Gotas de Luz

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Capítulo XVII

Notas


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A verdade é alguma coisa

Sagrada, bela e infinita…

Só o amor sabe dizê-la

Conforme deve ser dita.


Se queres luzes mais altas,

Mais ditosas e mais ricas,

Olvida o mal que te fazem

E esquece o bem que praticas.


Reúnem-se os generais

Na guerra, em busca da glória

Mas o Todo-Poderoso

É quem decide a vitória.


Quem só palavras semeia,

No campo de cada dia,

Recolherá simplesmente

O sopro da ventania.


O homem que se aborrece

Clamando fastio, a esmo,

Encontrou tempo excessivo

Para cuidar de si mesmo.


Não é a erva daninha

Que mata o grão promissor,

Mas a triste negligência

Que mora no lavrador.


Amizades e conselhos,

Livros, remédio e comida

Devem chegar até nós

De procedência escolhida.


Quem se compraz com a lisonja

Desce a escuro sorvedouro,

Bebendo o veneno e a morte

Em taças de mel e ouro.


Competência e fidalguia,

Miséria e desolação,

Todas dependem na vida

Do toque da educação.


Quem para justificar-se

Alheias faltas reclama,

Decerto, pensa lavar-se

Em banhos de lodo e lama.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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