Estrelas no Chão

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Capítulo XVI

Depois do temporal


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Cansado coração, ouve, lá fora,

O turbilhão do temporal violento,

Cai o granizo, ruge a voz do vento…

É a Natureza que se desarvora.


O firmamento é anônima cratera,

Quando o raio estraçalha a noite escura,

E choras, ante o caos e a desventura,

A prova que te ensombra e dilacera.


Ao furacão que passa, caem ninhos,

Tombam troncos, a ímpetos medonhos,

E recordas as pedradas dos caminhos,

Que varaste perdendo os próprios sonhos!…


Espera e crê!… O temporal vai longe!…

Amanhã seguirás em nova estrada

E, ao teu olhar, a luz será mais linda,

Quando o Sol acender a madrugada…




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier

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