Poetas Redivivos

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Capítulo IX

Nos dois lados


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Acompanho o velório de Nhô Tino…

Desencarnara em grande bebedeira;

Mas o povo dizia a noite inteira

Que comera manga com pepino.


De tarde, sigo o enterro, a reza, o sino…

Junto à cova falou Janjão Ferreira:

— “Nhô Tino está na glória verdadeira,

Foi um santo de Deus, desde menino…”


Alguém destampa o esquife… É a despedida…

Nhô Tino sai do corpo. Na corrida,

Gesticula, tropeça, xinga e passa…


Depois, sumiu dois anos mato afora…

Hoje, encontrei Nhô Tino, em Pirapora,

Agarrado num quinto de cachaça.




Cornélio Pires
Francisco Cândido Xavier

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