O Espírito de Cornélio Pires
Versão para cópia
Noventa cruzeiros
Toc, toc… vai lá Adão Passoca — Coronel da fazenda enorme e rica —, Vai cobrar uma conta da botica À pobre cozinheira Nhá Candoca. A velhinha, deitada na maloca, Pede prazo mais longo… Chora e explica. Sente febre, tem fome, sua em bica, Almoça e janta milho de pipoca… O Coronel nervoso ergue o cajado, Esbraveja mostrando o punho irado E, a expulsá-la da choça, espuma e berra. Mas de tanto gritar, rude e mordente, Por noventa cruzeiros simplesmente, Cai fulminado e roxo sobre a terra. |
Ninguém consegue alterar A força deste preceito: Quem mal começa o que faz Nunca termina direito. Caridade que deseje Transformar-se em vida sã, Se tem auxílio que dar Não deixe para amanhã. Felicidade reclama Que o homem faça direito Não aquilo que se quer Mas o que deve ser feito. |
[As poesias destacadas com o texto em cor diversa do negro são devidas à psicografia de Francisco Cândido Xavier, e as outras à de Waldo Vieira.]
Este texto está incorreto?