Nosso Livro

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CAPÍTULO 49

A CARNE E O HOMEM

Clamou a Carne ao Homem: - "Foge à lida!

Embriaga-te e sonha! Tudo é nada...

A Terra é a nossa vinha iluminada E eu sou a tua noiva apetecida... "

E o pobre cavaleiro, em desabrida, Sobre o corcel da mente incontentada, Gozou, riu-se e fugiu à luz da estrada, Procurando o prazer, de alma insofrida.

Mas veio um dia o Tempo e disse: - "Pára!" E alterando-lhe a face nobre e rara, Deu-lhe a velhice, amargurosa e dura.

E, ofegando na Carne, quase morta, O Homem triste caiu vencido, à porta Do jazigo abismal da sepultura.


Anthero de Quental



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