Cartas do Coração

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Capítulo XVI

Serve e passa


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Quando a amargura visitar-te a casa

Em fel de provação,

Não te esqueças do pranto que extravasa

Do lar de teu irmão.


Na angústia mais sombria, mais extrema,

Não desdenhes calar…

Muita boca infeliz grita e blasfema

Quando julga rezar.


Acharás menos sombra no caminho

Quando encheres de amor

O escuro sofrimento do vizinho

Mergulhado na dor.


Pensa na retaguarda de infelizes

Que te seguem sem pão,

Cheios de fome, sede e cicatrizes,

Desencanto e aflição.


Serve e passa, esquecendo o mal e a treva,

Porque o dom de servir

É a força luminosa que te eleva

As bênçãos do porvir.


Não olvides que o Mestre da Verdade,

Para fazer mais luz,

Fez-se o Divino Rei da Humanidade

Pelo escárnio da cruz…




Carmen Cinira
Francisco Cândido Xavier

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