Palavras Sublimes

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Capítulo LXII

O homem lobo


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Passa gritando, escravo do tormento,
Dentro de fria noite, atra e sem fim,
O triste descendente de Caim,
Chocalhando mandíbulas ao vento.

Entroniza o moloque famulento
Da guerra em torvo e lúbrico festim,
Embora a podridão que lhe abre o rim
E o cancro que lhe gasta o pensamento.


Homem — flâmeo e sinistro vagalume —,
Que te vestes de pó, fósforo e estrume,
Equilibrado em forças desiguais,


Sem Jesus Cristo que te não repele
— Prometeu algemado à carne imbele
O teu castigo não se acaba mais.





Reformador — Outubro de 1948.

Consta do original a informação de que esse soneto foi psicografado em 29 de junho de 1948, em reunião pública do Centro Espírita Amor ao Próximo, em Leopoldina, Minas Gerais.



Augusto dos Anjos
Francisco Cândido Xavier


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