Inspiração

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Capítulo XXII

Perante o futuro


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A Terra é um campo em que o Senhor te permite semear o porvir. Cada criatura aí realiza a plantação que lhe corresponde aos desejos.

Todos os lavradores sonham… Todos lutam… Todos esperam…

Se já aprendeste que somente a lavoura da verdade e do bem te conferirá ao Espírito a colheita de luz, consagra-te ao trabalho consciente da própria conquista e auxilia a todos os que te cercam.

Compadece-te dos que foram atacados pela fadiga, antes do entardecer…

Ajuda aos que sofrem o assalto de vermes devoradores na leira que lhes guarda a esperança…

Socorre os que foram surpreendidos pela tempestade quando as sementes de suas melhores aspirações apenas começavam a germinar…

Não condenes os que foram vencidos pelo cansaço, convertido em desânimo, porque só o Senhor sabe quanto lhes doerá o recomeço…

Estende braços amigos aos que vacilam na hora de aflição e suor, porque soará igualmente para teus passos o instante escuro das provas árduas na preservação do trabalho que te foi concedido…

Não censures os que transviaram à distância dos próprios deveres, de vez que há enfermidades que obscurecem o entendimento e dilaceram o coração.

Ajuda a todos… Serve a todos… Vela pelo bem de todos… Compreende a todos e oferece a todos cooperação e bondade…

E cada vez que a perturbação te induza a lamentável engano das horas perdidas, não comentes o mal, porque o mal é assim como o pântano envenenado, que a derramar-se do leito, em que o Senhor lhe circunscreve o raio de ação, pode arruinar o teu próprio caminho, destruir os teus próprios recursos, aniquilar-te o trabalho e ameaçar o equilíbrio e a prosperidade, a alegria e a segurança do campo inteiro.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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