Cartilha da Natureza

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Capítulo LXIV

A chuva

Folhas secas. Terra ardente.

Calores. Desolação.

Mas a chuva vem do céu

Trazendo consolação.


Toda semente que é boa,

Entre júbilos germina,

É a bela fecundação

Da natureza divina.


As árvores ganham força,

Alimpa-se a atmosfera,

A verdura em toda a parte

Tem cantos da primavera.


Às cidades, como aos campos,

Aos ninhos, à sementeira,

O pombo níveo da paz

Traz o ramo de oliveira.


Sopra o vento brando e amigo,

Em vagas cariciosas,

Levando a mensagem doce

Que nasce do olor das rosas.


A chuva que cai do alto

É bênção que se derrama…

Na flor é orvalho celeste,

No pó do chão faz a lama.


Assim, também, os ensinos,

Que nos dão verdade e luz,

São a chuva generosa

Da inspiração de Jesus.


Cai sobre todos. No amor

É raio de perfeição,

Mas no pó da ignorância

É falsa compreensão.


Deus, porém, que é o Pai Bondoso

Entre as leis universais,

Faz com que a lama produza

Sementes, flores, trigais.


Eis a razão pela qual

Nossa indigência produz:

Inda mesmo em nossas sombras,

O Evangelho é sempre a luz.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier

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