Coletânea do Além [Feesp]

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Capítulo XLV

Adágios


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Não compliques teu caminho

Simplicidade é um dever.

Por mais alto voe a garça

Descerá para comer.


Estima a frugalidade.

Depois de ruído e festa,

Há sempre dor de cabeça,

Coceira e calor na testa.


Tens filhos para educar?

Não te apaixones, de leve…

Recorda que para o corvo

O filho é de arminho e neve.


Se sofres perseguições,

Que o perdão te guarde a vida.

Onde falta o amor de Cristo

Sobra a queixa descabida.


O diabo tenta o servo

Que leva o trabalho a cabo.

Mas o homem preguiçoso

É o tentador do diabo.


No cruzeiro do sovina

De sentimentos escravos,

Tem o demônio, ao dispor,

Noventa e nove centavos.


Na tempestade, na luta,

Na ameaça, no atoleiro,

É que encontramos, de fato,

O pulso do cavalheiro.


Preguiça é como a ferrugem

Que ataca bigorna e malho;

Consome com mais presteza

Que os atritos do trabalho.


Na jornada para Deus,

Quem possui casa e moinho

Precisa muito cuidado

Para andar em bom caminho.


A alegria que não passa

E que não fere ninguém,

Nasce forte, rica e pura

Naquele que faz o bem.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier

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