Cartilha da Natureza
Versão para cópiaA derrubada
Rangem troncos seculares Aos golpes do lenhador. É o machado formidando No impulso renovador. Toda a floresta se agita Em terríveis convulsões, Continua a derrubada Que precede as plantações. Sol quente. Suor. Serviço. E as árvores vigorosas Estraçalham com fragor As frondes cariciosas. Após o trabalho ingente, A invasão do fogaréu; Fumo espesso devorando A doce amplidão do céu. Gritam aves assustadas, Sem ninho, sem paz, sem guia, Animais inferiores Vão fugindo em correria. A seguir vem a coivara Completando a grande prova, É o termo da derrubada A favor da vida nova. Somente aí são possíveis, Pasto verde e espiga loura, Pomares e sementeiras, Celeiro, casa e lavoura. Já observaste que o homem, Ao longo de toda a estrada, Precisa também, por vezes, Das foices da derrubada? É a dor proveitosa e rude, Surgindo em golpes violentos, A força que retifica A mata dos sentimentos. Sem trabalho não teremos, No caminho universal, Nem casa com Jesus-Cristo, Nem pão espiritual. |
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