A segurança no lar

Tem o homem que a quiser,

No entanto, a felicidade

Dependerá da mulher.

Casar reclama cuidado,

Pois hoje é demanda incerta;

Há muito moço enfarado,

Muita moça descoberta.

Quando eu puder reencarnar,

Serei homem de juízo,

Mas casarei novamente

Quantas vezes for preciso.

Em matéria de mulher,

Fui cego e embora hoje a veja,

O que não se deve olhar

O coração não deseja.

Moda em moça eu não entendo

E nem sei como vai indo…

Decote sempre descendo

E saia sempre subindo…

Vida em homem, dia a dia,

Tem dois traços sempre iguais,

A de solteiro é vazia,

De casado enche demais.

Casamento é ação divina,

Joia em cofre de veludo…

Mas é pena que a rotina

Venha logo e estrague tudo.

Do mar, eu quero o pescado,

Das flores o malmequer,

Da cana quero o melado,

Do mundo quero a mulher.

Os cônjuges, lado a lado,

Que conservam a alegria,

Vivem sempre de noivado,

Casando-se todo dia.

Todo moço loroteiro

Sem a palavra sincera.

Acaba sempre solteiro

Na vitrina da paquera.

Eis o alto pensamento

De um sábio nobre e profundo:

Sem lar e sem casamento,

Não há progresso no mundo.