Gotas de Luz

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Capítulo XXVIII

Seixos


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Acorda, vigia e escuta

Na senda que te esclarece.

No conselho da raposa

Toda galinha padece.


Se a maldade te apedreja,

Serve ao bem com fé mais rica.

Quem nada faz neste mundo

É sempre quem mais critica.


Na rota de teu dever,

Vive sem mágoa e sem medo.

Quem se deita, perde o tempo.

Quem se rala, morre cedo.


A vida é o grande oceano,

Nosso corpo é embarcação…

A morte será o porto,

Conforme a navegação.


Seja a tua paciência

Qual fonte que não se esgota.

Arrojo sem disciplina

É trilho para a derrota.


Se queres a independência

Não vivas muito à vontade,

Da escravidão no dever,

Nasce a grande liberdade.


A discórdia por mais leve

Tem sempre um sabor amargo.

Em todo sinal de guerra,

O inferno fica mais largo.


Em qualquer dificuldade,

Não fujas à cortesia,

Mais vale negar com graça

Que ceder com grosseria.


Se ajudas, ampara logo

Sem pergunta ou desavença.

Caridade verdadeira

Nunca pede recompensa.


Se desejas evitar

Angústias e cicatrizes,

Nunca digas o que sabes

Sem saberes o que dizes.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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