperas Outras maravilhosas primaveras De beleza, de paz e de amor puro, Do porvir em que aguardas A luminosa companhia Da perfeita alegria Que surgirá, por fim, de brilhantes vanguardas… Ouço-te o verbo lamentoso e lindo, Enquanto vamos nós, sonhando e agindo… Mas embora te escute com respeito, Peço-te permissão Para dizer-te ao pensamento irmão Que todo tempo encerra o seu justo proveito. E, sem qualquer prurido de ensinar, Creio que hoje é o tempo certo De amar e compreender, servir e desculpar, Entre o ontem passado e o futuro encoberto; Por isso, o melhor tempo que nos vem, Na senda em que seguimos, vida afora, O tempo de sorrir e de fazer o bem Tem o nome de “agora”. |
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