Poetas Redivivos

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Capítulo XVII

Eterna lei


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A Terra disse ao Tempo: — “Aonde me levas,

Cavaleiro invisível, mudo e errante,

Que a luta me renovas, cada instante,

Desde as primeiras formações longevas?


Monstro que me apavoras e me enlevas,

Porque, seguindo a passo de gigante,

Trazes a luz do dia fulgurante

E amortalhas o dia, sob as trevas?!…”


Mas o Tempo clamou: — “Escuta e lida!

Eu sou teu companheiro para a vida,

Impelindo-te aos sóis da eternidade!


Tudo altero em teu seio, pólo a pólo,

Desde as nações aos vermes de teu solo,

Menos a Eterna Lei da Caridade.”




Antero de Quental
Francisco Cândido Xavier

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