Poetas Redivivos

Versão para cópia
Capítulo CVIII

Caridade


Temas Relacionados:

Ei-la que surge em segredo,

Onde a lágrima aparece;

É bálsamo, luz e prece,

Sobre as chagas da aflição…

É o anjo que acorda cedo

E abraça a Terra sombria,

Estendendo a melodia

Que nasce do coração.


Aqui, é a bênção da escola

Que fulge, expulsando a treva,

Na doce voz que se eleva,

Para ajudar e instruir.

Ali, é o pão que consola

Os filhos da desventura,

Além, é a fé clara e pura,

Que acena ao sol do porvir.


Agora, é a gota de leite,

Nos lábios da criancinha,

Que, esfarrapada, caminha,

Sem a carícia do lar…

Depois, é o sublime enfeite

Da palavra humilde e boa,

Da esperança que abençoa

A glória de renovar.


Nutre, socorre, agasalha,

Ampara, educa, ilumina…

É como estrela divina,

Que não se nega a ninguém.

Sabe fazer da migalha,

Que Nosso Senhor lhe envia,

O milagre da alegria,

Que espalha o calor do bem.


A desfazer-se em carinho,

Sustenta, acalma, levanta,

Por mão generosa e santa,

Que vence a miséria e o mal;

Onde ela passa, o caminho,

Inda mesmo em sombra e prova,

É sempre alvorada nova,

Em brilho celestial.


De onde vem? Quem sabe ao certo?

Isso é vã curiosidade.

É somente Caridade,

A irmã da Divina Luz.

Mas quem a busque de perto,

Sem azedume ou cansaço,

E, em tudo, lhe siga o passo

Alcança o amor de Jesus.




Irene S. Pinto
Francisco Cândido Xavier

Este texto está incorreto?