Correio Fraterno
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Não te afirmes sem o chamado divino para colaborar na Seara do Bem, porquanto o Senhor espera em ti uma bênção a mais na construção do Reino de Deus.
“Como me certificarei de que isso ocorre?” é provável perguntes.
Detém-te, todavia, na acústica da alma, onde se te sensibiliza o espírito ante as dores alheias.
O Céu te alcança, através da luz com que te clareia o caminho.
O Senhor te fala pelo amor com que se te enternece o coração.
Dirás talvez que existem milhares de encargos iguais uns aos outros e que os dias são semelhantes entre si. Entretanto, se analisares os valores do trabalho e as surpresas do tempo, para logo descobres que, com as oportunidades originais de cada dia, tens serviço sob tua responsabilidade pessoal que os teus amigos, por mais íntimos e afins, não conseguiriam realizar.
Observa cada acontecimento que te envolve e cada irmão que te cruza o caminho e verificarás em que lado da questão e em que problema do próximo espera o Senhor venhas a funcionar por peça de luz e consolação, paz e vida.
Onde estejas, serás o ouvido que escuta, filtrando os materiais do cotidiano para encontrar o bem, de modo a endereçá-lo, impoluto, para diante; o apoio dos olhos que enxergam para ajudar e edificar; a palavra que balsamiza e enobrece; e o socorro das mãos que operam em louvor da fraternidade e do benefício.
É possível que o Senhor te aguarde o concurso ainda hoje para erguer alto pilar, nas realizações da beneficência, ou a fim de assumires, por Ele, compromisso importante no auxílio à comunidade; talvez, porém, tão só te peça, ainda agora, para ouvir o companheiro que a provação desconsola, restaurando-lhe as forças, ou para sorrir na direção de alguém que te roga apenas um gesto silencioso de simpatia para desvencilhar-se do erro.
Ergue-te cada manhã para servir e deixa que teu coração compreenda e ampare, reconforte e auxilie… Perceberás, desse modo, que o Senhor te chamou como és, com o que tens, onde te encontras e como te encontras para seres uma bênção entre Ele e os outros — traço de união entre a Terra e os Céus.
(Anuário Espírita 1969)
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