Cartilha da Natureza

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Capítulo LXIX

A praia


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Mar revolto. Sombra densa,

Ao longo da vastidão.

Vibra a angústia em cada rosto

Na frágil embarcação.


O vento sopra de rijo

Espalhando a tempestade,

As ondas são monstros verdes

No dorso da imensidade.


Dolorosas inquietudes,

Amarguras, nervosismos…

Céu e mar desesperados

É o choque de dois abismos.


Não mais bússola, nem velas,

Tudo horror, trovões e vento,

Só resta, entre vagalhões,

O esforço do salvamento.


Ninguém define a distância

E o mais lúcido, o mais forte,

Mergulha-se em pensamento

Nos caminhos para a morte..


É quando a costa aparece,

Trazendo nova esperança.

É a mensagem carinhosa

Dos planos de segurança.


Que alívio dos viajores,

Cansados de sofrimento…

Eis que a praia simboliza

A luz dum renascimento.


Ao seu lado, volta a calma,

Extinguem-se a sombra e a dor,

Renova-se a confiança

Na Esfera superior.


Esse quadro nos recorda

O mundo desesperado,

Que parece, muitas vezes,

Grande mar encapelado.


Mas todo cristão sincero

É uma praia apetecida,

Onde há paz e segurança,

Caminho, verdade e vida.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier

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